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Página do Fotógrafo
Muhammed Muhisen
Aos 111 anos, a refugiada síria Zahra perdeu grande parte de sua audição, mas mantém um senso de humor sagaz; quando o fotógrafo Muhammed Muheisen entrou em seu abrigo acompanhado de uma funcionária da agência das Nações Unidas para refugiados, Zahra brincou de forma provocativa com os dois. Em vez de pedir a ela para embarcar no ônibus em direção a nova clínica de vacinação contra covid-19 do campo, os profissionais de saúde fizeram duas visitas à Zahra para vaciná-la dentro de sua casa em Zaatari.
Uma profissional de saúde afere a temperatura de Fatimah, refugiada síria de 64 anos. A próxima parada de Fatimah dentro da clínica é o centro de vacinação, para receber a segunda dose da vacina contra covid-19. Neste primeiro semestre, a agência da ONU para refugiados que auxilia na administração de Zaatari havia confirmado 20 mortes entre os 79 mil residentes do campo.
Visto de um helicóptero em julho de 2019, o campo de refugiados de Zaatari se estende no horizonte. Estabelecido pela primeira vez em 2012 com tendas para servirem como abrigo temporário àqueles que fugiam do conflito civil na Síria, Zaatari se tornou a quarta maior cidade da Jordânia — com pequenos abrigos pré-fabricados, banheiros privativos, máquinas de lavar, energia solar, instalações de reciclagem e um distrito comercial conhecido localmente como “Champs-Élysées”.
Após tomar sua segunda dose da vacina, Fatimah, de 64 anos, espera dentro do ônibus da clínica Zaatari por sua carona de volta ao abrigo onde agora vive como refugiada síria. Os idosos, os primeiros a receber a vacina contra covid-19, estão em menor número em Zaatari; mais da metade dos residentes atuais do acampamento são menores de 18 anos.
Aiyous, de 81 anos, puxa a manga de sua blusa para receber a vacina e seu filho a ajuda. O pano preto sobre o nariz e a boca de Aiyous não é um hijabe — mas sim uma máscara comumente utilizada na pandemia.
Dentro da nova clínica de vacinação contra covid-19 de Zaatari, a enfermeira Fatimah Ahmad administra a segunda dose em refugiados sírios. A aparente fragilidade de Abdulkareem, de 69 anos, é enganosa; ele parou na clínica e depois saiu acelerando em sua motocicleta. “Eu não acreditava na pandemia até ver nos noticiários o que a doença faz às pessoas”, lamentou ele. “Então eu fiquei apavorado.”
O fotógrafo Muhammed Muheisen tirou esta foto sobrevoando de helicóptero os abrigos pré-fabricados do campo Zaatari, e algo o chamou a atenção: em alguns locais, vagamente visíveis entre os telhados pardos, havia pequenos pontos coloridos. “Como fotógrafo, eu sempre observo as cores”, ele conta. “E observando essas casas, que vistas de cima ficaram tão pequenas quanto caixas de fósforos, é possível visualizar cores — alguns pontos amarelos, vermelhos, verdes.” Cada ponto era um abrigo que uma pessoa ou família decidiu pintar, tornar vívido e especial, de modo que um refúgio estrangeiro, embora temporário, pudesse parecer um pouco mais com um lar.