Estes animais se alimentam em quantidades absurdas

Os seres humanos não são páreo para estes ávidos comilões da natureza, que consomem o dobro de seu peso corporal em um dia.

Por Liz Langley
Publicado 27 de nov. de 2018, 12:00 BRST, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Este beija-flor–de-pescoço-vermelho macho beberica em uma flor de mimosa, provavelmente a primeira de muitas que ele ...
Este beija-flor–de-pescoço-vermelho macho beberica em uma flor de mimosa, provavelmente a primeira de muitas que ele visitará. Beija-flores podem ingerir até o dobro de seu peso corporal todos os dias.
Foto de George Grall, Nat Geo Image Collection

Com as festas de fim de ano chegando, a comilança vem junto. Alguns animais não humanos também se empanturram além da conta, e não apenas nesta época.

Muitas aves, por exemplo, se enchem de comida para aguentar longos voos sem escalas sobre oceanos ou desertos, afirma Dan Roby, ecologista da vida silvestre do Serviço Geológico dos Estados Unidos e da Universidade do Estado do Oregon. Cientistas chamam esses períodos de intensa alimentação de “hiperfagia”.

Com uma das mais distantes migrações do mundo, a mariquita-de-perna-clara precisa realmente se abastecer antes de sua viagem. Os minúsculos pássaros procriam tanto em regiões ao norte quanto no Alasca e voam todos os anos para a Nova Inglaterra, “eles dobram de peso armazenando uma quantidade de gordura equivalente a seu peso corporal quando estão magros” antes de um voo de 80 horas sem paradas sobre o Oceano Atlântico até a Venezuela, conta Roby.

Bico quebrado não impede pássaro de beliscar delicioso bolo de aniversário
A parte superior do bico deste chapim-real caiu. Enquanto ela não cresce de volta, ele aproveita para comer comidas macias e deliciosas, como este bolo.

De forma correspondente, os fuselos dobram de peso armazenando gordura para aguentar um voo sem escalas de 10 dias do Alasca até a Nova Zelândia, o mais longo de qualquer animal.

Chickadees (pássaros do gênero Poecile) e chapins que vivem acima do Círculo Polar Ártico consomem imensas quantidades de alimento para que “tenham gordura armazenada suficiente para manter sua temperatura corporal acima do congelamento durante toda a longa noite do inverno”.

As aves de fato não se esbaldam como alguém comendo durante a época de festas, mas obtêm gordura o bastante para sobreviver a um período de longos jejuns, às vezes, combinados com intenso exercício.

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    Os itinerantes fuselos se empanturram para aguentar um voo de 10 dias sem paradas do Alasca à Nova Zelândia.
    Foto de Saverio Gatto, Alamy

    “Neste contexto, a “alimentação excessiva” é uma adaptação crucial para muitas aves”, afirma Roby.

    Um apetite de baleia

    Mas existem animais que ingerem quantidades enormes de alimentos regularmente.

    O maior animal da Terra, a baleia azul, devora quatro toneladas do crustáceo krill por dia. Parece muita coisa, mas esse animal tem um corpo de 200 toneladas para alimentar, então não é uma grande proporção de seu peso corporal.

    Por outro lado, um musaranho-anão-de-dentes-vermelhos da Grã-Bretanha pesa menos de 30 gramas, mas consegue comer “uma vez e um quarto de seu peso corporal,” afirma Elmer Finck, biólogo da Universidade Estadual Fort Hays, de Oklahoma.

    Em geral, conta ele, se você comparar o consumo com o tamanho corporal, “os animais pequenos comem mais que os grandes.”

    Beija-flores minúsculos, por exemplo, possuem um metabolismo rápido que exige que eles ingiram quase o dobro de seu peso em néctar todos os dias, prossegue Finck. É necessária muita energia para se movimentar tão rápido quanto eles; o batimento cardíaco deles é de 1,2 mil vezes por minuto durante o voo.

    Os tigres podem passar duas semanas sem se alimentar e podem se empanturrar quando caçam, consumindo até 40 quilogramas aproximadamente em um dia.
    Foto de Theo Allofs, Minden Pictures/Nat Geo Image Collection

    Outros animais, como os grandes felinos, consomem quantidades incríveis de comida, mas se alimentam a uma frequência menor. “Os grandes felinos na natureza não caçam todos os dias, então tem dias em que não comem”, afirma Susan Bass, do santuário de animais Big Cat Rescue em Tampa, na Flórida. Em contrapartida, eles se alimentam de uma grande presa durante vários dias, alguns deles guardando a carne  para comer depois.

    “Os leopardos conseguem escalar árvores carregando uma presa com mais que o dobro do peso deles” para mantê-la longe dos outros predadores, conta Bass.

    Afton Tasler, produtora de mídia do Big Cat Rescue, afirma que tigres podem ingerir entre 15 e 40 quilogramas aproximadamente de uma vez só, mais que leões, que “dividem as presas com seu bando”.

    Lanches de cobras

    Pítons birmanesas adultas comem uma vez por mês, às vezes menos, mas aproveitam ao máximo suas refeições.

    Um estudo de 2013 sobre genes de pítons birmanesas constatou que, durante a digestão, alterações na atividade genética delas permite que seu metabolismo acelere e alguns de seus órgãos aumentem radicalmente de tamanho—até 150 por cento em 24 a 48 horas—e depois voltem ao normal após a digestão. Essa “remodelagem física” permite que as cobras digiram refeições maiores que elas.

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    Uma hiena de quase 70 kg, normalmente um dos maiores predadores do reino animal, torna-se presa de um enorme píton africano.

     

    No ano de 2017, pítons de várias espécies foram filmadas devorando ou regurgitando animais enormes, inclusive uma ovelha grávida e um lagarto-monitor.

    Um pedaço a mais de torta não parece nada demais perto disso.

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