A crescente ameaça dos carrapatos

Mais frequentemente associado aos cães e responsável por doenças graves, o parasita pode se alastrar rapidamente entre os pets e prejudicar até mesmo seres humanos.

Responsável por doenças graves, o parasita pode se alastrar rapidamente entre os pets e prejudicar até mesmo seres humanos.

Arte de Getty Images
Por National Geographic Creative Works
Publicado 10 de jun. de 2022, 14:31 BRT, Atualizado 10 de jun. de 2022, 17:50 BRT

Os carrapatos são parasitas artrópodes que pertencem à mesma classe das aranhas. Por serem muito resistentes, podem sobreviver durante anos e causar inúmeros prejuízos aos pets — mais frequentemente, aos cães. Eles podem desencadear incômodo, irritação, hipersensibilidade e, em casos de alta infestação, podem ser responsáveis por quadros severos de anemia, além de transmitir doenças muitas vezes fatais até mesmo para os seres humanos.

O carrapato típico do cão é o Ripicephalus sanguineus ou carrapato vermelho, que também é encontrado em outros mamíferos e aves e, diferentemente do que muitos pensam, está muito bem adaptado à vida nos centros urbanos.

Os cães podem pegar carrapatos durante passeios em parques ou praças, ao ficar hospedado em um hotel para cães ou em uma simples escapada até a área de lazer do condomínio. Além disso, um único carrapato pode parasitar diferentes cães em um mesmo ambiente durante o seu ciclo de vida e colocar muitos ovos. Por isso, todos os animais da casa, mesmo que não tenham parasitas visíveis, devem receber proteção preventiva simultaneamente.

O ciclo do carrapato leva de dois a três meses e consiste em quatro fases: ovos, larvas, ninfas e adultos, com mudanças de fase fora dos animais, ou seja, no ambiente. Sua multiplicação é muito rápida e intensa: as fêmeas chegam a colocar de dois a três mil ovos durante toda a vida, sobretudo em lugares altos, como nas frestas no teto e nas paredes próximas aonde o cão dorme. Geralmente, as fêmeas ingerem um volume muito maior de sangue — uma alimentação chamada repasto sanguíneo, que pode ser feita em diferentes animais ao longo de sua vida, aumentando a chance de transmissão de doenças.

Dentre essas doenças estão a babesiose e a erliquiose, que inclusive podem acometer cães de forma concomitante. O cão infectado pode apresentar febre, emagrecimento, manchas avermelhadas pelo corpo, sangramentos nasais, apatia e manifestações inespecíficas. Esses quadros podem variar de intensidade, levando a tratamentos bastante prolongados em casa ou até mesmo à internação com necessidade de transfusões de sangue e risco de morte.

Mesmo em caso menos graves, as picadas de carrapato causam incômodo, inflamação ou ainda quadros alérgicos que podem desencadear muita coceira e lesões de pele generalizadas, sobretudo em pacientes que já são alérgicos, o que torna o uso da proteção preventiva ainda mais fundamental.

Quando o tutor realiza prevenção contra ectoparasitas durante o ano todo, ele não só elimina qualquer chance de infestação como também reduz drasticamente a possibilidade de que o animal seja acometido por essas doenças.
 

Curiosidade sobre os carrapatos.

Arte de National Geographic Creative Works

Caso um carrapato seja identificado parasitando o cão, ele jamais deve ser arrancado manualmente, pois corre-se o risco de não retirá-lo complemente e induzir uma infecção na pele do cachorro. Também nunca se deve romper o carrapato, liberando a carcaça, pois os ovos podem eclodir e infestar ainda mais o ambiente.

Existem, ainda, outras espécies de carrapatos, como o Amblyomma cajennense ou carrapato estrela, que é mais comum em cavalos e capivaras, mas também acomete cães. Por meio da picada, o carrapato estrela pode transmitir doenças até mesmo para os seres humanos, como a febre maculosa, desencadeando febre, dores musculares, articulares, fraqueza e manchas na pele. Se não diagnosticada e tratada precocemente, a febre maculosa pode se tornar grave. Quando afeta cães, a doença tem manifestações semelhantes à erliquiose, e por isso se confundem.

O conceito de saúde única — ambiente, animais e seres humanos — faz todo sentido quando discutimos as doenças transmitidas por carrapatos. Esse olhar sistêmico implica no cuidado completo para mantermos não somente a transmissão controlada, mas também a saúde ambiental e a de todos os seres vivos, contribuindo para o bem-estar e a qualidade de vida.

A prevenção das infestações causadas pelos carrapatos e outros ectoparasitas contribui para a relação homem-animal, criando uma convivência saudável entre os pets e seus tutores em qualquer ambiente, uma vez que todos estão protegidos.

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