Cão doméstico

Por STEPHEN ALVAREZ
Cão da raça border-collie em penhasco em Raven’s Point, Tennessee, Estados Unidos

Cão da raça border-collie em penhasco em Raven’s Point, Tennessee, Estados Unidos

Foto de Stephen Álvarez, Nat Geo Image Collection

Nome comum: Cão doméstico

Nome científico: Canis familiaris

Tipo: Mamífero

Dieta: Onívoro

Coletivo: Matilha

Tempo de vida médio na natureza: 12 anos

Tamanho: Entre 12,7 e 88 centímetros da cernelha até o chão

Peso: Entre 1,3 e 113 quilos

O que é um cão doméstico?

O termo “cão doméstico” refere-se a qualquer uma das centenas de raças de cães existentes no mundo atualmente. Embora esses animais variem drasticamente em aparência, todos os cães — do chihuahua ao dogue-alemão — são membros da mesma espécie, a Canis familiaris. A espécie separa cães domésticos dos canídeos selvagens, como coiotes, raposas e lobos.

Cães domésticos normalmente são criados como animais de estimação, embora muitas raças sejam capazes de sobreviver por conta própria, seja na natureza ou nas ruas da cidade. De acordo com um estudo de 2016 sobre consumidores, os cães estão presentes em um terço de todos os lares do mundo. Esse número torna o cão doméstico o animal de estimação mais popular do planeta.

Origens evolutivas

Todos os cães descendem de uma espécie de lobo, mas não do lobo-cinzento (Canis lupus), como muitas pessoas supõem. Na realidade, evidências de DNA sugerem que o lobo ancestral dos cães modernos, atualmente extinto, era eurasiano. No entanto cientistas ainda trabalham para compreender exatamente qual espécie deu origem aos cães.   

Outra questão que permanece um mistério é o momento em que os cães se separaram de seus ancestrais selvagens, mas estudos genéticos sugerem que tenha ocorrido entre 15 mil e 30 mil anos atrás.

Embora seja impossível determinar exatamente como uma espécie de lobo selvagem se tornou um cão domesticado, a maioria dos cientistas acredita que o processo aconteceu gradualmente à medida que os lobos se tornaram mais à vontade com a presença dos humanos. Talvez os lobos tenham iniciado esse contato simplesmente comendo restos deixados por humanos. Muitas gerações depois, humanos podem ter incentivado uma aproximação dos lobos, alimentando-os ativamente. Posteriormente, esses lobos podem ter sido acolhidos entre as pessoas e acabaram sendo criados para incitar determinadas características. Acredita-se que todo esse processo tenha ocorrido ao longo de milhares de anos.

Raças de cães

Hoje em dia, muitos dos cães que conhecemos e amamos são provenientes da reprodução seletiva entre indivíduos com características desejáveis, sejam físicas ou comportamentais. Por exemplo, cerca de 9,5 mil anos atrás, os povos antigos começaram a criar cães que eram mais capazes de sobreviver e trabalhar no frio. Esses cães se tornariam a família de cães de trenó — incluindo raças como huskies e malamutes — que permanece relativamente inalterada nos dias de hoje.

Da mesma forma, os humanos criaram pastores-alemães por sua capacidade de pastorear gado, labradores para ajudar a recolher patos e outros animais de caça abatidos por caçadores e dachshunds, também conhecidos como salsichas pelo formato de seus corpos, por sua capacidade de correr dentro de uma toca atrás de um texugo. Diversas outras raças foram criadas para atender a diferentes necessidades humanas, como proteção doméstica e controle de pragas.  

Determinadas raças também foram criadas para tornar os cães mais atraentes como companheiros. A raça labradoodle,  por exemplo, que combina as características de um labrador e um poodle, foi desenvolvida como uma tentativa de criar um cão-guia hipoalergênico.

Foto de Lola, mestiça de boxer e husky de dois anos.
Foto de Daisy, uma springer-spaniel-inglesa de cinco anos
À esquerda: No alto:

Foto de Lola, mestiça de boxer e husky de dois anos.

À direita: Acima:

Foto de Daisy, uma springer-spaniel-inglesa de cinco anos

fotos de Mark Thiessen, Nat Geo Image Collection

Cães de trabalho modernos

Embora hoje em dia as pessoas dependam menos dos cães para as tarefas diárias do que antigamente, ainda existem muitos trabalhos modernos para eles.

Como o olfato do cão doméstico é de 10 mil a 100 mil vezes melhor do que o nosso, os cachorros atualmente auxiliam em ações policiais farejando drogas, explosivos e até mesmo eletrônicos. Também podem auxiliar conservacionistas a encontrar e proteger espécies ameaçadas de extinção farejando com seus focinhos superpoderosos.

Os cães auxiliam equipes de busca e resgate após desastres naturais ou em casos de pessoas perdidas em ambientes externos. Treinados para alertar sobre explosivos escondidos e inimigos, atuam como aliados em operações militares. Outros cães ajudam a polícia a procurar fugitivos da prisão ou os corpos de vítimas de assassinato. Alguns trabalham em parceria com funcionários de alfândegas em busca de contrabando, desde drogas a marfim de elefante. Outros ainda lideram o caminho rastreando caçadores ilegais, patrulhando navios de carga em busca de ratos que possam escapar em portos distantes ou descobrindo pragas de insetos florestais em carregamentos de madeira provenientes do exterior.

Os cães também podem farejar os primeiros sinais da doença de Parkinson, diabetes, diversos tipos de câncer, ataques epiléticos iminentes e bactérias resistentes a antibióticos. Guiam deficientes visuais e auditivos, além de ajudar pessoas com autismo e transtorno de estresse pós-traumático a lidar com a ansiedade.

Convivendo com cães

A maioria dos cães surgiu de uma mistura de raças — em 2015 um estudo estimou que apenas 5% dos cães em abrigos são de raça pura. Cães diferem em termos de tamanhos, formas, cores e também de temperamentos. Um buldogue pode parecer feroz mas ser dócil como um gatinho, em contrapartida um cocker-spaniel fofo pode abocanhar seu dedo sem pensar duas vezes.

É por esse motivo que Jack Hanna, especialista em convívio com animais, recomenda ensinar as crianças a sempre ter cuidado com um cão que não conhecem. Ele explica que as crianças devem pedir permissão ao tutor do cachorro antes de tentar acariciá-lo ou brincar com o animal. Estender a mão para o cão cheirar também permite que ele se familiarize com uma nova pessoa antes de já colocar diretamente a mão por trás da cabeça do animal, onde ele não consegue ver o que um desconhecido está fazendo, o que pode deixá-lo nervoso ou assustado. Por fim, nunca permita que crianças coloquem seus rostos perto do focinho de um cachorro.

“Não importa qual raça de cachorro seja”, disse Hanna à National Geographic. “O tutor pode dizer: ‘bom, ele nunca mordeu ninguém antes’. Mas não é esse o ponto. A questão é que isso pode acontecer.”

Claro que quando os cães são cuidados adequadamente e tratados com respeito, podem ser companheiros incrivelmente amorosos, brincalhões e inteligentes. Além disso, ao entender a origem dos cães, seus tutores podem aprender a admirar ainda mais seus companheiros caninos.

Afinal, os latidos e o abanar de rabo de um cão quando seu tutor pega um saco de petiscos são comportamentos remanescentes de quando os ancestrais do animal precisavam se comunicar com os outros membros da matilha. Ir buscar gravetos e bolas arremessados pode estar relacionado à perseguição de presas, enquanto cavar no tapete ou na cama remete a como um canídeo selvagem prepararia seu local de dormir. E cada vez que um cão interrompe a caminhada para cheirar algo, está analisando os feromônios deixados pela urina de outro cachorro.

Consideramos esses comportamentos normais porque os cães se tornaram “o melhor amigo do homem”. Mas no íntimo de cada pit-bull e lulu-da-pomerânia há indícios do passado.  

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