O que é a "lua negra" e com que frequência ela ocorre?

Descubra o que realmente significa esse evento lunar e por que é impossível ver o nascer da lua negra.

Por Michael Greshko
Publicado 8 de ago. de 2019, 20:30 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Um minúsculo pedaço da Lua durante a fase da lua nova na região norte da Califórnia.
Um minúsculo pedaço da Lua durante a fase da lua nova na região norte da Califórnia.
Foto de Tim Lamán, Nat Geo Image Collection

Os humanos sustentam há muito tempo uma fascinação pelos acontecimentos lunares — e, com a ascensão da Internet, todo tipo de momento lunar se transforma em sensação midiática. Nisso entram as superluas, as luas cheias e o raro eclipse total da "superlua de sangue".

Mas os fãs dos eventos lunares podem querer acrescentar à lista acima outro avistamento celeste: a "lua negra", como é popularmente conhecida a segunda lua nova do mês. Esse acontecimento, contudo, pode não ser muito interessante para quem gosta de observar o céu.

As luas novas ocorrem quando a órbita da Lua se situa entre a Terra e o Sol, deixando o lado não iluminado da esfera lunar voltado para a Terra. À noite, essa fase da Lua fica invisível: como ocupam o mesmo lado no céu que o Sol, as luas novas nascem e se põem junto com o Sol, sendo ofuscadas pelo seu brilho.

101 | Lua
O que compõe a Lua, e como ela foi formada? Conheça o passado violento do nosso satélite natural, o papel de suas fases na criação dos primeiros calendários e como os humanos primeiro pousaram em sua superfície há meio século.

As luas novas só podem ser vistas com facilidade ao passarem bem em frente ao Sol, causando eclipses solares. Caso contrário, os observadores devem optar pelos dias antes ou após a lua nova, quando somente uma lasca da face iluminada da Lua fica visível a partir da Terra.

Normalmente, as luas novas só ocorrem uma vez por mês, mas, pelo fato de haver uma leve diferença entre as fases da Lua — ciclo de 29,5 dias, em média — e o calendário gregoriano, alguns meses podem ter duas luas novas: uma no começo e outra no fim. Joe Rao, do Space.com, observa que essa dupla ocorrência se dá mais ou menos uma vez a cada 32 meses.

Nesse sentido, a lua negra seria a gêmea má da lua azul, como se convencionou chamar a segunda lua cheia do mês. Mas vamos esclarecer as coisas: esse novo tipo de lua — como qualquer outro acontecimento astronômico — não é sinal de mau presságio ou anúncio do fim dos dias, como sugerem esses alarmismos astrológicos espalhados na Internet.

No máximo, a lua negra pode ser a precursora de recomeços e festividades: uma lua cheia ocorrida no dia 30 de setembro de 2016 foi seguida de uma lua minguante quase invisível que apareceu no Rosh Hashanah, o ano novo judaico, e de uma lua crescente que marcou o início do Moarrão, o primeiro mês do calendário lunar islâmico.

E, por conta dos fusos horários, a lua nova pode nem sempre ser uma lua negra verdadeira para a maioria das pessoas do planeta.  A lua nova de setembro de 2016 começou após a meia-noite de 1º de outubro para quem estava no hemisfério oriental, o que a coloca no mês errado para fins da definição popular.

Naquele ano, muita gente do hemisfério oriental recebeu a lua negra no dia 30 de outubro e, para quem morava na Ásia Oriental, Japão, Nova Zelândia e Austrália, a lua negra chegou na data mais assustadora possível: 31 de outubro, mais conhecido como o Dia das Bruxas.

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