Cometa mais brilhante da década está passando pela Terra

O cometa Neowise está causando deleite entre astrônomos profissionais e observadores amadores, e vai estar visível nos céus do Hemisfério Norte até meados de Agosto.

Por Dan Falk
Publicado 10 de jul. de 2020, 11:19 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 01:56 BRT

 

O cosmonauta Ivan Vagner twittou uma foto do cometa Neowise da Estação Espacial Internacional.

Foto de Ivan Vagner, Roscosmos
O conteúdo desta reportagem foi sensivelmente alterado em 23 de julho de 2020. Na primeira versão, foi informado que o cometa não seria visível no Brasil.
 

Um cometa chamado Neowise está fazendo uma pequena visita aos arredores do planeta Terra este mês, e os astrônomos dizem que ele pode acabar sendo classificado como um dos mais brilhantes vistos em nossos céus em mais de uma década.

Atualmente, o cometa é brilhante o suficiente para ser visto a olho nu – mas só se você souber onde procurar e estiver no Hemisfério Norte. A incandescência do Neowise está encantando os observadores do céu na porção “de cima” do planeta. Eles têm se levantado antes do amanhecer para contemplar o brilhante viajante celestial.

Astrofotógrafo de Payson, Arizona, nos EUA, Chris Schur descreve o cometa como "lindo". Quando ele mirou seus binóculos na manhã de 7 de julho, calculou que a cauda do cometa tinha cerca de cinco graus de comprimento, o que é cerca de 10 vezes o tamanho aparente da lua cheia. Se a cauda continuar a crescer, o que os astrônomos dizem ser possível, a visão “poderia ser ainda mais impressionante", diz Schur.

Durante a próxima semana, o Neowise será alvo estritamente antes do amanhecer no Hemisfério Norte. Para vê-lo, é recomendável sair pelo menos 45 minutos antes do nascer do sol e olhar logo acima do horizonte em direção nordeste. A estrela brilhante Capella pode servir como indicador, pois o cometa fica logo abaixo dela, enquanto o brilhante planeta Vênus é visível a leste.

Dentro de uma semana, o cometa fará a transição para o céu noturno, facilitando ainda mais a localização. A partir de meados de julho, o cometa será visível no céu noroeste após o pôr do sol, arqueando lentamente para cima sob as estrelas da Ursa Maior.

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    Imagem do cometa Neowise nos céus do Líbano, registrada em 8 de julho.

    Foto de Maroun Habib

    Para ter a melhor chance de vislumbrar o transitório celeste, um pouco de planejamento ajuda bastante. “Não é como se você apenas olhasse para cima e, oh, aí está!”, diz Dave Schleicher, astrônomo sênior do Observatório Lowell em Flagstaff, Arizona. "Você precisa ter uma boa ideia de onde procurar – e os binóculos ajudarão.”

    Ainda assim, a julgar pelas fotos publicadas nas redes sociais nos últimos dias, o cometa está dando um show – provavelmente o melhor desde o cometa Hale-Bopp, que iluminou o céu noturno em 1997. O McNaught, que passou pela Terra em 2007, também era mais brilhante do que o Neowise, mas era visível principalmente no Hemisfério Sul.

    “O zum-zum-zum ao redor desse cometa é justificado”, diz o fotógrafo Malcolm Park, que capturou uma imagem do Neowise e sua cauda de sua casa no leste de Ontário na manhã de 5 de julho.

    Perto do Sol e da Terra

    Nomeado como o telescópio espacial usado para descobri-lo no final de março, o apelido oficial completo do cometa é C/2020 F3 (NEOWISE). Ele se aproximou mais do Sol, conhecido como periélio, em 3 de julho, e o fato de o cometa ainda ser visível faz com que os observadores do céu respirem aliviados.

    Muitos cometas não sobrevivem ao calor de uma aproximação próxima à nossa estrela anfitriã. Os cometas, geralmente descritos como "bolas de neve sujas", são constituídos por rochas, poeira, gases e gelo – uma combinação que nem sempre se mantém em temperaturas extremas.

    “À medida que se aproxima do sol, ele esquenta, sopra todo o tipo de material e você tem uma cauda espetacular”, diz Laura Danly, curadora do Observatório Griffith em Los Angeles. “Mas, às vezes, elas se desintegram completamente e desaparecem.”

    O Neowise parece ser um sobrevivente sagaz, emergindo de seu encontro com o Sol ostentando uma longa cauda de gás e poeira. “Já passamos pelo ponto de aproximação mais próxima e o cometa ainda está lá”, diz Danly. “Assim, podemos esperar mais um mês de boa visualização.”

    Vários fatores determinam o brilho do cometa. Depois de passar o Sol, ele agora reflete menos a luz da estrela em nossa direção, mas também está se aproximando da Terra. O Neowise fará sua abordagem mais próxima em 22 de julho, quando estiver a 64 milhões de milhas de nosso planeta. Depois disso, gradualmente desaparecerá de vista à medida que voltar para os confins do sistema solar.

    Para captar a melhor vista, você deve acordar cedo para ver o cometa esta semana ou esperar até o final do mês, quando estiver mais convenientemente posicionado no céu noturno? Muitos observadores do céu, temendo que o show do cometa seja passageiro, sugerem que acione um alarme matinal e veja o cometa o mais rápido possível. 

    E, com muitas pessoas se sentindo um pouco desanimadas devido à pandemia, um cometa que passa pode ser a desculpa perfeita para sair e se envolver com a natureza, acredita Danly. Dessa vez, infelizmente, só para os observadores do Hemisfério Norte.

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