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Página do Fotógrafo
Marcio Pimenta
Jornalista de formação, Clarissa Lima é assessora de diversidade da Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul desde 20 de novembro de 2020. No jornalismo, tratava principalmente da diversidade racial e de gênero. Como assessora, apoiou e ajudou a construir diversos projetos com tais temáticas. Atualmente, é uma referência em cultura e diversidade no estado.
Taís Domanski é bancária por paixão e tem a família como prioridade, desde pequena priorizou isso. A mãe e o pai são figuras importantes na sua formação. Com a mãe aprendeu que a vida não é fácil, mas que com sabedoria, tudo fica melhor. Com o pai, conta que um dos importantes aprendizados foi sobre ser preta. Até os dez anos de idade, Taís falava de si como 'morena'. O pai, pacientemente, ensinou que Taís era preta, filha de negro e descendentes de escravos, e que deveria sentir orgulho de si. Também a ensinou a nunca deixar a cor de pele determinar o sucesso em sua vida, o que vem fazendo até hoje.
Jorge Euzébio Assumpção é um dos grandes nomes da intelectualidade gaúcha. Foi professor e pesquisador na Unisinos e tem como seus maiores enfoques de pesquisa o negro no Rio Grande do Sul. É um dos maiores defensores da tese de que o negro é omitido na história do estado. Para ele, há um posicionamento ideológico de sonegação da participação afrodescendente na construção do Rio Grande do Sul.
Com mais de 30 anos de carreira na magistratura, a desembargadora Iris Helena Medeiros Nogueira é a primeira mulher e a primeira pessoa negra a assumir a Presidência do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Antes disso, ocupou o cargo de Corregedora-Geral da Justiça. Iris tem uma agenda lotada, é intensa e apaixonada pelo seu trabalho, mas não transparece cansaço. Mesmo em um meio de trabalho predominantemente masculino e branco, Iris diz não ter sofrido discriminação pelo seu gênero ou cor. Diz que é uma questão de proceder, mas também relaciona isso a sua criação. Nunca lhe foi dito que deveria agir de determinada maneira por ser mulher ou negra. Pautou suas escolhas pela sua vontade e capacidade. Assim, chegou em um dos cargos de mais alta responsabilidade na Justiça do estado.
Em suas próprias palavras, Ângelo Ilha da Silva aprendeu desde cedo o valor do trabalho duro para alcançar seus objetivos. É Procurador Regional da República, professor do programa de pós-graduação e chefe do Departamento de Ciências Penais da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, autor e coautor de mais de 30 livros. Em sua trajetória, recorda incidentes pontuais relacionados ao racismo, mas reforça que essas ocasiões não o impediram de construir uma trajetória de sucesso.
Jornalista, psicanalista, radialista, advogado e escritor, Antônio Carlos Côrtes é um nome importantíssimo na militância negra do país. Em Porto Alegre de 1971, plena ditadura militar, o Grupo Palmares, liderado pelo jovem Antônio Carlos e mais cinco amigos, conseguiu emplacar o Dia da Consciência Negra para o 20 de novembro – data da morte de Zumbi dos Palmares –, e não mais o 13 de maio – data da proclamação da Lei Áurea. De lá para cá, Antônio Carlos ajudou a manter viva a Sociedade Beneficente Floresta Aurora – clube negro mais antigo do país, localizado em Porto Alegre –, foi presidente do Conselho Estadual de Cultura, publicou livros, artigos e colunas. Continuou empenhado em sua militância ao longo de sua vida. Em 2021, recebeu a medalha Simões Lopes Neto, maior honraria concedida pelo governo do Rio Grande do Sul.
Para além de cantora, Loma Pereira é apresentadora de eventos, locutora, compositora ativista e produtora de projetos na música. Sua trajetória nos gêneros musicais começa, ainda criança, com o coral, passando pela MPB, música afro-brasileira, nativista e latino-americana. Quando morou no Rio de Janeiro, gravou com Gilberto Gil e Elza Soares. No Rio Grande do Sul, foi percursora da música tradicionalista na época de Barbosa Lessa e Paixão Cortes. Ao longo de sua vida, teve muita coragem, habilidade e astúcia para tomar decisões difíceis. Vinda de uma família sem capital e filha de mãe solteira, conseguiu ingressar no mercado da música e fez parte do Movimento Tradicionalista Gaúcho, onde com destaque, mesmo em meio a um grupo majoritariamente masculino. Tanto é sua importância para a música gaúcha que, em 2019, venceu o Prêmio Açorianos de música pelo conjunto da sua obra. Confira reportagem completa.
Beatriz Pereira é a figura pintada em um painel de 65 metros de altura e 15 de largura em uma empena do prédio da PGE-Daer em Porto Alegre. Ela opta por não ser chamada de líder da comunidade em que vive, se diz uma voluntária popular. Seja como for, Beatriz é uma figura de referência para aqueles que moram nas ilhas na volta de Porto Alegre. Na Ilha da Pintada, onde vive, é mãe-de-santo e educadora. Além de tudo isso, é ainda presidente de escola de samba. Relembrando o passado, diz ter largado os estudos em função do racismo. Na escola, sofreu por sua cor de pele, com vergonha, saiu da escola e foi fazer sua vida.
Carioca radicado em Porto Alegre há bons anos, Jeferson Tenório é escritor. Estreiou na literatura com o romance O beijo na parede (2013). Em 2020, venceu o Prêmio Jabuti, uma das maiores premiações da literatura nacional, pelo romance O avesso da pele, livro que trata das relações raciais e identidade. Em 2022, ao realizar uma palestra em uma escola da Bahia, foi ameaçado de morte por perfis anônimos na internet.
Nascida em Porto Alegre, Daiane dos Santos foi por nove vezes medalhista de ouro em campeonatos mundiais em competições de ginástica artística. Dentre suas conquistas, carrega o feito de ter sido a primeira ginasta brasileira – dentre homens e mulheres – a ganhar uma medalha de ouro no Campeonato Mundial, em 2003. Além disso, foi a primeira ginasta do mundo a realizar o duplo twist carpado e o duplo twist esticado. Ambos os movimentos foram nomeados em sua homenagem, hoje chamados de Dos Santos I e Dos Santos II. Após sua carreira exemplar na ginástica artística, Daiane decidiu se dedicar a novos projetos em 2012. Hoje é empresária e promove projetos sociais para a disseminação do esporte entre camadas populares e encontrar atletas de alto desempenho.