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Página do Fotógrafo
Maurício de Paiva
Moradora do rio Tapajós cultiva e limpa seu quintal próximo à roça e ao lado da casa de farinha, onde trata sementes amazônicas. Trata-se de uma prática herdada de povos indígenas que ajudaram a construir a agrobiodiversidade da Amazônia. Há evidências de consumo há pelo menos 11 mil anos de algumas plantas até hoje utilizadas no Brasil, dentre as quais castanha-do-brasil, goiaba, ariá, mandioca e palmeiras como o açaí, o tucumã, a bacaba, o murumuru e o buriti. Há pelo menos 6 mil anos tem-se também uma intensificação no cultivo de plantas como a mandioca e milho.
Moradora do rio Tapajós, próximo a Monte Alegre, a senhora traz para casa um robusto cacho do fruto da bacaba, uma palmeira, para o preparo do vinho. Vestígios arqueológicos de uma variedade de plantas – como palmeiras, castanhas e mandioca – além do grande número de descarte de ossos de fauna aquática – peixes, quelônios – são sinais de que a base da dieta amazônica era ampla, e fruto de um manejo milenar da floresta.
Pinturas rupestres no sítio arqueológico Painel do Pilão, em Monte Alegre (PA). As primeiras datações por carbono dos sítios da região de Monte Algre foram feitas em 1995 por Anna Roosevelt e revelaram pinturas rupestres entre as mais antigas já encontradas nas Américas, com 11,2 mil anos de idade. Também há vestígios de ocupações sedentárias a partir de 4 mil anos atrás.
A localização estratégica atualiza a importância econômica e cotidiana de Santarém, que remete ao intercâmbio cultural e material do passado pré- cabralino. Pequenas ou médias embarcações regionais – que zarpam para a Amazônia Ocidental, foz do Amazonas ou sobem o rio Tapajós, incluindo próximo a Monte Alegre – dividem o porto com cargueiros, ao fundo, carregados de grãos de soja plantada no Centro-Oeste.
Pintura rupestre no paredão do sítio arqueológico Serra da Lua, que apresenta 41 painéis, no município de Monte Alegre, noroeste do Pará. Antes consideradas frutos de um período específico de ocupação humana, as pinturas de Monte Alegre indicam uma ocupação descontínua da região desde 12 mil até 500 anos atrás. Cerâmicas de 6 mil anos atrás foram encontradas próximas dali, no sambaqui Taperinha, no município vizinho de Santarém.
Fêmur esquerdo de uma criança com idade estimada entre três meses e um ano encontrado no sítio Curiaú-Mirim-I. Remanescentes de corpos juvenis correspondem a um terço de todos os esqueletos já exumados no sítio. Acervo Núcleo de Pesquisa Arqueológica/Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá
Dentes humanos com perfuração na raiz recuperados no sítio arqueológico Curiaú Mirim-I, na zona estuarina do Amazonas no Amapá, próxima a Macapá. Da esquerda para a direita: pré-molar inferior; incisivo central superior; pré-molar superior e pré-molar superior. Note-se machas de tintura vermelha sobre as raízes e coroas. A mesma pintura vermelha vistas sobre raízes e coroas também foi identificada em ossos de indivíduos sepultados junto aos adornos. Fontes etnohistóricas apontam para a ampla utilização de colares e brincos confeccionados a partir de dentes de animais e seres humanos. Acervo Núcleo de Pesquisa Arqueológica/Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá
Dentes de fauna carnívora com perfurações na raiz recuperados no sítio arqueológico Curiaú Mirim–I. Os dentes, bastante parecidos aos caninos superior (à direita) e inferior (à esquerda) da onça-pintada, são parte de um conjunto composto por mais de 20 dentes humanos e quatro de fauna carnívora perfurados na raíz – todos são parte do mobiliário funerário depositado dentro de uma urna com dois indivíduos, um jovem adulto e uma criança próxima do primeiro ano de vida. Acervo Núcleo de Pesquisa Arqueológica/Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá
Extremidade distal de um úmero esquerdo de um indivíduo adulto, de sexo biológico desconhecido e idade estimada entre 23 e 39 anos. Apresenta tintura vermelha, assim como a maioria dos ossos depositados na urna funeraria da câmara C (Estrutura 1059). A mesma urna também continha ossos de uma criança, de até um ano e quatro meses, e grande conjunto de dentes humanos e de fauna perfurados, todos cobertos com a mesma tintura vermelha presente no fragmento de úmero. Acervo Núcleo de Pesquisa Arqueológica/Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá
Fêmur direito com evidências fratura e proceso de cicatrização de um indivíduo adulto, biologicamente feminino e com idade estimada entre 26 e 34 anos. Na mesma urna, recuperada do sítio Curiaú-Mirim I, foram registrados ossos de uma criança entre dois e cinco anos. Os sepultamentos registrados nesse sítio consistem em grandes estruturas funerárias com a deposição de vários individuos – as diversas crianças identificadas aparecem, geralmente, sepultadas junto de adultos, dividindo o mesmo invólucro cerâmico. Acervo Núcleo de Pesquisa Arqueológica/Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá