10 locais icônicos para fotografar. Qual o seu preferido?
Dos tesouros do Egito antigo à região selvagem da Tanzânia, fotógrafo da National Geographic compartilha seus destinos preferidos.
Publicado 10 de jan. de 2019, 07:45 BRST

TAJ MAHAL, ÍNDIA
O Taj Mahal é famoso por ser lindo (com certeza), famoso por ser o símbolo de amor eterno (talvez) e famoso principalmente por sua fama. Mesmo se não houvesse a simetria sublime das pedras, suas proporções elegantemente equilibradas por séculos de construções monumentais arquitetadas pelos líderes Mughal da Índia Central, ainda assim, nos seduziria pelo lugar que ocupa na história das viagens pelo mundo. Por séculos ele foi o destino "mais desejado" pelos turistas dentre tantos outros. Milhões de fotos foram tiradas, no mesmo exato local, da piscina reluzente, cada foto "perfeita" retrata a mesma perfeição do monumento de mármore. De certo modo, tirar essa foto é uma peregrinação por si só, vendo exclusivamente aquilo que milhões de outras pessoas também já viram.
Clique icônico: Da piscina reluzente, enquadrando o Taj entre os minaretes.
Foto de Jim RichardsonMACHU PICCHU, PERU
Perdida por mais de 400 anos sob a selva invadida dos altos Andes, a mágica de Machu Picchu foi renovada após o icônico explorador Hiram Bingham redescobri-la em 1911 e apresentá-la ao mundo moderno. Um século mais tarde ela ainda é impressionante, evocando a admiração aos reis incas e seu opulento retiro nas altas montanhas, um santuário espetacular envolto por montanhas, vales profundos e nuvens sempre rodopiantes. Fica a impressão de que mesmo as lhamas são capazes de ouvir seus fantasmas. As casas e avenidas de pedra, as praças e locais sagrados, tudo isso nos conta um pouco sobre a vida ainda presente, porém invisível a nossos olhos.
Clique icônico: Vista de cima dos terraços, onde Hiram Bingham fez as fotos originais para a revista da National Geographic.
Foto de Jim RichardsonVENEZA, ITÁLIA
Graciosa, linda e sempre encantadora, Veneza é também um exemplo perfeito de tragédia, desejo de consumir riqueza, poder e ambições sórdidas. Todas essas contradições coexistindo em um ambiente tão suntuoso faz com que Veneza, imediatamente, se torne um destino que seja um sinônimo de experiência mundana. "Visite Veneza e depois você pode morrer tranquilo", coloca a cidade diretamente no topo da lista dos locais para se conhecer antes de morrer. Para os vitorianos a vida não estaria completa se não tivessem riscado Veneza da lista de locais para se visitar. Ainda assim, ela supera todos os clichês; nunca deixa a desejar e é sempre extraordinária. Atualmente, essa cidade-ilha de hegemonia perdida é o seu próprio museu, uma cápsula do tempo que não somos capazes de abandonar. É arrebatador.
Clique icônico: As Gôndolas no Grande Canal.
Foto de Jim RichardsonANTÁRTIDA
A Antártida nos impressiona até hoje. Emblemática, gravada em nossa imaginação a partir dos contos de exploração heroica e do fracasso trágico e fatal do século passado, a Antártida nos subjuga de longe, humilhando até mesmo viajantes experientes, mais extensa na realidade do que nossa imaginação pode alcançar. Relegada à obscuridade da base de nossos mapas escolares, nosso conhecimento escasso nos prepara para os impressionantes irrompimentos de montanhas imponentes que rasgam a face do céu azul profundo, os belos icebergs e geleiras azuis e turquesa e a inconcebível abundância de vida. De fato, são as colônias infinitas de pinguins, sempre cômicas, mas totalmente indiferentes aos visitantes humanos, que definem a Antártida como um mundo em si próprio.
Clique icônico: Além dos Pinguins? Qualquer paisagem que englobe o vasto tamanho e as grandes distâncias da Antártida.
Foto de Jim RichardsonSTONEHENGE, INGLATERRA
Poucos locais são tão atemporais quanto o Stonehenge. É de conhecimento absoluto que todos os anos, nos últimos cinco mil anos, a Terra, o Sol e Stonehenge se alinharam apenas para que os raios de luz que atravessam a face da planície de Salisbury escorreguem pelas pedras verticais— é isso que define o nosso senso de ordem cósmica. As pedras ali elevadas, vigorosas, porém graciosas, instaladas por pessoas habilidosas que mal cabem em nossa imaginação ou lembrança. Passado esse primeiro momento, nós percebemos que também estivemos alinhados, mesmo que brevemente, com o próprio tempo.
Clique icônico: Raios de sol que de alguma forma cruzam as pedras.
Foto de Jim RichardsonILHA DE PÁSCOA
De pé nessa fila assombrada, as estátuas da Ilha de Páscoa, chamadas de Moai, despertam nossos pensamentos mais profundos. O santuário de pedras, ao mesmo tempo irreal e, ainda assim, extremamente conhecido por nós, evoca a adoração aos ancestrais exatamente da forma que os ilhéus, perdidos no vasto Pacífico, provavelmente o faziam. Nossos pensamentos refletem a solidão: os polinésios fizeram sua épica viagem pelo vasto Pacífico até esse pedaço de ilha e ficaram sozinhos por lá por milhares de anos. Deixados a suas próprias imaginações, os ilhéus inventaram sua própria versão da eternidade. Na escuridão, sob a noite estrelada do sul, as estátuas gigantescas têm o poder de assombrar a mente como poucos outros lugares da Terra.
Clique icônico: Tongariki com uma longa fila de Moai na espreita.
Foto de Jim RichardsonTEMPLO DE TA PROHM, CAMBOJA
O templo de Angkor Wat, localizado na selva do Camboja, é a maior estrutura religiosa do mundo. Porém, nas proximidades existe outro templo, o Ta Prohm, menos grandioso em seu tamanho, mas mais penetrante para a alma. Aqui, as raízes das gigantescas figueiras caem sobre as paredes de pedra intrinsecamente esculpidas, emoldurando as portas. Uma depende da outra, nem as paredes e nem as árvores conseguem se manter sozinhas. As raízes serpenteiam em torno dos símbolos religiosos, parecendo sinapses de algum sistema nervoso central antigo, conectando pensamentos perdidos em pedra.
Clique icônico: As portas do templo emolduradas pelas raízes.
Foto de Jim RichardsonSERENGETI, TANZÂNIA
O Serengeti proporciona uma epifania à maioria dos visitantes: A selvageria ainda tem um lugar em nosso mundo. Nas pradarias ensolaradas da Tanzânia, a vida é elementar, a cadeia alimentar é óbvia e não sentimental, a arte da sobrevivência faz parte do cotidiano, bondade e misericórdia não têm nenhuma relevância. As grandes migrações combinam vários atores em um local dramático. As imensas paisagens são tranquilas, exceto pela imagem de um leão perseguindo algo em grama alta. Nós somos os intrusos, resignados a aceitar a nossa insignificância. É confortante e humilhante ao mesmo tempo.
Clique icônico: Paisagem e formatos simbólicos que evocam emoções primitivas.
Foto de Jim RichardsonAS PIRÂMIDES DE GIZÉ, EGITO
As pirâmides praticamente definem o conceito de icônico, sua forma triangular reconhecida instantaneamente, marcada em nossa concepção cultural como coletivo humano, definindo o lugar, o tempo e a personalidade. Aquele formato! E assim, por cerca de 4,5 mil anos, elas têm sido as mais maravilhosas das maravilhas, em uma união própria, sem serem desafiadas por sua absoluta audácia, sendo paradigmas de qualquer design. E depois há a Esfinge, um enigma que evoca um mistério que não queremos solucionar. Sempre à espreita, de algum modo, quanto mais intrigante, menos temos conhecimento, especialmente sedutora em fotografias antigas quando foi enterrada até o pescoço nas areias do deserto egípcio. Tumbas para os reis, monumentos para a aspiração humana, tudo sob o ardente sol egípcio.
Clique icônico: Explorando sua variedade de alinhamentos, à distância para formas empilhadas, de perto para conexões íntimas
Foto de Jim RichardsonPAPUA NOVA GUINÉ
Nas terras altas de Papua Nova Guiné, nos deparamos com as partes de nossa mente que o mundo moderno escondeu com exímia perfeição. Os Huli Wigmen (e muitos outros povos e culturas) mantêm tradições profundamente enraizadas no tempo e na mente, trazendo à luz espíritos interiores e (através de roupas intricadas e maquiagem generosa) os transvestindo orgulhosamente no festival Sing-Sing. A transformação das pessoas comuns em aparições do mundo espiritual é surpreendente. Observando seus rostos, confrontamos nossa natureza não solucionada e fraturada. Em toda Papua Nova Guiné, cada grupo exibe, com orgulho, sua própria identidade e seu eu interior.
Clique icônico: Os rostos nas danças, personagens trazidos à vida
Foto de Jim Richardson