Eles são peixes, mas não sabem nadar muito bem

Cavalos-marinhos e peixes-sapo, entre outros, estão entre os animais aquáticos que não se destacam exatamente por serem exímios nadadores.

Por Liz Langley
Publicado 14 de out. de 2018, 11:00 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
No fundo do oceano da Ilha Cocos, Costa Rica, o peixe-morcego de lábios vermelhos quase sempre ...
No fundo do oceano da Ilha Cocos, Costa Rica, o peixe-morcego de lábios vermelhos quase sempre preferirá andar em vez de nadar para procurar suas presas.
Foto de Fred Bavendam, Minden Pictures, National Geographic Creative

“Os peixes nadam, as aves voam”, escreveu Jerome Kern em uma canção de amor da Broadway — mas mesmo sendo uma letra bonita, não é totalmente verdade.

Não apenas existem diversas aves incríveis que não voam, como avestruzes e pinguins, como existem também muitos peixes que, como você já deve adivinhar, não nadam. Isso nos faz questionar: Por que é que alguns peixes nunca ganharão uma medalha no nado?

Acontece que todos eles têm suas razões para investir a energia em outra coisa.

Devagar e sempre

 Quando o assunto é peixe, "os nadadores lentos tendem a ser aqueles que não precisam nadar com velocidade ou eficiência", diz Selina Heppell, diretora do departamento de pesca e vida selvagem da Universidade Estadual de Oregon. Nisso se incluem predadores de emboscada que pulam nas presas sem precisar se esforçar tanto.

O formato único do corpo do cavalo-marinho faz dele, por exemplo, o peixe mais lento dos mares, mas é um predador incrivelmente rápido desde que as águas da área estejam paradas. Eles comem copépodes, minúsculos crustáceos que podem fugir em até dois milissegundos. Mas nem isso é rápido o suficiente: O cavalo-marinho pode atacar em um milissegundo.

Já outros peixes são mestres do disfarce. Os peixes-pedra se camuflam perfeitamente no fundo do oceano e chegam às vezes a criar algas no corpo. Isso aperfeiçoa a camuflagem e também ajuda a atrair peixes para a morte certa.

Quando algum peixe vagueia procurando algas para se alimentar, o peixe-pedra o captura com suas imensas mandíbulas, normalmente engolindo a presa de uma vez. Isso também evita que as algas sejam comidas, já que é o peixe que acaba sendo engolido.

E, uma vez que são cobertos de espinhos tão venenosos que podem matar um ser humano em menos de uma hora, os peixes-pedra não precisam de velocidade.

Outros peixes que seguem uma dieta de hábitos lentos são os predadores de águas profundas que "espreitam na escuridão, aguardando sua presa e não têm muita massa muscular", diz Heppell.

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    Foto de Fred Bavendam, Minden Pictures, National Geographic Creative

    O peixe-gota, também conhecido como peixe-bolha, vive a uma profundidade de até 1,2 mil metros na costa australiana. Esses peixes não têm nenhuma massa muscular, o que os torna menos densos que as águas profundas que habitam e, portanto, capazes de sobreviver às esmagadoras pressões do fundo do mar. O outro truque é ficar parado e comer quaisquer caranguejos, moluscos e outros animais que aparecerem no fundo do oceano.

    Caminhada em troca de comida

    Os coiós, peixes do fundo do mar, nadam, mas certamente não batem nenhum recorde de velocidade, afirma Scott Heppell, professor associado de estudos de pesca da Universidade Estadual de Oregon. Os coiós são um tipo de peixe-cabra, conhecido por suas nadadeiras peitorais semelhantes a asas, utilizadas para atrair fêmeas.

    Eles são alguns dos raríssimos peixes que optam por caminhar no chão do oceano em vez de nadar, porque a velocidade não é tão importante para eles. Em vez de perseguir suas presas, eles as procuram devagar.

    As nadadeiras pélvicas não são ligadas nas pontas, de modo que conseguem cavar a areia à procura de petiscos com os raios das nadadeiras, que funcionam como dedos.

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    Outro andarilho dos mares é o peixe-mão manchado da Austrália e Tasmânia, que quase entrou em extinção durante a década de 1990. A poluição e a predação de ovos estão entre as causas da má situação do peixe-mão, mas cientistas australianos iniciaram um programa de reprodução da espécie para dar uma mão amiga, digamos assim.

    Mas o peixe "andarilho" mais bizarro de todos é provavelmente o peixe-morcego de lábios vermelhos, que anda pelo mundo subaquático do arquipélago de Galápagos.

    Um último peixe que não se importa em viver a vida perigosamente é o baiacu, também chamado de peixe-balão. Quando perseguido, ele engole bastante água e infla de modo a ficar tão grande e, às vezes, tão espinhoso, que ninguém pode comê-lo.

    O baiacu também é tóxico o suficiente para matar 30 humanos, sem antídoto conhecido.

    Então, cuidado para que ele nunca te ouça o chamando de mau nadador.

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