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Uma população descoberta em 1967 deu esperanças à espécie que pesquisadores acreditavam estar extinta. Desde então, esforços como fertilização em vitro tentam salvá-la da ameaça crítica de extinção.

Por Redação National Geographic
Publicado 8 de abr. de 2020, 07:30 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Sapo de crista de Porto Rico fotografado no zoológico do condado de Sedwick, no estado americano de Kansas.
Foto de Joël Sartore, National Geographic Photo Ark
  • Nome comum: Sapo de crista de Porto Rico
  • Nome científico: Peltophryne lemur
  • Classe: Anfíbios
  • Alimentação: Insetívoro
  • Expectativa de vida média em cativeiro: 10 anos
  • Tamanho: 5 a 13 cm
  • Status de conservação (IUCN): Criticamente Ameaçado
  • Tendência populacional: Desconhecida

 

O Disney Conservation Fund colabora com os esforços de conservação dessa espécie. A National Geographic Partners é uma joint venture entre a National Geographic Society e a The Walt Disney Company.

O sapo de crista de Porto Rico é o único nativo de Porto Rico. Seu nome popular é uma referência às cristas ósseas acima de seus grandes olhos dourados, esse sapo também é identificado pelo focinho virado para cima e pela pele rugosa, que parece coberta de verrugas. Os machos são de cor verde-oliva e apresentam coxins nos polegares, já as fêmeas têm pele mais áspera e cor marrom fosca e cristas mais proeminentes.

Esse sapo apresenta hábitos semifossoriais, o que significa que, às vezes, escava ou faz tocas debaixo do solo. Entre os esconderijos prediletos dessa espécie estão tocas de caranguejo, refúgios de aranhas e cavidades em ninhos feitos por pequenos pássaros do Caribe da família Todidae. Ele ainda é um habilidoso escalador para seu tamanho, podendo escalar quase 45 centímetros até encontrar aberturas em formações rochosas calcárias. Quando precisa se esconder dos predadores, o sapo pode se espremer em apertadas fendas nas rochas com menos de cinco centímetros de altura por cinco centímetros de largura.

Alimentação e habitat

Esse anfíbio carnívoro se alimenta de uma variedade de aracnídeos e insetos, como formigas, besouros, grilos e aranhas. Os girinos também não são muito exigentes e se alimentam de algas, escorpiões mortos e até girinos mortos — isto é, se não forem comidos antes por espécies invasoras que atacam girinos dessa espécie.

Os girinos que conseguem chegar à idade adulta encontram seu habitat ideal nas florestas subtropicais secas de Porto Rico. O sapo de crista de porto Rico é encontrado na natureza apenas no Bosque Estatal de Guánica, na parte sul da ilha, ou em suas redondezas. Embora o sapo viva em altitudes de 50 metros acima do nível do mar, ele prefere passar a maior parte do tempo em tocas no subsolo  — sozinho.

Reprodução

O sapo de crista de Porto Rico é solitário por natureza, porém, uma vez por ano, vários indivíduos se reúnem para se reproduzir. No entanto a época em que ocorre a reprodução é um pouco indefinida. A temporada de acasalamento varia de ano para ano e depende do clima: as chuvas criam poças rasas temporárias de água, denominadas leks, que são ambientes ideais para os ovos de sapos.

O acasalamento requer ao menos 10 centímetros de precipitação — e chuvas mais fortes atraem mais indivíduos aos locais de reprodução. Se a chuva for especialmente torrencial, os sapos dessa espécie podem inclusive caminhar até as poças por distâncias superiores a três quilômetros. Por outro lado, chuva insuficiente pode significar ausência de procriação no ano em questão.

Quando os machos chegam ao seu local de reprodução, coaxam para atrair fêmeas. Uma fêmea pode botar até 15 mil ovos, dos quais eclodem girinos em um dia. Aqueles que não morrerem devido à predação ou à destruição do habitat atingem o estágio de metamorfose entre 18 e 24 dias, tornando-se pequenos sapos imaturos. Entretanto aproximadamente 99% desses ovos não chegam à idade adulta.

Ameaças à sobrevivência

Acreditava-se que os sapos-conchos haviam se extinguido entre 1931 e 1967, quando uma população foi descoberta no norte de Porto Rico. Atualmente, a União Internacional para a Conservação da Natureza classifica o animal como criticamente ameaçado. Os cientistas estimam que existam na natureza apenas entre mil e três mil indivíduos adultos.

Algumas ameaças à sua sobrevivência são a competição pelo habitat com os sapos-cururus invasores, que também se alimentam de girinos e formas imaturas menores do sapo-concho. A extensa lista de predadores do sapo de crista de Porto Rico inclui gatos, caranguejos, cães, garças, lagartos, fuinhas e ratos.

Os humanos também são responsáveis pelo declínio da população dessa espécie, pois a agricultura e a urbanização causam a drenagem e a destruição das poças de reprodução lek. Outras ameaças decorrem de desastres naturais como furacões e estiagens, que destroem habitats vitais e impedem encontros de acasalamento.

Conservação

As iniciativas de conservação para salvar a espécie incluem programas de reprodução em cativeiro. Em 1984, esse sapo se tornou o primeiro anfíbio incluído no Plano de Sobrevivência de Espécies (SSP) da American Zoological Association. Zoológicos e entidades governamentais continuam a colaborar com as iniciativas de reprodução e reintrodução. Os parceiros do SSP conseguiram obter, com a procriação, mais de 300 mil girinos, muitos dos quais são monitorados em lagoas artificiais em Porto Rico. Em 2019, foi gerado o primeiro sapo da espécie por meio de fertilização in vitro.

VOCÊ SABIA?

  • Em 2006, quatro mil girinos do sapo de crista de Porto Rico embarcaram em um voo que partiu de São Francisco para serem libertados em lagoas em Porto Rico.
  • Em 2019, nasceu o primeiro sapo de crista de Porto Rico por meio de fertilização in vitro. Os cientistas lhe deram o nome de Olaf.
  • Os cientistas acreditavam que os sapos-conchos haviam se extinguido por grande parte do século 20, até que uma população foi descoberta em 1967.
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