Você sabe como adestrar seu gato?

Os felinos são independentes e voluntariosos, mas podem aprender certos comportamentos – e isso é bom tanto para o gato quanto para seu proprietário

Por Linda Lombardi
Um gato entra em sua caixa de areia durante o treinamento.
Um gato entra em sua caixa de areia durante o treinamento.
Foto de Sarah Ellis

O adestramento sempre fez parte do pacote no caso dos cães, embora os métodos tenham mudado muito ao longo das gerações. Com os gatos, a história é outra — mas não deveria ser.

“As pessoas não têm o costume de adestrar gatos porque acreditam que os felinos sejam... independentes e cheios de vontade própria”, diz Sarah Ellis, coautora do livro The Trainable Cat (“Treine o Seu Gato”, em tradução livre).  (Saiba por que tudo que você pensa sobre os gatos pode estar errado.)

“Porém, as pessoas não percebem que inconscientemente treinam seus gatos todos os dias.”

Gatos aos seus pés

A má notícia é que você normalmente treina o seu felino para fazer o oposto do que você deseja. Quantas vezes você gritou "Não!" e correu para tirá-lo de cima da pia da cozinha? E, ainda assim, ele parece não aprender. Há uma razão para isso.

Você acredita estar repreendendo, mas está, “sem querer, dando atenção ao gato, o que, na cabeça dele, é melhor do que nada e, portanto, gratificante”, diz Mikel Delgado, estudante de pós-doutorado da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade da Califórnia, em Davis.

É um princípio básico de adestramento: se um comportamento resulta em algo que o animal gosta, ele fará de novo. (Surpreenda-se com o que gatos pensam sobre nós.)

Portanto, evite que esse princípio tenha o efeito contrário e faça com que ele funcione a seu favor. “Recompense o animal pelo que você gosta que ele faça e ignore o que não gosta”, explica Delgado.

O poder da positividade

O adestramento representa uma forma mais efetiva de se comunicar com animal — e pode até parecer que o seu gato está correspondendo aos seus sinais.

Os gatos (na foto, um felino sobre um carro em Lincoln, Nebraska) nem sempre são independentes e distantes, dizem os especialistas.
Foto de Joël Sartore, Nat Geo Image Collection

Delgado percebeu isso quando ensinou sua gata a usar o arranhador, em vez de tentar ensiná-la a não arranhar o sofá. “Quando a minha gata queria um petisco, ela ia até o arranhador, colocava uma pata nele e olhava para mim como quem diz: 'Olha só, você vai me dar um petisco por isso?'"

Quando você começa a ignorar comportamentos indesejáveis, precisa aguentar o que os adestradores chamam de “explosão devido à extinção do reforço”.

“No começo, o animal duplica os esforços. Portanto, se você parar de se levantar no meio da noite para dar comida ao seu gato, provavelmente ele miará mais alto e andará sobre o seu rosto”, comenta Delgado. “Você precisa ser consistente na ausência de resposta.”

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    Para começar a ensinar o seu gato a fazer as coisas que você deseja, Ellis sugere treiná-lo para vir quando for chamado. Posicione-se a quase um metro de distância, pronuncie o nome do seu amigo felino para chamar sua atenção, diga “venha” e ofereça um petisco.

    Se necessário, estenda o petisco na mão e então aproxime-a do corpo para que o gato siga o movimento. Repita o processo até que o gato comece a responder de forma consistente e, em seguida, chame-o de uma distância cada vez maior.

    Boas recompensas

    Sempre divida o processo em pequenas etapas. Para aparar as unhas, comece a recompensar o seu gato repetidamente por permitir o simples toque em uma de suas patas.

    Quando ele estiver confortável com o toque, ofereça um petisco ao pressionar sua pata suavemente para fazer as garras aparecerem. Aos poucos, siga até conseguir aparar uma unha e depois mais de uma por vez. O processo pode parecer cansativo, mas vale a pena, pois evita batalhas nos cuidados básicos de rotina pelo resto da vida.

    Certifique-se de usar petiscos dos quais o seu gato realmente goste: se os petiscos mais duros não parecerem interessar, tente os macios ou um pouco de comida enlatada. Essas recompensas devem ser bem pequenas e é necessário reduzir um pouco a quantidade de alimento oferecida nas refeições, para evitar o ganho de peso. Faça sessões de adestramento de curta duração e não tente progredir muito rapidamente.

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    “O erro mais comum que as pessoas cometem ao treinarem seus gatos é pedir muito em muito pouco tempo”, diz Ellis.

    O treinamento vale o esforço: fica mais fácil cuidar do seu gato, bem como construir um relacionamento.

    As pessoas que adestram seus felinos “percebem que seus gatos não são assim tão teimosos e voluntariosos, que fazem coisas para irritá-las”, diz Delgado. “A relação homem-animal ganha um benefício real, e não é tão difícil quanto você pensa.”

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