O que é a epilepsia e como ela afeta o corpo humano

Para propagar mais informações sobre a doença, foi criado o Dia Internacional da Epilepsia, efeméride que acontece anualmente em fevereiro.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 13 de fev. de 2023, 14:11 BRT

Eletrodos de neurociência são implantados no cérebro de um paciente epiléptico para identificar o fonte da convulsão, permitindo que os neurocirurgiões tenham como alvo o tecido cerebral a ser removido.

Foto de Robert Clark

A epilepsia é uma doença em que há perturbação da atividade das células nervosas no cérebro, causando convulsões que podem levar à perda de consciência. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 50 milhões de pessoas têm epilepsia, o que a torna uma das doenças neurológicas mais comuns em todo o mundo. Em vista de promover conscientização sobre a doença, o International Bureau for Epilepsy (IBE) e a Liga Internacional Contra a Epilepsia (Ilae, na sigla em inglês) estabeleceram o Dia Internacional da Epilepsia. 

A efeméride é impulsionada anualmente na segunda segunda-feira de fevereiro em mais de 140 países e, segundo as instituições médicas internacionais, é uma oportunidade poderosa para destacar os problemas enfrentados por pessoas com epilepsia, suas famílias e cuidadores, em todas as regiões do mundo.

O que é e como a epilepsia afeta as pessoas

Segundo a OMS, os episódios de convulsão característicos da doença são resultado de descargas elétricas excessivas em um grupo de células cerebrais que podem ocorrer em diferentes partes do cérebro. Eles podem variar desde os mais breves lapsos de atenção ou espasmos musculares até convulsões graves e prolongadas. As convulsões também podem variar em frequência, de menos de uma por ano a várias por dia.

Entretanto, uma convulsão não significa sofrer de epilepsia. De acordo com a OMS, até 10% das pessoas em todo o mundo têm pelo menos uma convulsão durante a vida. A epilepsia é definida como tendo duas ou mais convulsões não provocadas. 

Entre as causas da condição, a organização internacional diz que praticamente todas as pessoas estão sujeitas a desenvolver epilepsia. Isso porque as causas da doença são variadas ou desconhecidas em cerca de 50% dos casos.

Algumas das causas conhecidas para a epilepsia são: 

  • Danos cerebrais de causas pré-natais e perinatais (perda de oxigênio ou trauma durante o parto, baixo peso ao nascer);
  • Anormalidades congênitas ou condições genéticas associadas com malformações cerebrais;
  • Lesões graves na cabeça;
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC) que restringe a quantidade de oxigênio para o cérebro;
  • Infecções do cérebro, como meningite, encefalite ou neurocisticercose;
  • Tumores cerebrais.

Como ajudar alguém em caso de uma crise epiléptica

Durante os episódios de crises epilépticas, amigos e familiares da pessoa que sofre com a doença não devem entrar em pânico e podem seguir alguns passos para evitar possíveis lesões e complicações. A Liga Suíça Contra a Epilepsia, organização que atua para melhorar a qualidade de vida de pessoas afetadas pela doença, faz as seguintes recomendações: 

1. Manter a calma

O primeiro passo recomendado pela Liga Suíça é manter a calma, principalmente se você e a pessoa em crise estiverem em público. O pânico pode causar mais danos do que o ataque epilético. 

2. Deitar o paciente logo aos primeiros sinais

Ao notar os primeiros sinais de uma crise epiléptica – a pessoa ficou muito parada e quieta de repente, apresenta olhar fixo ou movimentos musculares involuntários no rosto – a Liga Suíça recomenda deitar o paciente, seja no chão, sofá ou cama. 

3. Retirar de perto objetos que possam causar lesões

A Liga pede atenção para objetos que podem machucar a pessoa durante as convulsões causadas pela crise. 

Já  com a pessoa deitada, recomenda-se retirar do alcance pequenos móveis ou objetos pontiagudos, afiados, duros ou quentes. Note se há algum objeto nas mãos de quem está passando pela crise ou se ela usa óculos, por exemplo, acessório que também deve ser removido por precaução. Se preciso, é indicado levar a pessoa para longe de uma área perigosa puxando-a pelo tronco. 

4. Não tentar impedir um ataque

“Uma vez que tenha começado, é praticamente impossível interromper um ataque epiléptico”, informa a Liga Suíça. A organização alerta que, quem estiver auxiliando uma pessoa em crise epiléptica, não deve tentar parar o ataque gritando, mexendo, chacoalhando ou fazendo com que a pessoa cheire perfumes fortes. 

A instituição também diz que não é aconselhável tentar prender a pessoa em convulsão. Isso pode machucar tanto você quanto quem está em crise. 

5. Auxílio pós-crise

Depois de passado o ataque, a Liga Suíça recomenda colocar a pessoa em uma posição lateral estável para desobstruir as vias aéreas e evitar engasgos e sufocamentos com fluxo de saliva e possíveis vômitos. 

Além disso, também é recomendado soltar a roupa de quem sofre com o problema, como desapertar a gravata ou o colarinho para facilitar a respiração. 

Caso a pessoa sofra vários ataques seguidos sem um período de consciência entre eles, a recomendação é chamar um médico ou ambulância. O mesmo serve para casos onde os episódios duram mais de três minutos ou se ocorrem lesões. 

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