Conversando com as crianças sobre o coronavírus

Manter a calma e ser sincero ajuda a reduzir a ansiedade do seu filho.

Por Ruth A. Musgrave
Publicado 14 de abr. de 2020, 18:16 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
As crianças precisam se sentir seguras e despreocupadas e como são nos adultos em quem elas confiam, esse ...

As crianças precisam se sentir seguras e despreocupadas e como são nos adultos em quem elas confiam, esse é o nosso maior papel: ajudá-las nessa questão.

Foto de Tetra Images / Getty Images
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Com o fechamento das escolas e o cancelamento de grandes eventos, seu filho provavelmente tem dúvidas e preocupações em relação ao coronavírus, ou à Covid-19. Pode ser difícil conversar sobre o assunto, principalmente quando você também tem dúvidas e preocupações.

“As crianças precisam se sentir seguras e despreocupadas”, diz Katie Ryder, médica de família da rede de hospitais Kaiser Permanente, nos Estados Unidos. “Como o adulto no qual as crianças confiam, esse é o nosso maior papel: ajudá-las nessa questão.”

Veja algumas dicas sobre como conversar com seus filhos sobre o coronavírus.

Primeiro de tudo, mantenha a calma

Nós sabemos: é mais fácil falar do que fazer. Mas as crianças conseguem perceber como você está se sentindo. Se você demonstra pânico ou ansiedade, elas farão o mesmo. Em vez disso, valide as preocupações delas para mostrar que você entende por que elas podem estar nervosas – e que não tem problema sentir um pouco de nervosismo. “Mas é importante que elas saibam que não há necessidade de entrar em pânico”, diz Ryder.

Depois, fale calmamente sobre o que está acontecendo e tranquilize-as, dizendo que muitas pessoas estão trabalhando para melhorar as coisas. “As crianças precisam saber que os adultos estão trabalhando juntos para garantir a segurança delas”, diz Rebecca Goertzel, diretora da Escola de Ensino Fundamental Chautauqua em Vashon Island, no estado americano de Washington.

Preste atenção nas crianças para saber o que elas estão sentindo

Crianças muito pequenas podem não ter dúvidas e, nesse caso, não há motivo para discutir o assunto. Mas outras crianças querem respostas, e os pais não devem deixar de falar sobre o que está acontecendo. “Seja honesto”, diz Goertzel. “Mas não as assuste e não seja alarmista.” Limitar a exposição a reportagens de televisão e mídias sociais – especialmente à medida que a taxa de infecção aumenta – pode ajudar, uma vez que muitas notícias podem instigar a imaginação e fazê-las pensar que a situação se trata de um apocalipse zumbi.

Ajude as crianças a sentirem que estão no controle

Uma das melhores maneiras de acalmar as crianças é ajudá-las a sentir que podem proteger não apenas a si mesmas – mas também a outras pessoas. Diga a elas que, ao seguirem as regras para se manterem saudáveis, estarão ajudando outras pessoas a ficarem seguras, pois não estarão disseminando a doença. “Esse é o trabalho delas – fazer o que já sabem para proteger a saúde delas e de outras pessoas”, diz Ryder.

Portanto, ao lembrá-las de como não adoecer – lavar as mãos, cobrir a boca com o cotovelo ao espirrar e tossir, não tocar no rosto – ajude-as a entender que essas ações também protegem os outros. “E torne o processo divertido”, diz Goertzel. “Peça que gentilmente façam o toque dos cotovelos, em vez de bater as mãos.”

Seja realista sobre o fato de as crianças poderem adoecer

A boa notícia é que poucas crianças parecem ter sido infectadas com o coronavírus e, quando de fato contraem a doença, os sintomas tendem a ser leves. Explique a elas que já contraíram doenças semelhantes, como resfriado comum ou gripe, e que se recuperaram. O coronavírus provavelmente as afetará da mesma maneira.

Ainda assim, elas provavelmente ficarão preocupadas com outros membros da família. Novamente, explique que a maioria dos adultos que contraiu a doença se recuperou e que médicos e cientistas estão trabalhando muito para proteger todos. E quanto à vovó e ao vovô? “Se os pais ou as crianças apresentarem sintomas gripais,  aconselhamos que adiem as visitas aos avós”, explica Ryder. Conforte as crianças com muitas ligações telefônicas e bate-papos por vídeo para mostrar que tudo está bem.

Mantenha uma rotina normal

Se você está seguindo as recomendações de “distanciamento social” ou se a escola de seu filho foi fechada temporariamente, é importante fazer com que as crianças sintam que suas vidas não serão muito afetadas. Estabeleça uma rotina em casa e (seguindo as orientações do seu médico) continue fazendo atividades normalmente, como tocar piano, ler na hora de dormir, cozinhar juntos ou até mesmo brincar no quintal.

Considere adicionar novas atividades para serem feitas em casa sempre no mesmo horário todos os dias, como conversar por vídeo com os avós, se exercitar (chame o exercício de festa!) ou artesanato. Ficar confinado e longe dos amigos não será muito divertido. “Mas, ao ficar em casa, crianças e famílias estão contribuindo para solucionar o problema”, afirma Goertzel. “Elas fazem parte da solução.”

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