Duas galáxias em espiral colidiram. A NASA capturou o resultado

Esse circuito deslumbrante repleto de buracos negros oferece uma melhor compreensão das consequências de eventuais acidentes em galáxias como a nossa.

Por Nick Lunn
Publicado 13 de set. de 2018, 17:47 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Uma imagem composta dos telescópios espaciais Hubble e Chandra mostra a galáxia de anel conhecida como ...
Uma imagem composta dos telescópios espaciais Hubble e Chandra mostra a galáxia de anel conhecida como AM 0644-741 ou o Anel de Lindsay-Shapley.
Foto de NASA

CERCA DE 300 MILHÕES anos-luz da Terra, nas profundezas da constelação de Piscis Volans, o Peixe Voador, duas galáxias espirais se envolveram uma sobre a outra, deixando um anel brilhante de buracos negros e estrelas de nêutrons em seu rastro.

A violenta colisão cósmica resultou no que é conhecida como uma galáxia de anel, chamada AM 0644-741, que foi capturada em algumas fotos e agora é apresentada em um estudo publicado recentemente no Astrophysical Journal.

Quando duas galáxias se colidem, realmente não há quase nenhuma colisão. As estrelas e outros objetos grandes estão tão espalhados, que raramente se chocam durante essa fusão. Porém, os efeitos gravitacionais podem empurrar e reorganizar as galáxias de maneiras muito perceptíveis.

"Assim que eu olhei para as imagens ópticas de galáxias anulares, eu fui fisgada. Elas são tão espetaculares que realmente fazem você se perguntar como a natureza pode produzir tais formas surpreendentes.” Escreveu em um e-mail a coautora do estudo Antonella Fruscione, astrofísica no Observatório de raios-X Chandra.

Nesse caso, uma galáxia menor, possivelmente a que está no canto inferior esquerdo da imagem, passou completamente por AM 0644-741, criando uma ruptura gravitacional na forma de uma onda de densidade que ondulava do centro da galáxia, como ondas geradas a partir de uma pedra lançada em um lago.

“Essas ondas movem algumas das órbitas das estrelas em direção às regiões externas e, principalmente, comprimem o gás na galáxia alvo e nos arredores. O gás mais denso que resulta disso, atinge o ponto em que faz novas estrelas.” Explica em um e-mail a coautora do estudo Anna Wolter, uma astrônoma do Observatório Astronômico de Brera, na Itália.

As estrelas existentes que foram movidas, bem como suas irmãs recém-nascidas, espalharam-se e criaram a estrutura circular da galáxia do tipo anel recém-formada, também chamada de Anel de Lindsay-Shapley depois que os astrônomos Eric Lindsay e Harlow Shapley a descobriram em 1960.

Os pontos roxos brilhantes que circundam a galáxia são fontes ultraluminosas de raios-X, sistemas binários que, segundo os astrônomos, provavelmente são alimentados por buracos negros de massa intermediária ou estrelas de nêutrons. Imagens como essas podem ajudar a resolver esse mistério e oferecer informações potencialmente úteis para quando a galáxia Via-Láctea colidir com a nossa grande vizinha espiral Andrômeda em cerca de quatro bilhões de anos.

“Coletar um grande número dessas fontes nos ajudará a encontrar respostas para essas perguntas e, saber afinal, como as estrelas nascem, vivem e morrem”, diz Wolter.

Além da ciência, as próprias imagens oferecem um sentido de admiração, mesmo para aqueles que as estudam para viver: “Esses tipos de imagens são o que me atraiu para me tornar uma astrônoma quando eu era jovem”, diz Fruscione, “e ainda são; por isso sou feliz com o meu trabalho”.

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