Oposição dos planetas: o que é e quando o fenômeno pode ser observado no céu?

Durante o mês de setembro, dois planetas estarão alinhados com a Terra e o Sol e poderão ser vistos mais claramente do que no resto do ano. 

Esta visão impressionante da Grande Mancha Vermelha de Júpiter e do turbulento hemisfério sul foi capturada pela espaçonave Juno da NASA ao passar de perto pelo planeta gigante gasoso.

Foto de Kevin M. Gill NASA, JPL-CALTECH, SWRI, MSSS
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 15 de set. de 2022, 11:12 BRT

Netuno e Júpiter brilharão no céu nos próximos dias. Isso graças à oposição deles ao Sol e à Terra, em um fenômeno que fará com que estes corpos celestes se destaquem com mais força este mês. 

É o que explica Fernanda Urrutia, astrônoma da área de comunicação e divulgação da NoirLab/Aura, centro de pesquisas espaciais norte-americano, em conversa com National Geographic por videochamada. 

O que é e como ocorre a oposição dos planetas?

Fernanda Urrutia conta que a oposição dos planetas ocorre quando a Terra está entre o Sol e outro planeta, e os três objetos estão posicionados em linha reta.

A astrônoma também esclarece que este não é um fenômeno que se passa entre a Terra e qualquer planeta: ele só acontece com os chamados planetas exteriores. 

Segundo a Nasa, os chamados planetas exteriores são os gigantes gasosos Júpiter e Saturno, e os gigantes de gelo Urano e Netuno. Eles são menos densos do que a Terra e contêm enormes quantidades de substâncias gasosas. Urrutia esclarece que a oposição dos planetas também ocorre com Marte, mas não passa com Mercúrio ou Vênus.

A oposição com planetas externos acontece uma vez por ano com Júpiter, Saturno, Urano ou Netuno. Já no caso de Marte, ela ocorre aproximadamente a cada dois ou três anos, acrescenta a especialista NoirLab/Aura.

O fenômeno em questão geralmente coincide com o momento em que o planeta exterior está no perigeu (a menor distância da Terra), diz Agustín Márquez Limón, técnico de pesquisa e doutor em astrofísica do Instituto Nacional de Astrofísica, Óptica e Eletrônica (Inaoe), do México.

Por que a oposição é o melhor momento para observar um planeta?

O momento em que ocorre a oposição é o ideal para se ver o planeta em questão. Quando isso ocorre, diz a astrônoma Fernanda Urrutia, toda sua face visível é iluminada pelo Sol. Isto, somado ao fato de que coincide com o perigeu, faz com que o planeta em questão pareça maior e mais iluminado do que em outras épocas do ano.

Já o doutor em astrofísica Márquez Limón explica que muitos objetos celestes no Sistema Solar refletem a luz do Sol. Quanto aos planetas, "seu brilho depende da superfície do corpo celestial, sua composição química, sua distância do Sol, sua posição no sistema e, em alguns casos, sua forma", afirma.

Netuno em oposição: quando e como vê-lo

Segundo o mexicano Márquez Limón, a melhor época para ver a oposição de Netuno será em 16 de setembro. Nesse dia, quem observar o céu deve procurar o planeta na constelação de Aquário.

Para ver o planeta, o especialista sugere o uso de binóculos ou de um pequeno telescópio, já que será difícil enxergar Netuno a olho nu por este ser um planeta distante da Terra.

Esta imagem de Netuno foi produzida a partir das últimas imagens de todo o planeta obtidas através dos filtros verde e laranja da câmera de ângulo estreito da Voyager 2.

Foto de NASA JPL

Netuno: as principais características do planeta azul

De acordo com informações publicadas no site da Nasa, a atmosfera de Netuno é composta por hidrogênio, hélio e metano. E é justamente este último elemento químico que dá a ele sua tonalidade azul.

Como a agência espacial aponta, Netuno é um "gigante do gelo": escuro, frio e fustigado por ventos supersônicos. Isto torna seu ambiente impróprio para a vida como a conhecemos.

Segundo a Nasa, um dia neste planeta dura cerca de 16 horas; e enquanto ele faz uma órbita completa ao redor do Sol, um ano no tempo de Netuno tem cerca de 165 anos da Terra.

O planeta Netuno tem 14 luas conhecidas. A maior delas é Triton: "É a única grande lua do sistema solar que gira em torno de seu planeta em uma direção oposta à rotação do corpo celeste (órbita retrógrada), sugerindo que uma vez pode ter sido um objeto independente que capturou Netuno", observa a agência. 

Além disso, existem no planeta pelo menos cinco anéis principais e quatro anéis de proeminência, especifica a Nasa.

Júpiter em oposição: quando ocorrerá o fenômeno

O calendário de eventos do céu organizado pela da Nasa (o chamado Skycal) indica que o melhor dia para ver Júpiter na oposição será em 26 de setembro.

O maior corpo celeste do Sistema Solar começará a emergir no leste, após o pôr do sol, diz a astrônoma do NoirLab/Aura, acrescentando que ele poderá ser distinguido de uma estrela comum porque o brilho de Júpiter não piscará.

Os especialistas concordam que este é um evento visível de qualquer lugar. Ainda assim, recomendam evitar a poluição luminosa das cidades para melhor aproveitar o evento, pois quanto mais escuro o céu, mais fácil será enxergar este planeta. Eles também sugerem o uso de binóculos ou de um pequeno telescópio.

Durante a oposição, estarão visíveis as quatro luas principais de Júpiter, que são as mais brilhantes e conhecidas como as Luas de Galileu. Elas são Io, Ganymede, Callisto e Europa, como informa Márquez Limón.

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    O telescópio James Webb tirou esta imagem de Júpiter em 22 de agosto. Durante o mês de setembro, o maior planeta do Sistema Solar estará em oposição a Netuno.

    Foto de NASA ESA, ERS

    As principais características de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar

    Júpiter é o quinto planeta, contando a partir do Sol, e se destaca por seu tamanho: é o maior do Sistema Solar, de acordo com a Nasa.

    O astrônomo indica que este corpo gigante tem 79 luas, o que o torna o segundo planeta com mais luas, depois de Saturno.

    Ainda de acordo com o site da Nasa, "as correntes e redemoinhos familiares de Júpiter são, na verdade, nuvens frias, repletas de amônia e água flutuando em uma atmosfera de hidrogênio e hélio". 

    Como aponta a agência norte-americana, a Grande Mancha Vermelha de Júpiter é uma tempestade gigantesca maior até mesmo do que a Terra – e que tem estado em fúria por centenas de anos. De acordo com a astrônoma Fernanda Urrutia, até mesmo este ponto também será visível da Terra durante a oposição do mês de setembro.

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