Livros que todo amante da ciência deve conhecer

Cientistas renomados de Argentina e Brasil revelam seus favoritos e sugerem quais obras são essenciais para ampliar os conhecimentos no tema.

O Museu de Ciências Naturais Bernardino Rivadavia abriga em sua biblioteca uma grande coleção de aves. Buenos Aires, Argentina.

Foto de Craig Cutler
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 20 de dez. de 2022, 10:29 BRT

A ciência envolve diferentes ramos do conhecimento humano. Aristóteles, por exemplo, definiu a ciência como um conhecimento demonstrativo em uma progressão circular. Para ele, a ciência é o conhecimento sobre o qual todo o saber deve ser estruturado, como diz o artigo “Aristóteles: criador da filosofia, da ciência e do método científico” (Parte I) publicado em 2020 na revista Anais da Real Academia de Doutores (Espanha).

E tanto para especialistas quanto para quem é curioso e gosta de aprender sobre ciência, uma boa maneira de conhecer mais sobre o tema é através de certos livros essenciais. Por isso, a National Geographic consultou dois cientistas latino-americanos dedicados em suas áreas para darem suas recomendações de publicações que consideram únicas na hora de se entender a ciência. 

Livros científicos que você deve ler pelo menos uma vez em sua vida

Dos clássicos aos livros mais recentes, de Charles Darwin a Muniz Sodré, a ciência tem uma bibliografia abundante. Aqui, seguem alguns dos títulos mais destacados.

O primeiro recomendado é “A Origem das Espécies”, de Charles Darwin. Para Diego Golombek, doutor em Ciências Biológicas, divulgador científico e professor da Universidade de San Andrés, na Argentina, este livro "não só mudou a biologia, como mudou a História". O especialista diz que junto com “Viagem de um Naturalista ao Redor do Mundo”, do mesmo autor, o livro pode ser lido quase como um romance de aventura.

Mas Golombek, que também é pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica da Argentina (Conicet), adianta que se alguém tivesse que escolher apenas um livro para entender o mundo, suas histórias e invenções, a obra eleita seria “Breve História de Quase Tudo”, de Bill Bryson.

"Somos cérebros, mas acima de tudo somos humanos, como Oliver Sacks nos lembra em cada uma de suas histórias", diz o biólogo argentino. Deste autor, ele também recomenda “O Homem Que Confundiu Sua Mulher Com Um Chapéu”, no qual Sacks descreve casos de alguns de seus pacientes que vivem imersos em sonhos e em percepções fantásticas devido a danos cerebrais.

Outra recomendação do cientista é “O Gene Egoísta”, primeiro livro de Richard Dawkins que, segundo o argentino, "serve para entender como os genes não apenas nos moldam, mas também de alguma forma direcionam a vida e a evolução."

Um manuscrito de 200 anos está aberto em uma página com o desenho de uma flor de pavão. Ithaca, Nova York, Estados Unidos.

Foto de Robert Clark

Golombek cita ainda “O Que É Vida? O Aspecto Físico da Célula Viva”, de Erwin Schröndinger. "Depois de revolucionar a física e a mecânica quântica, um gênio começa a refletir sobre o mistério aleatório que é a própria vida", descreve ele sobre a obra.

O livro de Rachel Carson, “Primavera Silenciosa”, também entra na lista do pesquisador. Este trabalho de Carson denunciou como o uso excessivo de inseticidas e pesticidas impactava o meio ambiente e a saúde humana, e teve um efeito político importante, culminando na proibição do DDT. Neste ano, o título completou 60 anos de publicação. 

Finalmente, o pesquisador argentino sugere a leitura de “Godel, Escher, Bach: Um Entrelaçamento de Gênios Brilhantes”, de Douglas Höfstadter, em que o autor reflete que se a consciência pode emergir de um sistema formal de neurônios ativos, então também os computadores alcançarão a inteligência humana. "Em outras palavras, tudo tem a ver com tudo, e talvez sejamos capazes de nos entender", diz.

Já a cientista brasileira, Sônia Guimarães, doutora em física e professora do Instituto Tecnológico Brasileiro de Aeronáutica (ITA), traz, como primeira recomendação, a “Autobiografia de Malcom X”, de Alex Haley. Para ela, o autor descreve a vida do afro-americano ativista dos direitos humanos, ministro muçulmano e defensor do Nacionalismo Negro nos Estados Unidos “como um admirador, um fã, com muito carinho e cheio de detalhes”. “É um livro incrível", defende Sônia.

A renomada física, que foi a primeira mulher negra brasileira doutora em Física, inclui em sua lista o livro “Pensar Nagô”, de Muniz Sodré. A obra, com uma proposta decolonialista, explora a história, a ciência e a filosofia Nagô, como se referiam às pessoas de origem africana, que foram escravizadas, e falavam yorubá. 

"Na África, antes da colonização europeia, as ciências já estavam bem desenvolvidas há mais de 6 mil anos, incluindo alguns códigos que hoje são usados nos computadores. Mas nunca encontrei nada sobre física africana, até que estudei a filosofia Nagô, que até menciona o relativismo de Einstein. É isso que está no livro de Muniz", diz a especialista brasileira.

Na mesma linha, ela sugere a leitura dos “@Descolonizando_Saberes. Mulheres Negras na Ciência”, de Bárbara Carine Soares Pinheiro, e “Gênios da Humanidade: Ciência, Tecnologia e Inovação Africana e Afrodescendente”, escrito por Carlos Eduardo Dias Machado.

"Naturalmente, quando você fala de inventores, cientistas e pessoas inteligentes, você pensa em pessoas brancas. Entretanto, estes dois livros apresentam negros que, apesar de suas terríveis condições de vida, foram capazes de realizações inimagináveis", conclui Guimarães.

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