Protetores da vida e de lugares selvagens recebem prêmios da National Geographic

A National Geographic Society homenageia exploradores que trabalham para proteger elefantes, morcegos e um raro antílope – e milhões de quilômetros quadrados de oceano.

Por Natasha Daly
Publicado 16 de jun. de 2021, 18:00 BRT
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O biólogo marinho Enric Sala ganhou a prestigiosa medalha Hubbard da National Geographic Society por seu trabalho para proteger mais de cinco milhões de metros quadrados do oceano.

Foto de Manu San Félix, Nat Geo Image Collection

Ela dedicou sua vida a proteger os elefantes do Quênia.

Agora, a bióloga de conservação Paula Kahumbu foi nomeada Exploradora do Ano Rolex e National Geographic Society, uma honra concedida anualmente pela National Geographic Society a indivíduos que levam luz a questões importantes enfrentadas pelo nosso planeta.

A conservacionista da vida selvagem Paula Kahumbu foi nomeada Exploradora do Ano pela National Geographic Society por seu trabalho para proteger os elefantes e outros animais selvagens do Quênia da caça ilegal.

Foto de Lynn Johnson, Nat Geo Image Collection

Trata-se de um dos quatro prêmios distribuídos pela Society nesta semana, durante o Festival Explorers, transmitido virtualmente pela primeira vez este ano. Outras honrarias incluem dois Buffet Awards por Liderança em Conservação e a Medalha Hubbard – distinção mais alta da Society.

“De um jeito estranho e fantástico, é um sinal de que estou no caminho certo”, disse Kahumbu sobre seu prêmio, “e de que eu devo seguir”. Ela é CEO do WildlifeDirect, uma organização dedicada a combater a caça furtiva de elefantes e outros animais selvagens no Quênia. Sua campanha principal, Tirem as Mãos dos Nossos Elefantes, fortaleceu leis contra a caça e gerou consciência e apoio para a conservação no país. Desde que a iniciativa foi criada, em 2013, a caça de elefantes no Quênia caiu incríveis 80%. Já a caça de rinocerontes reduziu 90%.

Kahumbu diz que o que a move e inspira a proteger a vida selvagem do Quênia vem de “uma convicção de que eu não apenas posso, mas devo fazer a diferença”.

Enric Sala, ecólogo marinho e Explorador Residente da National Geographic Society, ganhou a Medalha Hubbard, que leva o nome do primeiro presidente da Society, Gardiner Greene Hubbard. Entregue a indivíduos pioneiros na exploração, pesquisa científica e descobertas, é o prêmio mais prestigioso da organização. Outros recipientes incluem a conservacionista Jane Goodall, o astronauta John Glenn e o explorador do oceano profundo Robert Ballard, que descobriu os restos do Titanic.

Sala fundou e lidera a Pristine Seas, uma iniciativa da National Geographic Society para proteger áreas críticas do oceano. Seu trabalho o levou a “mergulhar em todo o mundo, desde ilhas de recife de coral no vasto Pacífico a arquipélagos congelados no Ártico”, ele escreveu em 2019. Até hoje, a Pristine Seas ajudou a criar 23 das maiores reservas marinhas do planeta, encobrindo uma área de mais de cinco milhões de metros quadrados.

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    À esquerda: No alto:

    Abdullahi Hussein Ali, fotografado segurando um crânio de antílope hirola no sudeste do Quênia, também ganhou um prêmio Buffett por seu trabalho para salvar a hirola criticamente ameaçada de extinção.

    Foto de Hirola Conservation Programme
    À direita: Acima:

    Bernal Rodríguez-Herrera, um biólogo da vida selvagem residente na Costa Rica especializado na proteção de morcegos, ganhou o Prêmio National Geographic-Buffett de Liderança na Conservação.

    Foto de of National Geographic Society

    Homenageado pelas conquistas em conservação estão os biólogos Abdullahi Ali e Bernal Rodríguez-Herrera, que receberam o prêmio National Geographic/Buffet Award de Liderança em Conservação.

    Bernal Rodríguez-Herrera é professor na Escola de Biologia da Universidade da Costa Rica e fundador da Reserva Biológica Tirimbina, organização dedicada a conservar um refúgio de 350 hectares no norte da Costa Rica. Seu trabalho é particularmente enfocado em proteger quase 170 espécies de morcegos latino-americanos ameaçadas por perda de habitat e matados intencionalmente por conta de ignorância e medo. “Nós dependemos da biodiversidade”, diz Rodríguez. Então, “temos que aprender a viver com ela”. Quando ele descobriu que ganhou o prêmio, ficou incrédulo. “Foi como uma tempestade na temporada seca!”, disse, ao receber a notícia.

    Abdullahi Hussein Ali, que também recebeu o prêmio Buffett, é fundador do Programa de Conservação Hirola, que busca acabar com a extinção silenciosa do raro e criticamente ameaçado antílope hirola em áreas ao longo da fronteira entre Quênia e Somália. Entre 300 e 500 hirolas restam na natureza, e estão ameaçados por perda de habitat, caça e secas. Ao trabalhar para protegê-los, o grupo de Ali colocou ênfase na educação, empoderando moradores locais – incluindo pastores somalis – e conferindo a eles uma função ativa na conservação do hirola.

    “Extinção de espécies é uma coisa muito difícil de testemunhar”, diz ele. Agir para salvar uma espécie “não é um trabalho fácil, mas é profundamente inspirador quando você não está sozinho, mas com sua comunidade”.

    Paula Kahumbu, conterrânea queniana, diz que “os desafios enfrentados pela vida selvagem na África são tanto históricos quanto atuais e o futuro às vezes parece escuro”, mas “a ideia de desistir da vida selvagem na África é, para mim, como desistir do próprio filho. Eu nunca me canso de tentar novas maneiras de fazer a diferença”.

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