Os melhores destinos de 2021

Editores da revista National Geographic Traveler de diferentes partes do mundo selecionaram 25 lugares para planejar as viagens do ano que vem. Sonhe agora, vá depois.

Por Redação National Geographic
Publicado 17 de nov. de 2020, 10:02 BRT, Atualizado 10 de dez. de 2020, 15:46 BRT
Experiência imersiva | Mergulhadora em meio a recifes de coral perto da Ilha Lord Howe. A ...

Experiência imersiva | Mergulhadora em meio a recifes de coral perto da Ilha Lord Howe. A ilha vulcânica, localizada no Mar da Tasmânia, entre a Austrália e a Nova Zelândia, possui mais de 60 pontos de mergulho, incluindo a Pirâmide de Ball – o mais alto rochedo no mar do mundo.Experiência de imersão | Mergulhadora em meio a recifes de coral perto da Ilha Lord Howe. A ilha vulcânica, localizada no Mar da Tasmânia, entre a Austrália e a Nova Zelândia, possui mais de 60 pontos de mergulho, incluindo a Pirâmide de Ball – o mais alto rochedo no mar do mundo.

Foto de Melissa Findley

A alegria de viajar vem do inesperado. Embora a pandemia tenha nos impossibilitado de viajar, ela não aquietou nossa curiosidade. Com a chegada do ano novo – e a promessa da volta das viagens – compartilhamos ideias de 25 destinos atemporais que definirão nossos futuros itinerários. Selecionados por editores da revista National Geographic Traveler de diferentes partes do mundo e divididos em cinco categorias (Natureza, Aventura, Cultura, Sustentabilidade e Família), estes destinos insuperáveis se referem a comunidades resilientes, esforços inteligentes de sustentabilidade e experiências inesquecíveis envolvendo explorações na era pós-pandemia. O mundo está repleto de maravilhas – mesmo quando é difícil chegar até elas. Agora é a hora de sonhar com a sua viagem e fazer planos para a próxima expedição. Esperamos que nossa lista dos lugares mais importantes nessa época de ano novo te inspire. Esperamos vê-lo pelo mundo em breve!

Escrito pelos editores globais da revista National Geographic Traveler, com contribuições de Maryellen Kennedy Duckett

SUSTENTABILIDADE

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    Denver, Colorado | Grupo de dançarinos astecas tradicionais se apresenta durante o Crush Walls 2019, popular festival de arte de rua em Denver, Colorado. Originária do México central, a dança é um tributo aos ancestrais e representa diferentes relações com a Terra, os animais, o tempo e os costumes.

    Foto de Rebecca Stumpf

    DENVER, COLORADO, EUA

    Uma enorme cidade verde no oeste dos Estados Unidos

    Apesar dos desafios financeiros impostos pela pandemia de Covid-19, Denver está avançando no que diz respeito à meta de atingir 100% de eletricidade renovável até 2030. Entre as mais recentes iniciativas que visam um futuro melhor estão cerca de 200 quilômetros de novas ciclovias até 2023 e jardins solares que serão “plantados” em estacionamentos municipais, coberturas de prédios e terrenos baldios em 2021.

    “Os investimentos na economia de energia limpa de Denver fortalecerão a nossa comunidade e permitirão a resolução de inúmeras questões, incluindo nossa pegada de carbono”, diz Grace Rink, diretora executiva da Secretaria de Ação Climática, Sustentabilidade e Resiliência da cidade. Além de produzir energia limpa para prédios públicos, estações de recarga de veículos e bairros de baixa renda, os jardins vão gerar empregos e fomentarão um programa de treinamento remunerado durante a construção.

    Conectar ação climática e sustentabilidade a prosperidade econômica e justiça social ajudou Denver a obter a cobiçada certificação Platinum do projeto LEED para Cidades. A fim de incentivar empresários a participar das iniciativas, colocando soluções ecológicas em prática, a capital do Colorado oferece planos de sustentabilidade personalizados e gratuitos por meio do programa Certifiably Green Denver (certificação verde de Denver). Com o programa, quase dois mil empresários da cidade operam de forma mais ecológica e eficiente, consumindo menos água e energia. Também poluem menos o ar e geram menos resíduos.

    “Temos a sorte de morar nesse belo lugar”, diz Adam Schlegel, um dos proprietários do Chook, restaurante Certifiably Green que defende práticas alimentares sustentáveis, “e junto com a sorte vem a responsabilidade de protegê-lo”. – Traveler Estados Unidos

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        Alonissos, Grécia | Mergulhadores exploram uma infinidade de ânforas de um naufrágio ocorrido no século 5 a.C. — o primeiro aberto ao público na Grécia — no Parque Nacional Marinho de Alonissos e Espórades do Norte.

        Foto de Elena Becatoros, Ap

        ALONISSOS, GRÉCIA

        Refúgio mediterrâneo das focas – e o local perfeito para visitar antigos naufrágios

        Chamado de “o Partenon dos naufrágios”, os misteriosos destroços do antigo naufrágio de Peristera foram inaugurados recentemente como o primeiro museu subaquático da Grécia, acessível a mergulhadores recreativos. Localizado abaixo da superfície no Parque Nacional Marinho de Alonissos e Espórades do Norte, acredita-se que o local contenha os destroços de uma grande barcaça ateniense que afundou no século 5 a.C. Limitar a atividade humana no parque marinho de 2,2 mil quilômetros quadrados ajudou a deter os saqueadores e a preservar o naufrágio com sua abundância de ânforas – jarros com duas alças utilizado para transportar vinho. O parque foi inaugurado em 1992 com o principal objetivo de salvar as focas-monge-do-mediterrâneo ameaçadas de extinção.

        Para explorar o museu submerso pessoalmente, é preciso mergulhar a uma profundidade de 24 metros ou mais em uma excursão guiada (com retomada prevista para o segundo semestre de 2021). Também é possível visitar o centro de informações na pequena ilha de Alonissos e fazer um tour de realidade virtual dos destroços – nesse caso, não será necessário nadar. – Lakshmi Sankaran, editor-chefe, Traveler Índia

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          Gabão | Desde 2005, o Projeto Gorilas de Loango vem acostumando gorilas das planícies ocidentais a humanos para fins de pesquisa e ecoturismo no Parque Nacional de Loango, Gabão.

          Foto de Martin Harvey, GETTY IMAGES

          GABÃO

          Mais de 11% do território deste país africano é parque nacional

          Elefantes e hipopótamos caminham sem serem perturbados nas praias do Gabão – “o último Éden da África”, de acordo com o residente e explorador da National Geographic Mike Fay –, onde mais de 11% do país corresponde a um conjunto de parques nacionais que inclui praias de areia branca e florestas no interior.

          Nem todos os 13 parques nacionais do Gabão são de fácil acesso. Contudo, um único parque, o Loango, já oferece diferentes paisagens, vegetações e uma variedade de animais selvagens, além do Loango Lodge, uma acomodação à beira-mar. Um dos destaques desse parque incrível é o encontro com gorilas-das-planícies-ocidentais, que estão gravemente ameaçados de extinção. Um grupo por dia de no máximo quatro pessoas pode tentar encontrá-los, sem garantia de sucesso. Em Pongara, um dos cinco parques nacionais que protegem o importante habitat das tartarugas-marinhas, o Pongara Lodge fica à beira-mar e oferece vistas privilegiadas das tartarugas-gigantes nidificando, de novembro a março, além de baleias e golfinhos migratórios, de junho a agosto.

          Após um investimento global na malha de transporte do país, deve ficar cada vez mais fácil visitar o Gabão – país onde a cobertura florestal original é estimada em 80%. Uma estratégia de desenvolvimento sustentável também promete expandir o ecoturismo de forma responsável, ajudando a garantir que os lugares mais selvagens continuem selvagens. – Barbera Bosma, editora-chefe, Traveler Holanda

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            Nova Caledônia | As águas cristalinas da Nova Caledônia abrigam mais de nove mil espécies marinhas, incluindo arraias.

             

            Foto de Chris Hoare, EYEEM, GETTY IMAGES

            NOVA CALEDÔNIA

            A vida marinha prospera no sul do Pacífico

            Baleias-jubarte, tartarugas-verdes, dugongos – todos se reúnem nas águas acolhedoras da Nova Caledônia. Esse território francês faz parte de um belo arquipélago no sudoeste do Oceano Pacífico, a cerca de 1,4 mil quilômetros da costa leste da Austrália.

            Consideradas Patrimônio Mundial da Unesco em 2008, as lagoas da Nova Caledônia representam um dos sistemas de recifes mais extensos do mundo, com águas cristalinas e mais de nove mil espécies marinhas. Em 2014, o governo destinou 1,2 milhões de quilômetros quadrados para o Parque Natural Mar de Coral, que se estende muito além da área listada pela Unesco. Christophe Chevillon, gerente do projeto Pew Bertarelli Ocean Legacy, diz que a criação do parque Mar de Coral foi “um passo importante para a conservação das águas da Nova Caledônia, bem como para a proteção dos últimos recifes de coral virgens do mundo”.

            O território tomou outras medidas para garantir a sustentabilidade em longo prazo de seu incomparável santuário marinho. Pesca, esportes náuticos e embarcações com mais de 200 passageiros são proibidos em grande parte do parque, ao passo que algumas áreas não permitem nenhum tipo de atividade humana, exceto pesquisa científica. Uma fazenda de corais será criada na ilha de Lifou para recuperar recifes danificados pelo turismo no passado.

            No interior, o governo promove passeios ecológicos e promulgou uma nova lei envolvendo plásticos, que prevê a proibição de todos os tipos de plástico descartável até 2022. O turismo precisa seguir regras rigorosas nos parques provinciais, e o Parque Samambaia Gigante, um parque imperdível na floresta tropical da ilha principal, é dividido em zonas para caminhadas e passeios de bicicleta, e o restante é reservado exclusivamente para a natureza. – Marie-Amélie Carpio, editora-sênior, Traveler França

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              Copenhague, Dinamarca | CopenHill, considerada uma das usinas de transformação de resíduos em energia mais limpas do mundo, também funciona como pista de esqui e trilha de caminhada durante todo o ano em Copenhague, que pretende se tornar a primeira cidade neutra em emissões de carbono do mundo até 2025.

              Foto de Luca Locatelli, National Geographic

              COPENHAGUE, DINAMARCA

              Uma capital cosmopolita com soluções sustentáveis

              As desigualdades generalizadas evidenciadas pela pandemia de Covid-19 despertaram um interesse global em tornar as cidades mais resilientes, justas e saudáveis. Em outras palavras, uma cidade como Copenhague, que caminha para se tornar a primeira capital neutra em carbono do mundo até 2025.

              “Em Copenhague, insistimos em soluções ecológicas porque elas trazem equilíbrio”, disse o prefeito da cidade, Frank Jensen, em We Have the Power to Move the World (Temos o poder de mover o mundo, em tradução livre), um guia sobre transporte sustentável para prefeitos elaborado pela C40, uma rede de cidades comprometidas em abordar questões relacionadas às mudanças climáticas.

              “A transformação verde de Copenhague está estreitamente ligada à geração de empregos, crescimento econômico e melhor qualidade de vida.”

              A capital da Dinamarca há muito tem a sustentabilidade como meta. A cidade possui uma rede de transporte público eficiente e todos os ônibus a diesel estão sendo substituídos por ônibus elétricos. 

              CopenHill, uma usina de transformação de resíduos em energia que queima 70 toneladas de resíduos por hora, produz energia limpa para 60 mil famílias e aquece 120 mil casas. Em 2019, a CopenHill abriu ao público suas áreas externas de lazer: um espaço verde na cobertura, trilhas para caminhadas, uma pista de esqui e snowboard artificial que funciona o ano todo e transformou parte de sua fachada em um paredão de escalada.

              Devido a um planejamento urbano ecológico, Copenhague possui cinco vezes mais bicicletas do que carros. A malha de ciclovias é utilizada por mais de 60% dos residentes que pedalam para o trabalho e a escola todos os dias. Com um passeio de bicicleta elétrica, visite os lugares mais conhecidos da cidade, de Nyhavn, um antigo porto industrial agora repleto de restaurantes e bares, a Rundetaarn, um observatório astronômico do século 17 que abriga exposições. Não é de se admirar que Copenhague, a cidade amante das bicicletas, tenha sido escolhida para sediar o Grand Départ, a etapa inicial do Tour de France, em julho de 2022. – Marco Cattaneo, editor-chefe, Traveler Itália

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                Freiburg, Alemanha | A vibrante cidade universitária alemã de Freiburg possui uma feira livre semanal em frente à sua catedral histórica e emprega diversas práticas recomendadas para um modo de vida sustentável.

                Foto de Reinhard Schmid, Huber, Estock Photo

                FRIBURGO, ALEMANHA

                Esta cidade universitária alemã ensina boas práticas ecológicas ao mundo

                Um dos cinco grandes ducados Stamm (tronco) da Alemanha medieval, a região histórica da Suábia se estende por partes do sudoeste da Alemanha, leste da Suíça e nordeste da França. Os suábios são conhecidos por serem engenhosos, econômicos e criativos; não à toa, os residentes da vibrante cidade universitária da região, Friburgo, rapidamente adotaram um estilo de vida sustentável.

                Mais conhecida como a porta de entrada da Floresta Negra, Friburgo é incrivelmente verde, tanto na aparência quanto nas ações. Mais de 40% da área urbana é coberta por vegetação nativa. Fontes de energia renovável, como energia solar, eólica, hidroelétrica e de biomassa abastecem a cidade, que também converte seu lixo em energia. Caminhadas, bicicletas, ônibus elétricos e bondes são os principais meios de transporte, o que aumenta as chances de Friburgo atingir a meta de reduzir emissões de CO2 pela metade ou mais até 2030 e alcançar neutralidade climática até 2050.

                As boas práticas em infraestrutura ecológica – incluindo habitação cooperativa com painéis solares em telhados, jardins urbanos e incentivos para viver sem carros – foram incorporadas ao bairro de Vauban, em Friburgo, construído em um antigo terreno industrial recuperado. Reconhecido como um dos bairros urbanos mais sustentáveis do mundo, Vauban foi influenciado por uma visão de bairro ecológico, auto-organizado e socialmente justo promovida pelos cidadãos. Concluído em 2016, o Quartier Vauban se tornou o bairro mais densamente povoado de Friburgo, demonstrando que, se as cidades forem construídas de forma sustentável, atrairão as pessoas. – Werner Siefer, editor-chefe, Traveler Alemanha

                CULTURA/HISTÓRIA

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                  Nações Pueblo, Novo México | Único local de nativos americanos a se tornar Patrimônio Mundial da Unesco e Marco Histórico Nacional dos Estados Unidos, Taos Pueblo é uma das comunidades mais antigas do país permanentemente habitadas.

                  Foto de Inge Johnsson, Alamy

                  NAÇÕES PUEBLO, NOVO MÉXICO, EUA

                  Dando vozes aos nativos americanos no sudoeste dos Estados Unidos

                  No Novo México, monumentos aos opressores dos nativos americanos – como o conquistador espanhol Don Diego de Vargas – estão caindo conforme alguns ativistas promovem homenagens a Popé, organizador da Revolta Pueblo, de 1680. A revolta expulsou espanhóis de territórios indígenas pueblo. Embora a Espanha tenha recuperado o controle em 1692, a revolta ficou conhecida por garantir a sobrevivência da cultura pueblo em longo prazo.

                  Uma estátua de Popé representa o Novo México no Centro de Visitantes do Capitólio, em Washington, D.C. Em casa, o legado duradouro de Popé é evidente nos 19 pueblos do estado, incluindo Taos Pueblo, Patrimônio Mundial da Unesco. Cada pueblo é uma nação soberana e uma comunidade viva com tradições distintas. O Indian Pueblo Cultural Center (IPCC), em Albuquerque, é o ponto de partida para explorar os pueblos – on-line, por meio de um Guia de Cultura Virtual, e pessoalmente, quando for seguro retomar os passeios e celebrações em grupo.

                  Michael Lucero, gerente encarregado da experiência dos visitantes do IPCC e membro de San Felipe Pueblo, chama os recursos do centro de “lentes” pelas quais os visitantes podem apreciar melhor a riqueza da vida pueblo. “Quando você pisa em um pueblo, passa a entender tudo”, afirma Lucero. “É aqui que nos sentimos seguros e nos conectamos com a Terra.” – Traveler Estados Unidos

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                    Tulsa, Oklahoma, EUA | Multidão em torno do Black Wall Street Mural, o mural do centro cultural Black Wall Street, no Distrito de Greenwood, em Tulsa, logo após a inauguração em junho de 2018. A violência racial devastou esse distrito comercial de população predominantemente negra, que um dia foi próspero. Hoje, ocorre uma revitalização cultural e econômica.

                    Foto de Shane Bevel

                    TULSA, OKLAHOMA, ESTADOS UNIDOS

                    Um polo para debates raciais nos Estados Unidos

                    Greenwood Rising, o novo centro cultural Black Wall Street de Tulsa, retrata perfeitamente a onda de apoio à transformação socioeconômica sustentável no histórico bairro de Greenwood – local de um dos mais violentos massacres raciais da história dos Estados Unidos.

                    Em 31 de maio de 1921, terroristas brancos destruíram o próspero bairro de Greenwood, conhecido como Black Wall Street, em um ataque que durou 18 horas, matou cerca de 300 moradores negros e destruiu quase 35 quarteirões de casas e empresas pertencentes a negros. Para lembrar o centésimo aniversário – e contar a história de um bairro outrora vibrante – a Comissão do Centenário do Massacre Racial de Tulsa de 1921 está construindo o Greenwood Rising (com inauguração prevista para o último trimestre de 2021) e promovendo palestras, shows e outros eventos especiais ao longo do ano.

                    O centro cultural foi criado para ser um catalisador da revitalização do Greenwood histórico e para confrontar e acabar com o racismo sistêmico nos Estados Unidos, diz Phil Armstrong, diretor de projetos da Comissão do Centenário.

                    “Há uma sensação real em Tulsa, e em todo o país, de que somos muito melhores do que isso”, afirma Armstrong. “Greenwood Rising possibilitará a continuidade dos debates sobre trauma racial e reconciliação, e, em todo o bairro histórico, as pessoas poderão aprender, reconhecer preconceitos implícitos e se comprometer em promover mudanças reais dentro de suas próprias esferas de influência.” – Traveler Estados Unidos

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                      Guam, EUA | Em Guam, grupo de dança chamorro local faz um ritual de proteção no Cemitério Naval dos Estados Unidos, em abril de 2017.

                      Foto de Chuck Little, Alamy

                      GUAM, EUA

                      Revisitando o legado de Magalhães no Pacífico

                      O 500º aniversário da primeira circunavegação do globo não é exatamente um motivo de comemoração em Guam, território dos Estados Unidos e a maior das Ilhas Marianas. Durante uma parada de três dias em março de 1521, o explorador português Fernão de Magalhães exterminou a etnia chamorro e incorretamente denominou as Marianas de Islas de los Ladrones (Ilhas dos Ladrões).

                      Uma embarcação da Marinha espanhola fará escala em Guam em março de 2021, como parte de uma viagem comemorativa que reconstituirá a rota circular iniciada por Magalhães em 1519 e concluída pelo navegador espanhol Juan Sebastián Elcano em 1522. Para os chamorros de hoje, a chegada da expedição de aniversário é uma oportunidade de contar sua história, cujos capítulos incluem o encontro com Magalhães, a história colonial de Guam e a realidade de viver em uma ilha apelidada de “ponta da lança” pelos militares norte-americanos no Pacífico.

                      A complexa história de Guam se reflete no idioma chamorro, que contém palavras em espanhol, inglês e japonês. Os jovens chamorros estão aprendendo, cada vez mais, a abraçar sua cultura, diz o autor e ativista chamorro Michael Bevacqua.

                      “Chamorro é uma memória indígena”, acrescenta Bevacqua, que leciona o idioma gratuitamente e incentiva outros chamorros a expressarem sua escolha a respeito do futuro da situação política da ilha – seja ela um estado ou uma nação independente. “Para mim, poder falar chamorro e transmitir o idioma está no centro de nossa cultura e da identidade do nosso povo.” – Traveler Estados Unidos

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                        Gyeongju, Coreia do Sul | O Palácio de Donggung tem vista para as águas serenas do Lago Wolji, em Gyeongju, na Coreia do Sul.

                        Foto de Joshua Davenport, Alamy

                        GYEONGJU, COREIA DO SUL

                        Este antigo reino coreano ainda reluz

                        Denominada Cidade Coreana da Cultura no Leste Asiático em 2021, Gyeongju é mais conhecida por ser um “museu sem paredes”. A cidade, localizada no sudeste da península coreana, possui inúmeros sítios arqueológicos devido a um reinado de quase mil anos como capital do antigo reino coreano de Silla (de 57 a.C. a 935 d.C.).

                        Protegidas como Patrimônio Mundial da Unesco, as Áreas Históricas de Gyeongju representam um belo acervo da arte budista daquela época de ouro. Entre os tesouros: ruínas de templos e palácios, pagodes de pedra, esculturas em pedra, uma soberba estátua de Buda do século 8 e cerca de 150 túmulos da nobreza Silla, alguns com até 22 metros de altura.

                        Coroas de ouro, prata e bronze, joias e outros artefatos reluzentes escavados das tumbas fazem parte da exposição Silla, o Reino do Ouro, do Museu Nacional de Gyeongju. Faça um tour virtual pelo salão de exposições para observar o estilo de vida luxuoso da realeza de Silla. – Bo-yeon Lim, editor-chefe, Traveler Coreia

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                          Vitoria-Gasteiz, Espanha | A elegante Plaza Nueva (ou Plaza de España) é um ponto de encontro central na capital basca de Vitoria-Gasteiz.

                          Foto de Francesco Bonino, Shutterstock

                          VITORIA-GASTEIZ, PAÍS BASCO, ESPANHA

                          Jazz e lendas na capital basca da cultura

                          No interior do País Basco, rico em tradição, uma cidade espanhola reivindica a coroa cultural. Vitoria, também conhecida pelo nome basco de Gasteiz, foi historicamente um ponto de encontro comercial e cultural devido à sua posição privilegiada na rota mais curta que ligava o reino medieval de Castela ao norte da Europa.

                          Agora, os moradores mantêm a tradição de abraçar influências externas ao receber artistas de jazz emergentes e lendários – como o trompetista Wynton Marsalis, cujo álbum Vitoria Suite  homenageia a cidade – durante o Festival de Jazz de Vitoria-Gasteiz, evento internacional realizado anualmente em julho. Os jardins do Parque La Florida ostentam uma estátua de bronze em homenagem a Marsalis. Esses jardins são o pulmão verde de Vitoria e fazem parte de uma sequência de parques que dá aos moradores mais metro quadrado de área verde por habitante do que qualquer outra cidade espanhola. Os esforços de conservação da natureza urbana, além do compromisso com o transporte sustentável – boa parte da população utiliza bicicleta ou bonde – deram a Vitoria-Gasteiz o título de capital verde da Europa em 2012. 

                          Os moradores preocupados em proteger o planeta são igualmente apaixonados por preservar a tradição, principalmente no bairro histórico. A Catedral de Santa María, com sua majestade gótica, fica no topo de uma colina com vista para o bairro centenário. Em ruas batizadas de acordo com nomes de guildas de artesãos medievais, os moradores lotam bares e restaurantes, degustando a versão basca das tapas, conhecida como pintxo. Todo mês de agosto, uma praça no extremo sul da cidade velha é palco de uma celebração incomum que homenageia a padroeira da cidade – cujo nome batiza a praça –, La Virgen Blanca. Durante o festival, uma multidão se reúne para assistir à efígie de um aldeão basco, conhecido como Celedón, que desce rapidamente uma tirolesa com seu guarda-chuva aberto para dar início à festa. Ao chegar a uma varanda, Celedón magicamente “se transforma” em uma pessoa real que então incentiva a multidão a desfrutar da festa. – Sergi Ramis, redator colaborador, Viajes National Geographic 

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                            Tonglu, China | A pitoresca zona rural de Tonglu inspira artistas e escritores chineses há séculos, incluindo o famoso pintor Huang Gongwang.

                             

                            Foto de Andy Brandl, GETTY IMAGES

                            TONGLU, CHINA

                            Este lugar ficou famoso depois de ser retratado em pinturas clássica. Hoje recebe seu primeiro festival de artes

                            Concluída em 1350, Moradia nas Montanhas Fuchun é uma referência da pintura tradicional chinesa de paisagens, ou shanshui. A obra representa uma viagem visual fluente ao longo do rio Fuchun e das montanhas que, quando totalmente desenrolada, se estende por mais de seis metros de comprimento.

                            O pintor Huang Gongwang, um dos quatro mestres da dinastia Yuan, viveu recluso ao longo do rio Fuchun, em Tonglu, por três anos antes de concluir essa obra-prima em pergaminho. Desde então, a tranquila Tonglu – situada nas montanhas do leste da província de Zhejiang, 270 quilômetros a sudoeste de Xangai – tem sido fonte de inspiração para gerações de artistas e escritores chineses.

                            Em 2021, Tonglu está mais uma vez no centro das atenções artísticas. A primeira Trienal de Artes de Tonglu, originalmente programada para o último trimestre de 2020 e adiada para o segundo trimestre de 2021 devido à pandemia, exibirá instalações de arte moderna nos campos e ao longo do rio. Além disso, espera-se que o evento incentive o turismo rural. O curador e diretor do festival, Fram Kitagawa, fundador da Trienal de Artes Echigo-Tsumari do Japão, diz que a própria palavra “Tonglu” representa o espírito do evento.

                            Ele explica: “Nessa época, a névoa no rio Fuchun e as nuvens nas montanhas se misturam, ficando muito semelhante à pintura de paisagens chinesas que conheci quando era jovem”. – Yi Lu, editor-chefe, Traveler China

                            NATUREZA/VIDA SELVAGEM

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                              Isle Royale, Michigan | Uma fêmea de alce atravessa um lago no Parque Nacional Isle Royale, em Michigan.

                              Foto de Jim Brandenburg, Minden Pictures, National Geographic

                              ISLE ROYALE, MICHIGAN, ESTADOS UNIDOS

                              Lobos e alces vagam por este parque nacional, o menos conhecido dos Estados Unidos

                              A natureza pode ser ela mesma em Isle Royale, no estado de Michigan, o segredo mais bem guardado de um parque nacional no noroeste do Lago Superior. A ilha selvagem de 72 quilômetros de extensão fica a apenas 28 quilômetros da costa, no nordeste de Minnesota, mas nevoeiros frequentes, tempestades violentas e águas agitadas podem dar ares de isolamento ao lugar.

                              Além de causarem vários naufrágios do fim da década de 1800 e início da década de 1900, as águas perigosas ao redor de Isle Royale influenciaram o ecossistema único da ilha. O parque tem apenas 18 espécies de mamíferos (em comparação com mais de 40 no continente), muitos delas descendentes de animais resistentes que conseguiam nadar até o local durante o verão ou cruzar o lago congelado no inverno.

                              Desde 1958, cientistas observam os residentes mais famosos de Isle Royale, lobos e alces, no estudo sobre predadores e presas mais extenso do mundo. Em 2018, quando restava apenas um único casal de lobos, um plano de realocação plurianual deu início ao processo de recuperação da população, ajudando a manter o número de alces sob controle e aumentando a resiliência de todo o ecossistema.

                              É comum avistar alces, bem como ouvir os assustadores cantos dos mergulhões. Já em relação aos humanos, é difícil encontrá-los. O isolamento e a solidão atraem principalmente mochileiros experientes, caiaquistas e canoístas que chegam equipados para explorar as regiões de Isle Royale que não possuem estradas e percorrer a Chain of Lakes, rota do remo nos lagos do interior. – Traveler Estados Unidos

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                                Cerrado, Brasil | O Cerrado brasileiro, a maior savana da América do Sul, é um paraíso para os tatus e centenas de outras espécies.

                                Foto de Pete Oxford, Minden Pictures, Coleção De Imagens Natgeo

                                CERRADO, BRASIL

                                Esta região brasileira pode ser o mais próximo que chegamos de um Parque dos Dinossauros

                                As vitórias ambientais na Amazônia brasileira nem sempre são boas para o Cerrado, o bioma vizinho menos conhecido. Ocupando quase um quarto do território brasileiro, o Cerrado é o maior bioma de savana da América do Sul e possui uma biodiversidade incrível. Contudo, está cada vez mais vulnerável ao desmatamento devido ao avanço da pecuária e do cultivo de soja. Mais de 103 mil quilômetros quadrados foram destruídos apenas na última década.

                                A Campanha Nacional em Defesa do Cerrado (Sem Cerrado, Sem Água, Sem Vida) alerta o mundo sobre a necessidade urgente de salvar essa maravilha. Muitos dos principais rios da América do Sul – incluindo o rio São Francisco, a bacia Paraná-Paraguai e a bacia Tocantins-Araguaia – têm sua nascente aqui, e 5% das plantas e animais do planeta são encontrados nesse bioma.

                                A estonteante variedade de vida presente no Cerrado inclui mais de 10 mil espécies de plantas (sendo que quase metade não existe em nenhum outro lugar) e criaturas do tamanho de dinossauros do filme Jurassic Park: antas semelhantes a javalis, que podem chegar a quase 300 quilos; tatus-canastra raros que pesam até 50 quilos; e tamanduás-bandeira, ameaçados de extinção no Brasil, que podem pesar mais de 45 quilos. Igualmente descomunal é o buriti, uma palmeira gigante que serve como local de nidificação para algumas das mais de 850 espécies de aves e é a principal fonte de alimento para diversos outros animais selvagens que habitam o Cerrado. – Traveler Estados Unidos

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                                  Ilha Lord Howe, Austrália | O Monte Lidgbird se ergue sobre a lagoa na Ilha Lord Howe, na Austrália. Apenas 400 visitantes por vez têm permissão para conhecer as maravilhas naturais desse Patrimônio Mundial da Unesco.

                                  Foto de Peter Unger, GETTY IMAGES

                                  ILHA LORD HOWE, AUSTRÁLIA

                                  Um “último paraíso” no Mar da Tasmânia

                                  Estar fora do caminho ajudou Lord Howe, uma pequena ilha no Mar da Tasmânia, a permanecer intocada pelos humanos até o século 18. Hoje, apenas 400 visitantes (um pouco mais do que a população permanente) são permitidos. Isso ajuda a proteger um dos ecossistemas mais isolados da Terra em um lugar apelidado de “o último paraíso” pelos residentes.

                                  Embora tenha menos de 11 quilômetros de comprimento e pouco mais de 1,6 quilômetro em sua largura máxima, Lord Howe é a maior de uma cadeia de ilhas homônimas listadas como Patrimônio Mundial remanescentes de um vulcão subaquático que entrou em erupção há milhões de anos. O Parque Marinho da Ilha Lord Howe circunda a ilha e abriga os recifes de coral mais ao sul do planeta, com mais de 500 espécies de peixes e uma variedade de espécies marinhas protegidas e ameaçadas, incluindo o tubarão-baleia, o tubarão-branco e a tartaruga-de-pente.

                                  O Programa Protegendo o Paraíso da ilha tem uma abordagem holística de biossegurança, contando com tecnologia e ajuda de voluntários da comunidade para remover espécies invasivas destrutivas (mais recentemente roedores) e proteger espécies endêmicas ameaçadas de extinção, como a lagosta-das-árvores da Ilha Lord Howe ou “linguiça ambulante”, um bicho do tamanho de uma mão considerado extinto até 2001. – Traveler Estados Unidos

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                                    Yellowknife, Canadá | Aurora boreal sobre Yellowknife, a capital dos Territórios do Noroeste do Canadá.

                                    Foto de Seong-won Jang, EYEEM, GETTY IMAGES

                                    YELLOWKNIFE, TERRITÓRIOS DO NOROESTE, CANADÁ

                                    Aqui, a aurora boreal brilha 240 noites por ano

                                    A história de Yellowknife, capital dos Territórios do Noroeste do Canadá, parece um romance de aventura. Situada na extremidade do Ártico, às margens do Grande Lago do Escravo, e cercada por taiga selvagem, a cidade de 20 mil habitantes surgiu após a descoberta de ouro na área, na década de 1930.

                                    A mineração de ouro foi a principal atividade econômica em Yellowknife por décadas, e quando a última das minas de ouro foi fechada, em 2004, a cidade já estava ocupada minerando diamantes – em 1991, geólogos encontraram um dos depósitos de diamantes mais ricos da Terra.

                                    A etnia dene administra e viaja por essas terras há milhares de anos. Hoje, devido a desafios globais como a Covid-19, às mudanças climáticas e à degradação ambiental, os dene encontram liberdade na terra, diz Catherine Lafferty, escritora nativa da Nação Yellowknives Dene, cujo último livro, Land-Water-Sky/Ndè-Tı-Yat’a, foi o primeiro a ser escrito sob seu nome dene, Katłıà.

                                    “Sair e ficar em contato com a terra é uma forma de encontrar paz e consolo, se reconectar e se curar”, conta Lafferty, que foi criada em Yellowknife e escreve sobre as injustiças sofridas pelos indígenas no norte do Canadá. “A terra nos ajuda a lembrar o que é importante. Nela, conseguimos encontrar a felicidade na simplicidade dos dons da natureza.”

                                    Os futuros visitantes de Yellowknife podem conhecer alguns desses dons durante as noites iluminadas pela aurora boreal, que brilha sobre as florestas boreais e os incontáveis pequenos lagos ao redor da cidade. – Ondřej Formanek, editor-chefe, Traveler República Checa

                                    FAMÍLIA

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                                      Colômbia Britânica Indígena, Canadá | Os totens no Parque Stanley, em Vancouver, são ricos em significado para diversos povos das Primeiras Nações da costa oeste da Colúmbia Britânica. Cada escultura se refere a um evento real ou mítico.

                                      Foto de Andrew Chungho Kim, Alamy

                                      COLÚMBIA BRITÂNICA INDÍGENA, CANADÁ

                                      Onde a natureza e as Primeiras Nações se encontram

                                      A província mais ocidental do Canadá, a Colúmbia Britânica, abriga mais de 200 nações diferentes. Em meio aos episódios globais envolvendo questões raciais, aprender sobre a C.B. Indígena em família possibilita conversas com as crianças sobre questões atuais, como apropriação cultural e estereótipos raciais.

                                      Com uma história indígena que se estende por cerca de 10 mil anos, a província é o local perfeito para viagens autênticas envolvendo a cultura indígena promovidas pelas comunidades das Primeiras Nações, além dos inuítes e métis. Vancouver e a Ilha de Vancouver estão entre os melhores lugares para as famílias aprenderem sobre a cultura indígena. Só a ilha tem mais de 45 nações e a cidade oferece algumas opções urbanas para crianças, como a caminhada Árvores Falantes da Talaysay Tours no Parque Stanley.

                                      Na caminhada de 90 minutos pela floresta, embaixadores culturais das etnias squamish e shíshálh compartilham conhecimentos transmitidos de geração a geração para ajudar os turistas a entender como os povos das Primeiras Nações no sul da Colúmbia Britânica utilizam a terra para obter alimentos, medicamentos e tecnologia.

                                      “Não nos consideramos separados da terra”, diz Candace Campo, uma das proprietárias da Talaysay Tours e membro da nação shíshálh. Ela explica que, na língua shíshálh, eles têm um ditado: “Nuchutmulh, que significa ‘nós somos um’ e conectados a todos os seres vivos.” – Traveler Estados Unidos

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                                        Costa espacial, Flórida | O Rocket Garden, no Complexo de Visitantes do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida, exibe os foguetes Saturn, Juno e Mercury-Redstone.

                                         

                                        Foto de Robert Ormerod

                                        COSTA ESPACIAL, FLÓRIDA, ESTADOS UNIDOS

                                        Um local repleto de maravilhas, tanto no céu quanto nas águas abaixo

                                        Com todos os sistemas projetados para os astronautas norte-americanos entrarem em órbita por meio do novo programa Commercial Crew da Nasa, a costa atlântica da Flórida, a leste de Orlando, está novamente no centro da exploração espacial. O trecho de 115 quilômetros, conhecido como Costa Espacial, inclui instalações de lançamento na Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral e o Centro Espacial Kennedy da Nasa.

                                        No Complexo de Visitantes do Centro Espacial Kennedy (aberto com restrições devido à Covid-19), as famílias podem assistir a decolagens programadas das espaçonaves SpaceX e Boeing e caminhar entre foguetes gigantes com mais de 30 metros de altura. Um tipo diferente de gigante, o pesado peixe-boi das Índias Ocidentais, navega pelas águas do Refúgio Nacional de Vida Selvagem da Ilha Merritt, que circunda o Centro Espacial.

                                        A empresa de turismo Florida Adventurer oferece passeios de caiaque no refúgio, que ocupa uma área de 56,6 mil hectares. Durante o dia, os que optam pelos passeios de caiaque conseguem observar peixes-boi e golfinhos. À noite (de junho a setembro ou nos meses seguintes), a lagoa Indian River oferece um espetáculo subaquático incrível, chamado bioluminescência, uma cortesia de bilhões de plânctons que produzem luz.

                                        “Nos passeios de bioluminescência, as crianças veem a luz ziguezagueando em todas as direções sob a água”, conta o proprietário da Florida Adventurer, Josh Myers. “Durante o dia, um peixe-boi pode aparecer ao lado de alguma criança no caiaque e esguichar água nela. Esses momentos são muito marcantes para as crianças, inspirando-as a aprender mais sobre as formas de vida aquática.” – Ivan Vasin, editor-chefe, Traveler Rússia

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                                          Caminho da Costa da Inglaterra, Reino Unido | Quando concluído em 2021, o Caminho da Costa da Inglaterra ligará trechos existentes, como o Caminho da Costa Sudoeste (na costa atlântica da Cornualha, retratada na imagem), com trechos recém-construídos para criar uma trilha costeira de 4,5 mil quilômetros.

                                          Foto de Sebastian Wasek, Sime, Estock Photo

                                          CAMINHO DA COSTA DA INGLATERRA, REINO UNIDO 

                                          Um passeio épico que jamais será esquecido

                                          Um empreendimento colossal será concluído em 2021, conforme o Caminho da Costa da Inglaterra – a trilha costeira mais extensa do mundo, com quase 4,5 mil quilômetros – é revelada em sua totalidade.

                                          Como um país de pequenas proporções territoriais consegue disputar e ganhar um título desses? A resposta está na geografia da Inglaterra: observe atentamente o mapa do Reino Unido e verá que a terra encontra a água em um zigue-zague irregular composto por estuários, enseadas e promontórios. Essa paisagem marítima acidentada – repleta de enseadas secretas, penhascos varridos pelo vento e cidades portuárias acolhedoras – influencia o destino e as características do país desde sempre. E o novo Caminho da Costa da Inglaterra tem como objetivo disponibilizar esse valioso patrimônio às pessoas e, assim, proteger o meio ambiente para gerações futuras.

                                          Embora o projeto tenha sido parcialmente inspirado pela inauguração, em 2012, do Caminho da Costa do País de Gales, de 1,4 mil quilômetros, a Inglaterra tem uma longa história de caminhadas pela costa. Na década de 1970, o Caminho da Costa Sudoeste, de mil quilômetros, foi considerado uma trilha nacional. O Caminho da Costa da Inglaterra incorporou os trechos já existentes e criou dezenas de novos, totalizando 67 seções. Proprietários de terras, residentes e conservacionistas foram consultados para que, juntos, aprovassem a decisão histórica de 2009 que abriu oficialmente todo o litoral da Inglaterra ao público pela primeira vez.

                                          Cada parte do litoral possui uma característica diferente. Ao passo que alguns trechos oferecem paisagens rurais intocadas, outros foram cuidadosamente selecionados. Com previsão de inauguração para início de 2021 , o segmento de 64 quilômetros apelidado de Caminho Secreto de Cumbria, que vai de Whitehaven a Millom, no noroeste do país, oferece inúmeras instalações de arte e atividades que envolvem altos níveis de adrenalina. Enquanto isso, no sudeste, uma trilha batizada de Caminho Criativo da Inglaterra conecta obras de arte e traça a rota de um passeio digital de geocaching por Sussex, Kent e Essex. – Maria Pieri, diretora editorial, Traveller Reino Unido

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                                            Hortobágy, Hungria | Um csikós húngaro (um tradicional pastor de cavalos) exibe suas habilidades de equitação no Parque Nacional Hortobágy.

                                             

                                            Foto de Plinthpics, Alamy

                                            HORTOBÁGY, HUNGRIA

                                            Vaqueiros e grous nas extensas planícies europeias

                                            Os amplos espaços do Parque Nacional Hortobágy foram pensados pela natureza para o distanciamento social. Ocupando uma área de cerca de 80 mil hectares na Grande Planície Húngara, no leste da Hungria, o extenso local, considerado Patrimônio Mundial, preserva a maior padraria nativa remanescente da Europa, bem como tradições pastorais que remontam a milênios.

                                            O solo inadequado para a agricultura ajudou a manter intacto o mosaico de Hortobágy, composto por pântanos alcalinos, prados, pastagens e estepes em solo loess. Essa puszta (terra improdutiva) prosperou sem a interferência de arados e grandes desenvolvimentos. O rico ecossistema de pradarias resultante, protegido desde 1973, fornece um habitat importante para cerca de 340 espécies de aves, incluindo dezenas de milhares de viajantes migratórios de outono, como gansos-cinzentos e grous-comuns, que fazem do parque um dos melhores locais para observação de aves da Europa Central.

                                            No entanto, Hortobágy não abriga somente esses animais. Diversos pastores e vaqueiros, chamados csikós, ainda percorrem as pastagens, dando às famílias uma rara oportunidade de observar tradições centenárias de criação de animais. Passeios em charretes puxadas por cavalos passam por pastores e seus cães puli, uma antiga raça húngara com pelagem semelhante a um esfregão, e ovelhas racka, famosas por seus chifres no estilo saca-rolhas. Os passeios geralmente incluem interessantes apresentações de csikós ousados e seus animais – como cavalgar em pé em dois cavalos. Eles se apresentam em suas tradicionais vestes longas, nas cores azul e preto.

                                            Uma das maiores populações dos ameaçados cavalos-de-przewalski, a última subespécie sobrevivente de cavalo selvagem, também pode ser encontrada em Hortobágy. Cerca de 300 deles vagam pela Reserva Pentezug de Cavalos Selvagens do parque. Embora a reserva não esteja aberta ao público, o safári do Parque de Animais Selvagens Hortobágy passa perto desses animais pastando – residentes indomados do leste selvagem da Hungria. – Tamás Vitray, editor-chefe, Traveler Hungria

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                                              Transilvânia, Romênia | Fundada em 1211, Brasov é a porta de entrada para os prados de flores silvestres e as montanhas arborizadas da Transilvânia rural.

                                               

                                              Foto de Alexander Spatari, GETTY IMAGES

                                              TRANSILVÂNIA, ROMÊNIA

                                              Encontro com o real em um lugar famoso pela fantasia

                                              Um dos efeitos colaterais de Drácula – o romance gótico de terror do autor irlandês Bram Stoker – foi transformar a Transilvânia, uma região romena totalmente real, em um reino mítico, um “local amaldiçoado, nesta terra maldita, onde o diabo e seus filhos ainda caminham com pés terrenos!”, de acordo com o escritor.

                                              Como Stoker nunca tinha visto o lugar, ele astutamente compilou informações para seu romance de 1897 a partir de livros de autoria de escritores de viagens britânicos. Ele acertou alguns detalhes: os espetos de carne grelhada chamados rablóhús e o prato nacional mămăligă (mingau de fubá); o vinho doce Golden Mediasch; as descrições das vestes folclóricas; as cruzes dispostas na beira de estrada; e a miscigenação culturalmente complexa de magiares, saxões, székelys e valáquios.

                                              Mas Stoker deixou de citar algo importante sobre a Transilvânia: sua atmosfera pastoral, de uma Europa antiga. A cosmopolita Cluj é a porta de entrada para os prados de flores silvestres, os castelos de contos de fadas e as aldeias de ruas de pedras da Transilvânia rural. Para famílias que desejam se afastar um pouco da tecnologia, se hospedar em uma fazenda é uma boa forma de se desconectar e permite passeios de charrete e caminhadas nas montanhas arborizadas dos Cárpatos. Além disso, é possível ajudar nas atividades da fazenda, como ordenhar ovelhas, coletar ovos e empilhar feno.

                                              Os encantos bucólicos da Transilvânia há muito cativaram o Príncipe de Gales, cuja fundação financia projetos de preservação do patrimônio arquitetônico local. “A característica marcante desse lugar é a atemporalidade”, comentou o futuro rei no documentário de viagens Wild Carpathia, “um cenário como os descritos nos livros infantis”. – Catalin Gruia, editor-chefe, Traveler Romênia

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                                                Dominica | Os que gostam de animais selvagens podem nadar ao lado de cachalotes na Dominica, mas a experiência é oferecida apenas por agências turísticas credenciadas, que seguem protocolos para garantir o bem-estar do animal.

                                                Foto de Franco Banfi, Naturepl.com

                                                DOMINICA

                                                O turismo de aventura no Caribe ajuda a manter a resiliência climática desta ilha

                                                As montanhas desgastadas dispostas ao longo da espinha dorsal de Dominica formaram um escudo natural, protegendo a ilha caribenha oriental das intrusões coloniais e do desenvolvimento excessivo. A ilha é chamada de Waitukubuli (que significa “alto é o corpo dela”) pelos indígenas kalinago. Uma bela floresta tropical e uma coleção de maravilhas naturais – sonho de qualquer aventureiro – permaneceram intocadas: nove vulcões ativos, 365 rios, cachoeiras altas, praias de areia negra e atrações geotérmicas escaldantes como o Lago Boiling, uma fumarola inundada com águas que atingem temperaturas de cerca de 93°C.

                                                O que o incrível terreno vulcânico de Dominica não conseguiu evitar foram as mudanças climáticas globais, que estão agravando os efeitos dos furacões. As temperaturas mais altas do oceano turbinaram o furacão Maria, cujo impacto direto na ilha em setembro de 2017 causou deslizamentos de terra catastróficos e danificou quase todos os tipos de construções.

                                                Após o furacão, a natureza se recuperou, os moradores reconstruíram suas casas e o governo decidiu fazer de Dominica a primeira nação resiliente ao clima do mundo. O programa Cidadania por Investimento, que concede a estrangeiros cidadania oficial por contribuições a partir de US$ 100 mil, está financiando projetos transformadores, como casas à prova de furacões e uma usina geotérmica. O turismo de aventura contribui com essa resiliência climática, gerando empregos e incentivo econômico para recuperação e proteção do mais importante recurso natural de Dominica – seu lado selvagem. – Traveler Estados Unidos

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                                                  Danakil, Etiópia | Localizado na Depressão de Danakil, Erta Ale é um dos vulcões mais ativos no mundo. Por séculos, os etíopes caminhavam até Danakil para extrair sal da terra ressecada pelo sol e transportavam os blocos nas costas de camelos, muitas vezes a temperaturas que chegavam a quase 50ºC.

                                                  Foto de Massimo Rumi, BARCROFT MEDIA, GETTY IMAGES

                                                  PARQUE NACIONAL KATMAI, ALASCA, EUA

                                                  À sombra de um vulcão

                                                  Não há estradas que levam a Katmai. A maior parte dos quase 2 hectares deste parque nacional e reserva natural é área selvagem onde caçar é proibido. Os únicos acessos são por barco ou hidroavião.

                                                  Para muitos turistas do parque – em números limitados mesmo antes da pandemia –, Katmai é o lugar para visitar um local de pesca de 1,9 km de comprimento que abriga a maior concentração de ursos-pardos do mundo. Graças à Câmera Urso e à Fat Bear Week eles ficaram famosos. 

                                                  Para arqueólogos como Laura Stelson, que explorou o lugar com base em uma expedição de 1910 patrocinada pela National Geographic Society, o parque guarda 9 mil anos de história humana. As antigas comunidades indígenas que viveram na região foram deslocadas e reassentadas depois da erupção de 1912 do Novarupta, o maior paroxismo vulcânico do século 20. Stelson espera um dia encontrar a tecnologia certa para observar as camadas de sedimentos abaixo das pedras vulcânicas que encobrem esta paisagem de outro planeta localizada a 460 km da cidade de Anchorage, a maior do Alasca. 

                                                  "Katmai é um lugar muito especial com todos estes tipos de paisagem apresentadas em um só parque", dis Stelson. "Você tem praias costeiras. Você tem tundra. Você tem floresta de coníferas, montanhas, vulcões e você tem esse estranho deserto. Tem muita diversidade ambiental e diversidade de experiências."

                                                   

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                                                    Foto de Juergen Schonnop, EYEEM, GETTY IMAGES

                                                    PARQUE NACIONAL LOS GLACIARES, ARGENTINA

                                                    Um lugar onde é possível caminhar em um reino de gelo

                                                    Ao longo das margens azul-turquesa do Lago Argentino, a cidade de El Calafate recebe o nome de uma planta espinhosa cujas bagas são utilizadas em coquetéis e cervejas regionais. Porém, sua proximidade com o Parque Nacional Los Glaciares colocou a cidade no mapa turístico como porta de entrada ao reino do gelo, no sul da Patagônia argentina.

                                                    Perto da fronteira com o Chile, o parque de 4,4 mil quilômetros quadrados abrange florestas subantárticas que preservam habitats de espécies como o guemal, puma, ema, condor, guanaco e a planta calafate. Mas os principais atrativos do parque são as cerca de 300 geleiras que cobrem quase metade da superfície do local. A geleira Perito Moreno, a mais famosa e acessível, tem quase cinco quilômetros de largura e fica a quase 60 metros acima da superfície do Lago Argentino. Enormes massas de gelo se desprendem de sua face, produzindo sons estrondosos e um lindo espetáculo. É possível caminhar com equipamentos especiais na geleira e encontrar faixas na cor azul ciano entre cachoeiras, fendas, cavernas de gelo, rios subterrâneos e formações de gelo extravagantes.

                                                    Esse deserto congelado faz parte do Campo de Gelo do Sul da Patagônia, a terceira maior extensão de gelo continental do mundo, depois da Antártica e da Groenlândia. Após explorar os confins congelantes da Terra, os turistas retornam a um barco que os espera no lago para comemorar suas aventuras com uma dose de uísque temperado com pedras de gelo glacial. – Erick Pinedo, editor-coordenador, Traveler América Latina

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                                                      Foto de PUNNAWIT SUWUTTANANUN, GETTY IMAGES

                                                      REGIÃO DE SVANETI, GEÓRGIA

                                                      Um lugar remoto que oferece boas-vindas calorosas

                                                      Localizada nas sombras de picos de 4,5 mil metros, a região de Svaneti, nas montanhas do Cáucaso, no noroeste da Geórgia, pode parecer totalmente inacessível. A paisagem acidentada está repleta de torres medievais de pedra que também serviam de residências e postos de defesa. Essas fortalezas constituem evidências de uma época em que as famílias svan lutavam ferozmente para manter a posse de suas terras em pequenas aldeias e assentamentos em altitudes elevadas, como Ushguli. Protegida como Patrimônio Mundial de Svaneti Superior, Ushguli é uma das comunidades habitadas mais elevadas da Europa, a quase 2,4 mil metros acima do nível do mar.

                                                      Por existir em um lugar extremamente remoto, a cultura svan evoluiu ao longo dos séculos isolada do resto das terras da Geórgia, tendo desenvolvido um idioma exclusivamente oral e tradições que envolvem rituais de corte de barba e rixas de sangue. Antes, carregava uma má reputação por ser uma terra sem lei, mas a região é hoje reconhecida por seu espírito acolhedor. “A Geórgia é famosa por sua hospitalidade, mas Svaneti representa a hospitalidade do país multiplicada por dez. Festas, brindes e álcool estão na ordem do dia”, diz Michał Głombiowski, escritor de viagens e fotógrafo da Polônia que costuma visitar o país. 

                                                      Embora ainda longe de qualquer caminho conhecido, Svaneti agora é acessível a aventureiros intrépidos por meio do trecho Svaneti Superior da Trilha Transcaucasiana, um ambicioso projeto que envolve uma rede de trilhas de longa distância que visa conectar a Geórgia, Armênia e Azerbaijão. Aventureiros com fôlego suficiente para enfrentar uma caminhada de quatro dias em grande altitude, de Mestia, a capital regional, a Ushguli, são recompensados com temperaturas amenas e vistas dos picos serrilhados durante o dia e recepções calorosas nas hospedarias svan à noite. – Martyna Szczepanik, editora-coordenadora, Traveler Polônia

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