A Via Láctea engoliu adversária galáctica, revelam astrônomos
Nossa galáxia natal devorou uma galáxia anã há cerca de 10 bilhões de anos — e tem outras vítimas em vista.
Dez bilhões de anos atrás, nossa galáxia natal esmagou um aglomerado menor de estrelas — uma galáxia anã cujos restos foram recentemente identificados em meio a massas brilhantes que se amontoam na Via Láctea. Com um bom telescópio, ainda é possível ver as estrelas bizarras dessa galáxia anã no nosso céu noturno: elas passaram a residir na vizinhança solar e no halo que envolve os braços espirais da Via Láctea.
O movimento peculiar dessas estrelas sugeriu aos pesquisadores uma antiga colisão, que originalmente as consumiu.
“Essas estrelas se movem em direção oposta à da maioria das estrelas da Via Láctea”, afirma Amina Helmi, astrônoma da Universidade de Groningen nos Países Baixos, que publicou as observações no periódico Nature.
Não é surpresa a colisão dessas galáxias. Com telescópios espaciais, podemos ver grandes conglomerados de estrelas em processo de fusão. Os choques parecem violentos vistos aqui da Terra, porém, o espaço sideral é vasto e as estrelas estão bem distantes, então corpos celestes individuais raramente se destroem. Ocorre o inverso, galáxias gigantes aumentam de volume apanhando e assimilando galáxias menores.
Quando cientistas examinam esses fenômenos, fazem duas perguntas importantes. A primeira: com que frequência ocorrem essas colisões? E a segunda: as galáxias existentes foram formadas por poucas colisões grandes ou por uma série de colisões menores?
“Gostaríamos de reconstruir a história, a árvore genealógica da Via Láctea, por assim dizer”, afirma Helmi, cujo trabalho se desenrola em uma área conhecida como arqueologia galáctica.
Estrelas excêntricas
Astrônomos sabem que a Via Láctea já devorou diversas galáxias. Dezenas de faixas de estrelas ao redor do disco galáctico denunciam seu apetite predador, assim como outras estrelas de composição e comportamento estranhos. Outra evidência disso é o enigmático aglomerado de estrelas chamado Ômega Centauro, que agora cintila na constelação de Centauro, vista no hemisfério celestial sul, que se acreditava estar no centro de uma galáxia praticamente digerida.
Entretanto, recentemente, a nave espacial Gaia da Agência Espacial Europeia, que está analisando em detalhes as posições e a movimentação de mais de um bilhão de estrelas próximas, conseguiu uma nova pista que caiu do céu. Quando Helmi e sua equipe analisaram o último catálogo, emitido por Gaia no início deste ano, notaram um conjunto de estrelas em direção contrária à de quase tudo que orbita ao redor do centro da Via Láctea. Se essas estrelas nasceram nesta galáxia, deveriam contornar o centro dela, na mesma direção que o restante.
Quando cientistas examinam esses fenômenos, fazem duas perguntas importantes. A primeira: com que frequência ocorrem essas colisões? E a segunda: as galáxias existentes foram formadas por poucas colisões grandes ou por uma série de colisões menores?
“Gostaríamos de reconstruir a história, a árvore genealógica da Via Láctea, por assim dizer”, afirma Helmi, cujo trabalho se desenrola em uma área conhecida como arqueologia galáctica.
Estrelas excêntricas
Astrônomos sabem que a Via Láctea já devorou diversas galáxias. Dezenas de faixas de estrelas ao redor do disco galáctico denunciam seu apetite predador, assim como outras estrelas de composição e comportamento estranhos. Outra evidência disso é o enigmático aglomerado de estrelas chamado Ômega Centauro, que agora cintila na constelação de Centauro, vista no hemisfério celestial sul, que se acreditava estar no centro de uma galáxia praticamente digerida.
Entretanto, recentemente, a nave espacial Gaia da Agência Espacial Europeia, que está analisando em detalhes as posições e a movimentação de mais de um bilhão de estrelas próximas, conseguiu uma nova pista que caiu do céu. Quando Helmi e sua equipe analisaram o último catálogo, emitido por Gaia no início deste ano, notaram um conjunto de estrelas em direção contrária à de quase tudo que orbita ao redor do centro da Via Láctea. Se essas estrelas nasceram nesta galáxia, deveriam contornar o centro dela, na mesma direção que o restante.
Simulações insinuam que, em mais dois bilhões de anos mais ou menos, a Via Láctea engolirá a Grande Nuvem de Magalhães, apagando-a para sempre dos céus do hemisfério sul. Sua parceira terá o mesmo destino.
“A estrutura do halo estelar e do disco da Via Láctea vai mudar novamente”, conta Besla.
Se isso parece extremo demais, não se esqueça de que, em aproximadamente cinco bilhões de anos, a Via Láctea colidirá com nossa vizinha mais próxima, a galáxia gigante de Andrômeda. Atualmente rumando uma em direção à outra a cerca de 400 mil quilômetros por hora, essas galáxias vão se fundir e mudar o nosso céu noturno para sempre—isso se ainda restar algum ser consciente agarrando-se a esta rocha que chamamos de lar.