Por que estamos investigando o turismo de vida selvagem

Turistas em busca de selfies adoram encontros próximos com animais exóticos. Nossa investigação revelou o abuso que acontece nos bastidores.

Por Susan Goldberg
Publicado 30 de mai. de 2019, 13:57 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Plai Thong Bai tem cerca de 50 anos e é famoso na Tailândia como astro de propaganda da cerveja Chang. Quando o alugam para festas, costumam pintá-lo com desenhos, alguns ainda visíveis. Ele vive em um cercado com as pernas dianteiras maneadas.
Foto de Kirsten Luce

Esta carta da editora está na edição de junho da revista National Geographic.

As pessoas amam os animais. Isso fica mais que claro nas plataformas da National Geographic – as fotos de bichos são as que recebem o maior número de “likes” dos nossos seguidores no Instagram, as reportagens sobre animais turbinam a navegação em nosso site e também são destaques nas páginas da revista. Mas, muitas vezes, o amor pelos animais pode levar pessoas a prejudicá-los – sem saber. Nesta edição, devassamos a próspera indústria do turismo de vida selvagem, que, quando atua do modo certo, nos permite apreciar e amparar as espécies, mas, do contrário, as explora com terríveis consequências.

Enviamos a repórter Natasha Daly e a fotógrafa Kirsten Luce a várias partes do mundo para investigar a vida de animais cativos depois que os turistas fazem suas selfies e voltam para casa. Você vai ter vontade de chorar quando souber o que elas descobriram. Em algumas atrações de proprietários inescrupulosos, os turistas nem imaginam que os animais com quem interagem alegremente são maltratados. Não sabem que “os elefantes transportam pessoas e fazem proezas sem ferir ninguém porque foram domados quando bebês”, escreve Daly, “ou que muitas das preguiças amazônicas tiradas ilegalmente da selva morrem semanas depois de ser postas em cativeiro”.

Ainda mais chocante é a descoberta de que alguns elefantes em um resort “ecológico” da Tailândia – onde os turistas veem os animais andando sem correntes por um terreno – são os mesmos que, em outra atração a apenas alguns quilômetros dali, transportam visitantes e se exibem, às vezes espetados por um afiado gancho de metal.

O turismo animal não é novidade. Mas, hoje, examiná-lo é urgente por causa das redes sociais. Quem não gostaria de pegar um bebê tigre no colo e eternizar o momento em uma foto compartilhada? Mas essa emoção só dura até descobrirmos a realidade: os bebês são tirados das mães dias depois de nascer para que elas possam voltar logo a se reproduzir. E ninguém sabe o que acontece com os adoráveis tigrinhos quando eles se transformam em adolescentes turbulentos. A indústria se aproveita do amor das pessoas pelos bichos e os explora do nascimento à morte. Com este conjunto de histórias sobre o bem-estar animal, esperamos que esse tema receba a merecida atenção. Esse é o primeiro passo para assegurar um final feliz de verdade para os animais.

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