Incêndios florestais na Austrália dizimam meio bilhão de animais silvestres

Algumas das imagens mais sombrias dos devastadores incêndios florestais que assolam a Austrália retratam a terrível perda de animais silvestres com estimativas assustadoras.

Por James Sherbon
Publicado 7 de jan. de 2020, 11:32 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Coala fêmea, chamada de Anwen por seus socorristas, recebe tratamento no Hospital de Coalas em Port ...
Coala fêmea, chamada de Anwen por seus socorristas, recebe tratamento no Hospital de Coalas em Port Macquarie, na Austrália. Ela se queimou em um incêndio que devastou a área.
Foto de Nathan Edwards

Um relatório amplamente divulgado da Universidade de Sydney estima que 480 milhões de animais foram afetados desde o início dos incêndios florestais em Nova Gales do Sul em setembro de 2019.

Chris Dickman, professor da Universidade de Sydney, descreve em uma declaração como chegou a esse número, que se baseia em um relatório de 2007 do WWF sobre o impacto do desmatamento nos animais silvestres australianos em Nova Gales do Sul (NSW).

Segundo a declaração, para calcular o impacto do desmatamento sobre os animais silvestres desse estado, os autores obtiveram estimativas da densidade populacional de mamíferos em NSW e multiplicaram essas estimativas de densidade pela área de vegetação autorizada a ser desmatada.

As estimativas de densidade foram obtidas a partir de estudos publicados de mamíferos em NSW e de estudos realizados em outras regiões da Austrália em habitats semelhantes aos existentes em NSW.

Os autores empregaram deliberadamente estimativas altamente conservadoras ao fazer os cálculos. É provável que a mortalidade seja, na realidade, consideravelmente mais alta do que a estimada.

Com essa fórmula, o professor Chris Dickman, coautor do relatório original, estima que 480 milhões de animais foram afetados desde o início dos incêndios florestais em Nova Gales do Sul em setembro de 2019. Esse número se refere apenas ao estado de NSW.

Muitos dos animais afetados provavelmente morreram diretamente pelos incêndios, ao passo que outros sucumbiram mais tarde devido ao esgotamento de alimentos, falta de abrigo e predação por gatos ferais introduzidos e raposas-vermelhas.

O número inclui mamíferos, aves e répteis, mas exclui insetos, morcegos e sapos.

O professor Dickman aponta que aproximadamente 34 espécies e subespécies de mamíferos nativos foram extintas na Austrália nos últimos 200 anos, a maior taxa de extinção do mundo.

Além do extermínio das populações de animais silvestres, há uma enorme perda de animais de criação em todo o país, como mostram as horríveis imagens veiculadas internacionalmente de carcaças queimadas de ovelhas e gado.

De acordo com o governo do estado de Vitória, houve dezenas de milhares de animais mortos somente nesse estado, enquanto o Departamento de Indústrias Primárias de NSW sugere que milhares também foram mortos em Nova Gales do Sul.

Os números no sul da Austrália são igualmente devastadores, com cerca de 6 mil animais mortos no incêndio de Cudlee Creek.

Além disso, no sul da Austrália, com os danos causados aos animais silvestres e animais de criação na Ilha Kangaroo, onde o icônico hotel Southern Ocean Lodge foi completamente destruído e pai e filho tragicamente perderam suas vidas, especialistas preveem que milhares de animais foram dizimados.

A ilha, muitas vezes chamada de Galápagos da Austrália, onde os peculiares cangurus foram considerados tão majestosos quanto os leões do Serengueti, pode ter perdido até metade de sua população somente de coalas.

Steven Marshall, primeiro-ministro da Austrália do Sul, afirmou em comunicado: “estamos apenas começando a entender a escala de destruição dos incêndios na Ilha Kangaroo. Tragicamente, foi confirmada a perda de duas vidas”.
“Mais de 100 mil hectares de terra foram arrasados pelos incêndios.”

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