5 animais extintos: conheça suas características e por que desapareceram
Um caçador desenha um mamute na parede de sua barraca para dar sorte. Sibéria, Rússia.
A caça furtiva, a mudança climática e a destruição de habitats naturais são três fatores que influenciaram a extinção dos animais desta lista, como mostram dados coletados de revistas científicas especializadas no assunto. Chama a atenção, no entanto, que dos cinco espécimes listados, três tenham desaparecido no século 21: o peixe-mão manchado, a tartaruga-das-galápagos-de-pinta e o roedor melomys rubicola.
Saiba mais sobre estes animais extintos e os motivos que fizeram com que desaparecessem.
1. Tigre-da-tasmânia
O tigre-da-tasmânia (Thylacinus cynocephalus) foi considerado o maior marsupial carnívoro conhecido. O último de seu tipo morreu em cativeiro em 1936, segundo o artigo “Limited Genetic Diversity Preceded Extinction of the Tasmanian Tiger” (em tradução livre “Diversidade genética limitada precedeu a extinção do tigre da Tasmânia”), de abril de 2012, publicado na Plos One – revista científica norte-americana sem fins lucrativos. Também conhecido como lobo-da-tasmânia, era quase idêntico tanto ao cão, como ao lobo nos âmbitos morfológico e comportamental, segundo a publicação.
Este animal, uma vez descoberto na Austrália Ocidental, foi isolado e estudado por colonos europeus na ilha da Tasmânia, onde habitava. O artigo da Plos One observa que, para os colonizadores, esta espécie era uma ameaça às ovelhas na região; portanto, a caça furtiva do tigre-da-tasmânia era autorizada e eles acabavam sendo comercializados.
Como resultado, diz a revista, a população de tigres-da-tasmânia foi "rapidamente exterminada" entre 1888 e 1912. O último animal em cativeiro morreu no Zoológico de Hobart, na Tasmânia, em 1936.
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2. Dodô
O dodô (Raphus cucullatus), também conhecido como dodó, era um pássaro sem capacidade de voo que habitava as Ilhas Maurício, na África. Segundo a BirdLife International, a fonte científica oficial de informação sobre aves da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a chegada de humanos em seu habitat, no século 17, causou a extinção.
Os colonos holandeses na ilha caçavam o dodô para se alimentar. Além disso, espécies invasoras introduzidas pelos humanos, como o porco por exemplo, predavam os ninhos, diz a BirdLife.
Segundo a revista Nature de pesquisa científica, resenhas e notícias, o último registro do dodô ocorreu em 1662, embora se afirme que indivíduos dessa espécie possam ter vivido mais tempo sem serem vistos. De acordo com o estudo “When did the dodo become extinct?” (em tradução livre “Quando o dodô foi extinto?”), publicado na Nature em novembro de 2003, estima-se que o dodô tenha desaparecido completamente 30 anos após sua última aparição em 1690.
3. Peixe-mão manchado
A espécie de peixe Sympterichthys unipennis foi o primeiro peixe marinho moderno a desaparecer, de acordo com um artigo publicado pelo jornalista de animais e vida selvagem Douglas Main na National Geographic, em 2020, e intitulado “Peixe que caminha no fundo do mar foi extinto. É possível salvar seus primos?”. Este registro foi oficializado pela IUCN (a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza).
De acordo com o artigo da NatGeo, esse peixe, natural da Tasmânia, faz parte de uma família de peixes-mão, sendo chamados assim por conta de suas barbatanas que se assemelham aos membros humanos e funcionam como pés, impulsionando o animal no fundo do mar. De 13 espécies existentes, sete delas não foram avistadas desde o início dos anos 2000.
As causas do desaparecimento do peixe-mão manchado, em particular, estão relacionadas com modificações de habitat, mudanças climáticas e poluição.
"Os cientistas dizem que este evento serve como um aviso do que poderia acontecer com outros peixes-mão e outras espécies vulneráveis localizadas em lugares como a Tasmânia", diz Main.
4. Tartaruga-das-galápagos-de-pinta
A tartaruga-das-galápagos-de-pinta (Chelonoidis nigra abingdonii) era um réptil de tamanho gigante que habitava as Ilhas Galápagos, no Equador. Seu último espécime – chamado de George Solitário – morreu em junho de 2012.
O taxidermista George Dante examina o molde da cabeça e pescoço de Lonesome George, uma tartaruga de Galápagos. West Patterson, Nova Jersey.
Segundo o artigo “The legacy of Lonesome George” (em tradução livre “O legado de George Solitário”), de julho de 2012, também publicado na revista Nature, George foi descoberto em 1971 e transferido para a Estação de Pesquisa Charles Darwin, em Puerto Ayora, no Equador, para realizar uma campanha de reintrodução de sua espécie. A ideia era persuadir o animal a acasalar com fêmeas das Ilhas Galápagos. No entanto, em 2008, a tentativa foi frustrada quando se detectou que os ovos não tinham sido fertilizados.
Segundo a Nature, ainda existem dez espécies de tartarugas gigantes das ilhas e as causas para a redução de suas populações, assim como de outras espécies de répteis, são a caça furtiva, a introdução de outros animais no arquipélago e a destruição de seu habitat natural.
5. Melomys rubicola
O roedor que pertencia à família Murid viveu na pequena ilha australiana de Bramble Cay. O último registro de avistamento de um indivíduo Melomys rubicola foi em 2009, diz o zoólogo americano James Watson no artigo “Bring climate change back from the future” (“Trazendo as mudanças climáticas de volta do futuro”, em tradução livre), publicado pela Nature em junho de 2016. Entretanto, o motivo de sua extinção foi confirmado dez anos mais tarde.
O que distingue esta extinção de qualquer outra, segundo Watson, é que ela "reflete um problema fundamental e generalizado de como pensamos sobre a mudança climática".
O biólogo argumenta que a causa do desaparecimento destes mamíferos foi a elevação do nível do mar ao longo da costa australiana e a modificação do ecossistema na ilha a qual eles habitavam.