Elefante-africano

A caça predatória, que visa comercializar o marfim, e a esportiva são suas principais ameaças. Estima-se que antes da chegada dos europeus na África, 26 milhões de elefantes viviam no continente. Hoje, restam 400 mil. 

Por Redação National Geographic
Publicado 16 de abr. de 2020, 07:30 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Um elefante-africano fotografado no Zoológico de Indianápolis, em Indiana.
Um elefante-africano fotografado no Zoológico de Indianápolis, em Indiana.
Foto de Joël Sartore, National Geographic Photo Ark
  • Nome comum: Elefante-africano
  • Nome científico: Loxodonta africana
  • Classe: mamíferos
  • Alimentação: herbívoro
  • Coletivo: manada
  • Expectativa média de vida na natureza: Até 70 anos
  • Tamanho: 2,50 a 3,95 m de altura até os ombros
  • Peso: 2,5 a 7 ton
  • Status de conservação: Vulnerável
  • Tendência populacional: Em aumento 

A National Geographic Society e o Disney Conservation Fund colaboraram com os esforços de conservação dessa espécie. A National Geographic Partners é uma joint venture entre a National Geographic Society e a The Walt Disney Company.

A exploradora da National Geographic Dominique Gonçalves, ecologista de Moçambique, atualmente investiga o uso do habitat dos elefantes e os conflitos entre humanos e esses animais no Parque Nacional da Gorongosa.

Os elefantes-africanos estão espalhados pelas savanas da África Subsaariana e pelas florestas tropicais da África Central e Ocidental. Os elefantes mais setentrionais do continente são encontrados na área de Sahel, no Mali. A pequena e nômade manada de elefantes do Mali migra em uma rota circular pelo deserto em busca de água.

Devido ao fato de os elefantes ingerirem grandes quantidades de alimento, cada vez mais eles entram em contato com os humanos. Um elefante é capaz de destruir lavouras inteiras em uma única noite — um enorme prejuízo ao fazendeiro, que pode querer retaliar. Existem diversos programas de conservação que trabalham com agricultores para ajudá-los a proteger suas plantações (os elefantes são tão inteligentes que rapidamente aprendem a contornar cercas elétricas!) e pagar indenizações quando um elefante as invade.

Manada

Os elefantes se organizam em uma sociedade matriarcal, o que significa que vivem em grupos liderados por fêmeas. A matriarca é geralmente a maior e a mais velha. Ela comanda uma manada composta por diferentes gerações, que inclui outras fêmeas e seus filhotes. Os machos adultos tendem a se movimentar sozinhos, às vezes formando grupos menores apenas de machos que possuem certa relação uns com os outros.

Ter um bebê elefante é um compromisso sério. O período de gestação dos elefantes é o mais longo de todos os mamíferos — quase 22 meses. As fêmeas geralmente dão à luz um filhote a cada dois a quatro anos. Os elefantes já nascem pesando 90 quilos e medem cerca de um metro de altura.

Ameaças à sobrevivência

A caça para o comércio de marfim é a maior ameaça à sobrevivência dos elefantes-africanos. Antes de os europeus começarem a colonizar a África, estima-se que a população fosse de cerca de 26 milhões de indivíduos. A chegada dos europeus deu início ao comércio do marfim, e as presas eram utilizadas para fabricar teclas de piano, bolas de bilhar, pentes e diversos outros itens. No início do século 20, o número de elefantes havia caído para 10 milhões. A caça continuou a aumentar. Em 1970, a população foi reduzida para 1,3 milhão.

Entre 1970 e 1990, a caça esportiva e a caça predatória colocaram o elefante-africano em risco de extinção, reduzindo sua população pela metade novamente. Hoje, a União Internacional para a Conservação da Natureza lista esses animais como vulneráveis à extinção. Atualmente restam apenas 400 mil.

Como os caçadores visam os elefantes por suas presas, os anos de violência também trouxeram uma consequência esperada: Os elefantes-africanos estão evoluindo para não mais possuírem presas. Estudos em todo o continente demonstraram que regiões com níveis históricos mais altos de caça agora têm proporções mais altas do que o normal de fêmeas sem presa. Os pesquisadores ainda estão tentando descobrir como essa evolução pode afetar a espécie em longo prazo.

Embora a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES) tenha proibido o comércio mundial de marfim em 1989, o comércio ilegal de presas continua forte e a caça permanece em todo o continente. Em 2016, o Censo dos Grandes Elefantes revelou que o número de elefantes na savana estava sendo reduzido a uma taxa de 8% — ou 27 mil elefantes por ano.

Um aspecto que agrava o problema é o tempo que os elefantes levam para se reproduzir. Com taxas de reprodução entre 5% e 6%, simplesmente não há filhotes nascendo em número suficiente para compensar as perdas causadas pela caça.

Os elefantes-africanos também estão perdendo seu habitat à medida que a população humana cresce e as pessoas passam a usar a terra para a agricultura e o desenvolvimento. Os elefantes precisam de muito espaço para se movimentar. Desta forma, a destruição e a fragmentação do habitat não apenas dificultam a localização de alimento, água e de parceiros, como também os colocam em maior conflito com os humanos — uma perspectiva perigosa para ambos.

Conservação

Os elefantes-africanos são protegidos em diferentes níveis em todos os países de sua área geográfica. Eles também são protegidos por acordos ambientais internacionais, pela CITES e pela Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias. Recentemente, houve esforços para voltar a legalizar o comércio internacional de marfim, mas até o momento, esses esforços fracassaram.

Grupos de conservação e governos trabalharam para reservar áreas para os animais selvagens — incluindo corredores que conectam as áreas protegidas. Ainda assim, os pesquisadores acreditam que até 70% da área de alcance dos elefantes esteja em terras desprotegidas.

É fundamental acabar com o comércio ilegal para restringir a caça. Defensores lançaram campanhas que abordam tanto o lado da oferta (caça) quanto o lado da demanda (pessoas que compram marfim). Houve alguns avanços nos últimos anos, especialmente em relação à demanda: em 2015, a China — que se acreditava representar o maior mercado ilegal e legal de marfim do mundo — concordou com uma proibição ”quase total” do comércio nacional de marfim. Desde que a proibição entrou em vigor, a demanda pública por marfim parece ter caído.

Do lado da oferta, proteger os elefantes da caça também requer uma abordagem local. Em 2019, um estudo mostrou que o sofrimento dos elefantes está associado ao sofrimento dos humanos que vivem nas proximidades: regiões extremamente pobres e afetadas pela corrupção são mais propensas a apresentarem taxas mais altas de caça. Isso sugere que ajudar as comunidades a desenvolverem meios de subsistência sustentáveis pode reduzir a atratividade da caça.

Reforçar a fiscalização e reduzir a corrupção também são aspectos importantes.

VOCÊ SABIA?

  • Os elefantes são capazes de se reconhecer no espelho — algo que poucos animais conseguem fazer.
  • Os membros de uma família de elefantes mostram sinais de luto e podem visitar os ossos do falecido por anos, tocando-os com suas trombas.
  • Os banhos de lama protegem os elefantes do sol e limpam a pele de insetos e carrapatos.
  • Os elefantes-africanos podem comer até 136 quilos de comida por dia.
  • Os elefantes emitem sons poderosos em baixa frequência para se comunicarem em longas distâncias.

 

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