Criar laços emocionais com espécies ameaçadas pode ajudar a salvá-las?
Um fotógrafo e um cientista esperam que estas fotos tocantes estimulem a paixão por proteger animais ameaçados de extinção.

Esta reportagem está na edição de agosto da revista National Geographic Brasil.
Considere o bico-de-tamanco, que aparece na foto inicial deste ensaio. Trata-se de uma espécie única, que está à beira da extinção – exatamente o alvo do programa conhecido como Edge of Existence. Contudo, ao iniciar o programa, em 2007, a minha dificuldade foi fazer com que as pessoas se comprometessem a proteger animais dos quais jamais haviam ouvido falar.
No mundo ideal, eu poderia ter procurado a melhor agência de marketing e indagado o que deveria fazer para que as pessoas criassem um vínculo emocional com esses bichos maravilhosos. Mas, no mundo real, não existe nenhuma agência assim – e estamos só começando a desenvolver a arte e a ciência de criar essa conexão vital.

Todas as fotos de Tim Flach publicadas aqui estão no livro Endangered (“Em Perigo”), que teve a minha contribuição. Concebemos o livro como uma chance para descobrir quais imagens de criaturas eram capazes de evocar uma reação emocional nos leitores.
Será que é mais fácil para as pessoas criarem laços emocionais com espécies de porte maior? Ou com as mais coloridas? Ou, ainda, com aquelas que têm características que lembram os bebês humanos, como olhos grandes? Qual é o impacto maior: quando se flagra um animal em seu hábitat ou quando é retratado em estúdio?

As imagens de Flach ajudam a lançar a discussão. Agora, nós, na National Geographic Society, por meio do programa de bolsas Making the Case for Nature, estamos convidando especialistas para que contribuam com ideias sobre como melhorar a conexão entre os seres humanos e o mundo natural. Essa é uma tarefa da qual depende o nosso futuro.
Jonathan Baillie é o cientista responsável e vice-presidente executivo de ciência e exploração da National Geographic Society.


