Dia dos Pais: 5 benefícios que podem surpreender você

As histórias para dormir, as brincadeiras brutas e a divisão das tarefas domésticas podem influenciar a saúde e o bem-estar das crianças de formas significativas.

Por Brian Handwerk
Publicado 10 de ago. de 2018, 12:25 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
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Um pai nada com sua filha. Pesquisa mostra que os pais ajudam as crianças a aprenderem habilidades sociais durante as brincadeiras.
Foto de Tim Lamán, National Geographic Creative

Ele construiu uma casa na árvore. Enxugou as lágrimas em um dia difícil. Torceu na lateral do campo. Há um monte de razões óbvias para mostrar o amor pelo seu velho, como muitos farão neste domingo na comemoração do Dia dos Pais.

Um ramo científico sobre a paternidade está desvendando outras coisas que você talvez não conheça — e que devem garantir ao seu pai um amorzinho extra.

Incentivando a carreira das filhas

Estudo sugere que os pais que assumem uma cota justa das tarefas domésticas criam filhas que aspiram a carreiras diferentes daquelas que são estereotipicamente relacionadas às mulheres, como enfermagem e ensino.

O indicador mais forte dos objetivos e atitudes das carreiras das meninas em relação aos papeis tradicionais do gênero foi se os seus pais fizeram ou não sua parte na casa, observa estudo publicado na Psychological Science.

A coautora Alyssa Croft, da Universidade da Colúmbia Britânica, diz que descobriu que os pais não necessariamente orientaram suas filhas a pensarem além dos estereótipos - eles mostraram isto assumindo as tarefas domésticas.

"É importante não apenas falar sobre a igualdade entre gêneros em casa, mas demonstrar com atitudes, pois as filhas parecem estar atentas a isto".

Sucesso das historinhas

Os pais são famosos por contar histórias para dormir. Acontece que esses contos podem assumir um grande papel na formação de crianças bem-sucedidas, de acordo com estudo publicado na Journal of Applied Developmental Psychology.

Um zoologista e seus filhos procuram criaturas marinhas.
Foto de Paul Zahl, National Geographic Creative

Nos experimentos, os pais liam livros de figuras sem palavras com seus filhos para que os cientistas pudessem analisar sua extensão média do enunciado (EME) — uma referência linguística que aumenta quando os locutores usam frases mais longas e com mais descrições.

Eles descobriram que as crianças cujos pais contaram histórias com EMEs superiores se tornavam alunos com vocabulários mais extensos e com notas mais altas.  Os pais, em particular, tiveram um impacto no desenvolvimento de seus filhos que se mostrou estar "acima e além" do das mães, segundo o estudo.

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    As "descobertas destacam a contribuição única dos pais nas primeiras conquistas acadêmicas das crianças", escreveu a coautora Claire Baker, psicóloga educacional na Universidade da Carolina do Norte.

    Geneticamente, parecemos mais com o pai que com a mãe

    Os camundongos, assim como os seres humanos, são mais geneticamente parecidos com seus pais do que com suas mães, de acordo com um estudo publicado na Nature Genetics. Herdamos o DNA (quase) igualmente de cada um dos pais, mas de fato "utilizamos" mais os genes do pai, sugere a pesquisa.

    Os pesquisadores mediram como os genes são expressos — ou como o DNA é traduzido em proteínas que guiam a função das células — em diversos tipos de tecido, incluindo o cérebro.

    Para cada gene, a equipe quantificou quanto desse processo celular se derivou de cada um dos progenitores. Em todo o genoma, eles descobriram que os genes foram expressos de uma forma que é significativamente mais similar aos dos pais.

    O trabalho ajudou os cientistas a desvendarem como indisposições, como a diabetes ou as doenças cardíacas, se desenvolvem — e os esforços que ajudam a combatê-las.

    "Imagine que um determinado tipo de mutação seja ruim", observou o autor do estudo, Fernando Pardo-Manuel de Villena, da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte.

    "Se herdado da mãe, o gene não seria expresso de forma tão marcante quanto se fosse herdado do pai. Desta forma, a mesma mutação ruim teria diferentes consequências na doença, dependendo se foi herdada da mãe ou do pai".

    Brincadeiras brutas desenvolvem habilidades para toda a vida

    Não conte às crianças, mas as brincadeiras brutas são uma ótima experiência de aprendizagem. Muitos estudos exploraram como os pais que participam de algazarras criativas ajudam as crianças a avaliar riscos, solucionar problemas, aprender sobre seus limites, administrar sua excitação e agressão e interpretar os sinais emocionais dos outros, ao mesmo tempo que transmitem seus próprios sinais — sempre em um ambiente seguro onde ninguém se machuca.

    "Você pode desenvolver isso em outros locais, mas essa é uma maneira particularmente eficiente de aprendizado", diz Richard Fletcher, da Universidade de Newcastle, na Austrália, que desenvolveu um guia de como mensurar a qualidade das brincadeiras brutas.

    "É realmente uma fantástica e complexa constelação de emoções e autocontrole que agora entendemos como um elemento-chave para o bom desenvolvimento das crianças", diz Fletcher.

    A dieta do pai influencia a saúde da criança

    As futuras mães precisam controlar o que comem, mas, surpreendentemente, uma pesquisa sugere que a dieta do pai também influencia na saúde de seu futuro filho.

    Um pai ri com sua filha na chuva. Os pais exercem um grande papel no desenvolvimento das habilidades da vida de seus filhos.
    Foto de George F Mobley, National Geographic Creative

    Em experiências, camundongos machos com ácido fólico ou Vitamina B9 insuficientes em suas dietas produziram proles com, aproximadamente, 30 por cento mais defeitos de nascença — tais como deformidades espinhais e cranianas — em comparação aos camundongos com ácido fólico suficiente, de acordo com um estudo publicado em 2013, na Nature Communications.

    Já é sabido que o ácido fólico protege contra abortos espontâneos e defeitos de nascença na dieta da mãe.

    Agora, "a nossa pesquisa sugere que os pais precisam pensar sobre o que colocam em suas bocas, o que fumam e o que bebem", declarou Sarah Kimmins, da Universidade McGill, "e lembrar de que são os cuidadores das futuras gerações". 

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