Eclipse lunar de 15 de maio: como observar a Lua de Sangue

O próximo eclipse lunar contará com a chamada Lua Vermelha, ou Lua de Sangue, e será visível em grande parte do continente americano. Saiba como ela ocorre e a origem do nome.

Por Redação National Geographic
Publicado 13 de mai. de 2022, 11:48 BRT
Lua cheia na costa da Colúmbia Britânica, Canadá.

Lua cheia na costa da Colúmbia Britânica, Canadá.

Foto de Paul Nicklen

Em um único evento, os amantes da astronomia poderão desfrutar, entre a noite de 15 de maio e a madrugada do dia 16, do primeiro eclipse lunar total de 2022 e, simultaneamente, da chamada Lua Vermelha ou Lua de Sangue, um fenômeno no qual o satélite natural da Terra assume uma tonalidade avermelhada.

A lua fica vermelha: mito ou realidade?

O satélite natural da Terra é fonte interminável de lendas e mitos. No eclipse lunar em maio de 2022, que será visível em toda a parte noturna do planeta, a Lua parecerá avermelhada.

Mas será que a Lua realmente fica vermelha? A resposta é não. Durante o eclipse lunar podemos ver da Terra como a cor da Lua muda devido à incidência de luz na superfície do satélite, explicou em entrevista à National Geographic Beatriz García, diretora do Observatório Pierre Auger na Argentina.

Ao contrário do Sol, que desaparece durante um eclipse total, a Lua não some. "O que acontece é que a Terra está posicionada entre o Sol e a Lua, mas, nos bordas do planeta, a radiação proveniente do Sol interage com a atmosfera, e esta luz, que chamamos de 'branca' e é composta de todas as cores, interage com as moléculas do ar, espalhando e mudando de direção", descreveu García.

Mas nem todas as cores se dispersam ou mudam de direção no mesmo grau. O vermelho continua, quase não desvia da direção original, enquanto as outras cores sim. Assim, a luz que chegará em maior quantidade nos nossos olhos durante o eclipse serão os tons avermelhados. "Esse fenômeno de dispersão de luz é o que dá ao céu sua cor, e é por isso que ele parece azul claro. É isso que faz o Sol parecer vermelho no oeste", explicou a astrônoma.

Em resumo, durante um eclipse, a luz que passa pela atmosfera terrestre continua a passar e atinge a superfície da Lua. "É por isso que a vemos avermelhada, embora não seja um 'vermelho sangue', mas sim um tom alaranjado", esclareceu García. 

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    A Lua Cheia tem nomes diferentes de acordo com sua cor ou tamanho. Às vezes, parece avermelhada ou maior do que o normal. No entanto, de acordo com o site da Nasa, estas não são propriedades diretamente atribuíveis ao satélite natural.

    "Essas mudanças na aparência estão frequentemente relacionadas à posição em relação ao Sol e à Terra", diz a agência norte-americana. 

    De acordo com esta aparência e levando em conta as idiossincrasias de diferentes povos, cada Lua Cheia recebe seu próprio nome. Assim, tem-se a Superlua, a Lua de Morango, a Lua Azul e até mesmo a Lua Negra.

    No caso da denominação Lua Vermelha ou Lua de Sangue, a referência tem a ver com a cor avermelhada que ela adquire, que está ligada à cor do sangue, embora, como García explicou, o vermelho seja mais parecido com a cor laranja. 

    "Este tipo de Lua ocorre durante os eclipses lunares totais", acrescenta a agência americana. 

    Os mesmos nomes também são frequentemente usados para descrever o satélite natural quando ele aparece avermelhado por causa de partículas de poeira, fumaça ou neblina no céu.

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      De acordo com o mapa compartilhado pela Nasa, ambos os fenômenos serão totalmente visíveis na maior parte do continente americano, exceto no centro, norte e oeste da América do Norte, onde a visão será parcial, ou seja, só será visível quando a Lua se erguer no início do ciclo.

      Por outro lado, os países da Europa Ocidental e Central, assim como o Oriente Médio e a maior parte da África (exceto os países da costa leste) terão uma visibilidade parcial do fenômeno, que será visível até a Lua se pôr, ou seja, ao final do evento astronômico.

      Nas demais partes da Ásia e Oceania, o fenômeno passará completamente despercebido. Ao contrário de um eclipse solar, que depende da localização geográfica para ser visto, para poder observar um eclipse lunar só é necessário que seja noite.

      O eclipse deverá começar às 22h32, horário de Brasília, de acordo com a agência norte-americana. O ponto máximo do eclipse lunar, o mais esperado pelos espectadores, é estimado para às 1h11. Aos ansiosos para ver a Lua Vermelha em seu esplendor, este é um momento-chave para se programar, pois o satélite terá alcançado cobertura total e a tonalidade avermelhada da dispersão da luz será mais visível.

      A Lua também vai aparecer maior do que o normal. Isso acontece porque durante o eclipse, o satélite estará próxima de seu perigeu, a 'apenas' 362.126,5 km da Terra – no apogeu, a distância chega a 405 mil km.

      As nuvens de cinzas presentes na atmosfera, produto da recente erupção vulcânica ocorrida em Tonga, no Oceano Pacífico, podem realçar o tom vermelho da Lua de sangue.

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