Este hambúrguer sangrento é vegano – e o futuro da nossa alimentação

Se você quer saber o que vamos comer no futuro, esteja preparado: há muitas surpresas no cardápio.

Por Tracie Mcmillan
Publicado 16 de out. de 2018, 18:24 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
O Impossible Burger é feito de proteína de trigo e batata, óleo de coco e outros ingredientes, entre os quais uma hemoproteína sintetizada a partir de levedura, que faz com que o hambúrguer pareça “sangrar”. Citando as consequências ambientais da pecuária industrial, empresas inovadoras argumentam que o problema não é a carne, mas sua origem animal. “É possível inventar outro tipo de carne”, diz Jessica Appelgreen, da Impossible Foods. "Pesquisando em nível molecular as características da carne, vamos reproduzi-las a partir do reino vegetal.”
Foto de Grant Cornett

Confira a reportagem completa na edição de novembro da revista National Geographic Brasil.

Se você quer saber o que vamos comer no futuro, esteja preparado: há muitas surpresas no cardápio. Com a população global ultrapassando os 9 bilhões de pessoas até meados deste século, vamos ter de aumentar em 50% a produção de alimentos para atender às necessidades de tanta gente. Como fazer isso sem ampliar o desmatamento e as áreas utilizadas pela agricultura industrial? Como vamos manter a saúde dos nossos solos, de modo que continuem a produzir alimentos? 

Tais questões nos levam a uma região confusa e complicada. No entanto, uma coisa já está bem clara, afirma LinYee Yuan, editora da revista Mold, que trata do futuro dos alimentos. “Para dar de comer a 9 bilhões de pessoas”, salienta ela, “vamos precisar de muita pesquisa em todas as áreas.” 

Insetos na sua dieta? Ok. Mas esqueça logo a visão de formigas tostadas e pense num doritos. “Não vamos substituir a carne por insetos”, explica Julie Lesnik, autora do livro Edible Insects and Human Evolution (“Insetos Comestíveis e Evolução Humana”). Mas os insetos podem virar ingredientes de ração para animais e de alimentos processados, como batatas chips, barras energéticas e pós para smoothies. “São nutritivos”, diz Lesnik. “Podem servir como ingredientes.”
Foto de Grant Cornett

Muitos desses pesquisadores estão buscando formas de obter proteínas, diante da perspectiva de que vai ser cada vez mais insustentável, em termos ambientais, a produção industrial de proteína animal. Somente a criação de rebanhos responde por um sétimo de todas as emissões dos gases de efeito estufa resultantes de atividades humanas. A carne bovina produzida em grandes fazendas com animais confinados requer quase 8 vezes mais água e 160 vezes mais área por caloria que o cultivo de legumes e cereais. Não admira, portanto, que os técnicos da ONU estejam recomendando que todos consumam menos carne – e inovadoras companhias de alimentos estão levando a sério tal recomendação. 

Uma delas é o fabricante do Beyond Burger, um hambúrguer com aparência de carne, mas preparado com beterraba e proteína de ervilha, que já é comercializado nos Estados Unidos. O seu maior concorrente vende o Impossible Burger, um hambúrguer vegano que “sangra”, graças a uma proteína sintética conhecida como “heme”. A iguaria já é vendida em cerca de mil lugares nos Estados Unidos e em Hong Kong. 

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    Concebido por trabalhadores do setor de tecnologia em busca de um composto capaz de atender a todas as necessidades de nutrição de uma pessoa, o Soylent foi lançado, em 2013, como uma forma moderna e ecologicamente sustentável de substituir os alimentos tradicionais. Em 2016, porém, a empresa teve de recolher suas barrinhas e pós quando os consumidores se queixaram de vômitos e diarreia. Um ano depois, as autoridades canadenses proibiram a venda do produto, por não cumprir as normas legais para substitutos de refeições. Mesmo assim, a popularidade do Soylent vem crescendo nos Estados Unidos.
    Foto de Grant Cornett

    Outras empresas estão tentando industrializar a produção de carne de forma tão radical que os próprios animais deixariam de ser necessários. Os líderes nesse setor comparam a produção de carne em laboratório à fabricação de cerveja, 

    Uma delas é o fabricante do Beyond Burger, um hambúrguer com aparência de carne, mas preparado com beterraba e proteína de ervilha, que já é comercializado nos Estados Unidos. O seu maior concorrente vende o Impossible Burger, um hambúrguer vegano que “sangra”, graças a uma proteína sintética conhecida como “heme”. A iguaria já é vendida em cerca de mil lugares nos Estados Unidos e em Hong Kong. 

    Confira a reportagem completa na edição de novembro da revista National Geographic Brasil.

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