Fotos: Conheça os “sobreviventes” de um genocídio que nunca existiu
Indígenas caribenhos conhecidos como taínos descrevem como a história de seu povo foi apagada — e o que estão fazendo para recuperá-la.
Publicado 5 de nov. de 2019, 15:41 BRT

MERCEDES GARCIA, 36
“Durante a minha criação, minha avó sempre me dizia que eu era taína, que, não importava onde eu estivesse no mundo, essa era a minha identidade. Nunca entendi bem o que era ser taína até ler sobre os taínos e os aruaques na enciclopédia. Me entristeceu ler que o meu povo estava extinto.”
Foto de Haruka Sakaguchi“Eu sou taíno”
Foto de Haruka SakaguchiGYPSIE RUNNINGCLOUD, 48
“Tive sempre enraizada em mim, pelos mais velhos da família, desde que eu era pequeno, a noção de que eu devia manter sigilo absoluto sobre a nossa ancestralidade indígena. Éramos aculturados na ideia de que não devíamos nunca nos revelar como indígenas. Essa noção era tão forte que nos forçava a simplesmente acenar educadamente com a cabeça sempre que algum estranho dissesse que 'lembrávamos' os indígenas, mas meus primos e eu não podíamos, em hipótese alguma, reconhecer publicamente a nossa herança indígena.”
Foto de Haruka Sakaguchi“Eu sou taíno”
Foto de Haruka SakaguchiRENE J. PEREZ, 33
“Quando eu tinha 4 ou 5 anos, perguntei à minha mãe: 'O que nós somos?', ao que ela respondeu: 'taínos'. Perguntei, então, o que significava taíno, e ela respondeu: 'índios', o que me fez sempre achar que eu era da Índia. Claro que, anos depois, entendi que minha mãe se referia aos nativos da região do Caribe.”
Foto de Haruka Sakaguchi“Eu sou taíno”
Foto de Haruka SakaguchiJULIET DIAZ BAWAINARU, 38
“Essa sempre foi a nossa identidade. Ser taíno nunca foi segredo para a nossa família em Cuba.”
Foto de Haruka Sakaguchi“Eu sou taíno”
Foto de Haruka SakaguchiMARITZA LUZ FELICIANO POTTER, 38
“Por meio de certidões de casamento, registros de batismo e poucos relatórios de censos, consegui identificar alguns familiares (de meados do século 18), 'identificados' oficialmente como negros em um ano, mas que haviam sido categorizados como 'índios' alguns anos antes.
Embora eu não negue minha ancestralidade europeia ou africana, sinto em meu coração que é chegada a hora de minha família reaprender, lembrar e reivindicar nossos direitos natos de indígenas boricuas [porto-riquenhos]. Somos taínos! Ainda estamos aqui!”
Foto de Haruka Sakaguchi“Eu sou taíno”
Foto de Haruka SakaguchiKAYLA ANARIX VARGAS-ESTEVEZ, 17
“Sempre soube disso desde que nasci.”
Foto de Haruka Sakaguchi“Eu sou taíno”
Foto de Haruka SakaguchiERIC ALEXIE CRUZ, 48
“Em 2014, trabalhei num documentário com indígenas norte-americanos do Oklahoma chamado Spirit Roads. Tive contato com uma pessoa enquanto estive lá e por isso quis conhecer mais sobre a minha ancestralidade. Quanto mais aprendia, mais eu via que as antigas tradições mantidas pela minha família tinham ligações com os taínos.”
Foto de Haruka Sakaguchi“Eu sou taíno”
Foto de Haruka Sakaguchi