Dia dos pais: as 10 fotos mais encantadoras do reino animal
De micos-leões-dourados a pinguins-imperadores, alguns papais se esforçam muito para criar seus filhotes — apesar de muitas vezes serem ofuscados pelas mães.

Micos-leões-dourados
Esses pais são conhecidos por literalmente levarem suas crias nas costas, frequentemente carregando-as pelas florestas tropicais na região costeira brasileira que chamam de lar.
Os micos-leões-dourados vivem em pequenos grupos sociais, que incluem um casal reprodutor, alguns de seus descendentes e, às vezes, alguns parentes aleatórios. As mamães micos-leões-dourados geralmente têm gêmeos, o que dá muito trabalho na hora de alimentá-los e carregá-los. É por isso que, nas primeiras seis ou sete semanas de vida, os filhotes passam a maior parte do tempo nas costas do pai.
Conforme esses pequenos macacos crescem, seus pais continuam sendo participativos, alimentando suas crias com um cardápio variado e ensinando-os a procurar comida, afagar e limpar o pelo dos outros, se aconchegar à noite para se aquecer e desenvolver habilidades sociais.
Cavalos-marinhos
Diversos pais do mundo animal cuidam dos ovos, mas em se tratando de gestação, eles simplesmente não estão preparados para isso. Com exceção do cavalo-marinho.
Os cavalos-marinhos invertem os papéis familiares do reino animal. A fêmea usa um tubo chamado ovipositor para transferir os ovos para a bolsa incubadora do macho, onde eles eclodem e se desenvolvem, formando centenas de cavalos-marinhos pequeninos e independentes.
“A bolsa incubadora é muito parecida com o útero humano”, observa Verdolin. Mas essa não é a única semelhança.
“Alguns dos mesmos genes envolvidos na gravidez em humanas são encontrados em cavalos-marinhos machos, o que me deixa impressionada”, comenta ela.
Quando um pai (como o da foto) dá à luz, sua parceira monogâmica já preparou outros ovos para que o acasalamento possa recomeçar imediatamente. Essa eficiência pode explicar por que os cavalos-marinhos desenvolveram uma estratégia reprodutiva tão incomum.
Pinguins-imperadores
Os pinguins-imperadores vivem na Antártica, um dos ambientes mais inóspitos da Terra, onde as temperaturas podem chegar a -45 °C e os ventos atingem velocidades de 160 quilômetros por hora.
No começo do inverno, as mamães pinguins-imperadores botam um único ovo no gelo, colocam-no debaixo dos pés do parceiro, como a fêmea na foto acima, e depois entram no mar aberto, onde passam dois meses se alimentando. Como o ovo congelaria se sentassem sobre eles, os pinguins machos cobrem-no com um pedaço de pele dos pés especialmente adaptado chamado de placa de incubação, em um incrível exercício de equilíbrio.
Ao longo dos meses de frio glacial, durante os quais esses pais nem se alimentam, eles ficam juntinhos para sobreviver e também para manter seus ovos vivos. Eles perdem quase metade do peso corporal antes de suas companheiras retornarem.
Embora sejam pais dedicados, nada podem fazer quanto ao crescente derretimento do gelo antártico, o que pode levá-los à extinção.
Gorila-das-montanhas
O gorila-das-montanhas macho, que lidera um grupo de até 30 membros, é um animal forte que pode ser extremamente intimidador.
Mas sem dúvidas ele tem uma queda por filhotes.
“Os pais pegam os filhotes das mães para afagar e limpar seus pelos, e uma vez vi um macho mais velho fazer cócegas em um gorila jovem com o caule de uma flor”, escreveu a primatóloga Dian Fossey em um artigo para a revista National Geographic, em 1981 .
Os pais têm paciência com os filhos, deixando-os escalar e brincar em suas costas, como esse pequeno da foto nas montanhas Virunga, em Ruanda.
Além disso, os gorilas machos cuidam dos filhotes, mesmo sem saber quais deles são seus filhos. É uma exceção entre a maioria dos pais do mundo animal, que não têm interesse em dedicar tempo e esforço aos filhotes que não carregam seus genes.
Então por que eles fazem isso? Por um motivo, as fêmeas ficam de olho. Um estudo recente mostrou que os papais gorilas que passam mais tempo com os filhotes — mesmo os que não são seus — geram 5,5 vezes mais filhos do que os pais menos atenciosos.
Sapos-ponta-de-flecha
Mais conhecidos por suas cores brilhantes e toxinas poderosas, os sapos-ponta-de-flecha venenosos machos da América Central e do Sul também merecem reconhecimento pelo esforço que dedicam à criação dos filhos, o que é raro entre esses anfíbios.
As diferentes espécies têm seus próprios rituais de acasalamento, mas as fêmeas geralmente escolhem a partir de uma seleção de machos territoriais e depositam ovos dentro de seu domínio. Depois que os girinos eclodem, eles se agarram às costas do pai (na foto, um terrível sapo-ponta-de-flecha, cujo veneno é usado por indígenas para preparar as pontas de flechas para a caça) enquanto ele procura por poças d'água na floresta tropical, às vezes embarcando em longas jornadas de até 400 metros.
Ao encontrar uma pequena poça, como embaixo de uma planta, ele deixa cair alguns dos girinos para que possam se desenvolver em um ambiente seguro. Ele repete o processo até que os girinos sejam espalhados por toda a floresta.
Embora seja uma expedição arriscada para o pai e os bebês, distribuir os girinos dessa forma assegura que algumas crias possam sobreviver mesmo que uma ou mais poças escolhidas acabem secando.
Corujas-das-neves
Papais corujas-das-neves, como este da Ilha Bathurst, em Nunavut, no Canadá, sempre levam comida “para casa”, servem primeiro a mãe, a qual está chocando os ovos, e depois toda a família, que pode consumir cinco lemingues por dia. (Veja um pai coruja-das-neves caçando sem parar para alimentar seus filhotes.)
Esses lindos pássaros brancos formam pares majoritariamente monogâmicos a cada estação para se reproduzir e fazer ninhos na tundra ártica; um trabalho que pai e mãe devem realizar juntos, não sendo possível fazer sozinho.
“Uma vez que machos e fêmeas esperam que haja monogamia, é realmente muito mais importante quando o cuidado biparental é necessário, observado em muitas aves”, afirma Verdolin.
Dependendo da disponibilidade de lemingues em uma determinada estação, a quantidade de ovos postos pelas corujas pode variar de três a 11. Se há muitos lemingues, as aves produzem mais ovos.
Após cerca de 25 dias, os filhotes deixam o ninho e se distribuem pela tundra. Mas o trabalho do pai não chegou ao fim. Por mais de um mês, enquanto os filhotes aprimoram suas próprias habilidades de caça, gritam pedindo comida para um de seus progenitores.
Cães-selvagens-africanos
Cães-selvagens-africanos vivem em matilhas lideradas por um casal influente, um pai e uma mãe (geralmente) monogâmicos. Esses pais não incentivam o acasalamento dos outros cães do bando e garantem que seus filhotes tenham prioridade nas refeições.
A matilha inteira, incluindo os machos menos dominantes, atua como um extenso grupo de babás — e certamente são necessários, em virtude da natureza tumultuada de uma ninhada de filhotes como esses da foto no Delta do Okavango, em Botsuana.
Os cães-selvagens papais lideram o grupo de caça. À medida que os filhotes crescem, aprendem com a liderança do pai como lidar com o grupo e a abater presas maiores, inclusive antílopes e gnus.
Quando os filhotes ainda não conseguem mastigar a carne, os adultos regurgitam alimentos mais macios para eles comerem.
Macacos-da-noite
Depois que as mamães macacos-da-noite dão à luz, os pais entram em cena e passam a carregar, brincar e cuidar dos pelos de seus filhos com mais frequência que as mães.
“Quando pensamos em cuidados paternos entre mamíferos, na verdade nada chega nem perto dos macacos-da-noite e dos macacos-titis”, uma espécie relacionada, diz Fernandez-Duque, cujo Projeto Macaco-da-noite estuda os primatas na Argentina há quase 25 anos. “Sempre brinco que eles são os cavalos-marinhos dos mamíferos.”
Os casais de macacos-da-noite (na foto acima, uma família) têm relações muito estreitas, parecidas com as de humanos, mas frequentemente são importunados por machos e fêmeas invasores que tentam separá-los. Quando conseguem, esses novos padrastos podem não ter o mesmo apego para criar seus enteados.
Curiosamente, dados preliminares mostram que filhotes cujas famílias são desfeitas dessa maneira sofrem mais quando o pai não está mais presente — podendo morrer precocemente e em maior número — do que os que perdem as mães, ele explica.
Peixes Apogonidae
Para muitas espécies, os pais precisam dar uma mãozinha. No caso dos peixes da família Apogonidae, uma boca. Esses peixes são incubadores bucais, o que quer dizer que a fêmea libera cerca de 40 ovos no oceano, o macho os fertiliza e os suga rapidamente para dentro de sua boca (como esse peixe com listras amarelas nas Ilhas Salomão). Assim, esse pai dedicado pode manter os ovos a salvo.
Aparentemente, a maioria desses peixes acasala dessa maneira e em pares monogâmicos. Mas o estilo reprodutivo deles não é tão sem graça; recentemente, cientistas descobriram evidências de traição descarada entre eles.
Um estudo na Papua-Nova Guiné descobriu que 30% da ninhada carregada pelos pais havia sido concebida por uma fêmea que não era sua parceira.
Os dedicados pais animais, relativamente comuns entre os peixes, tendem a cuidar das crias somente quando têm certeza de que são realmente seus — uma organização que favorece a monogamia. Mas no caso dos peixes Apogonidae, a oportunidade de ação paralela por parte de ambos os sexos parece ser algo valioso em sua estratégia reprodutiva.
Leões
Pai e filhote compartilham um momento de ternura na Reserva Nacional de Masai Mara, no Quênia.
Os grandes felinos têm uma má reputação como pais, principalmente por sua prática de matar os filhotes que não geraram, garantindo assim que as fêmeas estejam prontas para acasalar novamente. Embora seja de difícil compreensão para os humanos, é uma estratégia reprodutiva a qual permite que os leões gerem seus próprios filhotes.
As fêmeas de um bando realizam grande parte do trabalho parental, como caçar e criar os filhotes. Enquanto isso, alguns leões-africanos papais se unem para controlar um local repleto de presas, que o especialista em leões e explorador da National Geographic Craig Packer chama de zona crítica. É onde vivem com as fêmeas e seus próprios filhotes até serem expulsos por machos mais jovens ou mais fortes
“A única forma de monopolizar uma dessas zonas críticas muito valiosas e escassas é agindo como uma gangue de colegas do mesmo sexo que trabalham como uma equipe”, explicou Packer em uma entrevista anterior.