Galeria de fotos: mães solo e seus filhos lutam para sobreviver à pandemia
Sete fotógrafas retratam 14 mães de todo o Brasil – mulheres em busca de espaço físico e mental para lidar com o trabalho, a educação dos filhos, a segurança diante do coronavírus, os relacionamentos.

Natália Cardoso, 20, com sua filha Pietra, então com 5 meses, em Osasco, São Paulo. Durante a pandemia, ela largou o emprego por não ter com quem deixar a filha e não conseguiu acesso ao salário emergencial.
Marilucia Marcilina Batista, 37, e seu filho mais novo, José, 8, se preparam para deixar a aldeia onde moram no baixo Amazonas para ir à casa de farinha do território indígena, no meio da floresta, onde ela trabalha. Os casos de covid-19 têm aumentado na região, afetando até as comunidades indígenas mais isoladas do estado.
Stephanie Borges Gomes, 23, e o filho Lucca, 3, brincam no rio perto de casa, em Arembepe (BA). Stephanie trabalha como açougueira e precisa cruzar o rio a pé todos os dias às cinco da manhã para chegar ao trabalho.
Maria Francisca Moreira, 46, trabalha no cultivo de suas hortaliças, no assentamento Nova Canaã, no Distrito Federal, conquistado através da luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Maria é mãe de quatro filhos, de quem cuida com o dinheiro da venda de produtos da horta e o salário de empregada doméstica – emprego que perdeu devido à pandemia. Sem trabalho e com dificuldades para vender as hortaliças, contou com a produção para a subsistência da própria família.
Sofia Benjamin, 30, e a filha Céu, 4, no Rio de Janeiro (RJ). As duas ficaram em isolamento total por mais de oito meses porque a mãe de Sofia, a única rede de apoio das duas, é do grupo de risco.
Verônica da Costa, 31, e o filho Theo, 6, fazem compras em uma feira no Rio de Janeiro (RJ), onde moram. As ervas servirão de matéria-prima para os sabonetes, desodorantes e tônicos capilares e faciais que Verônica produz para vender. Durante a pandemia, ela focou em aumentar o negócio para sustentar a si e ao filho. Maria Magdalena Arréllaga
Natália (no centro), 20, tira foto de sua filha Pietra, de 9 meses, com o brinquedo que ganhou no dia das crianças em um parque próximo à casa onde moram, em Osasco (SP). Sem creche, Natália precisou pedir demissão. Mesmo assim, não conseguiu receber o auxílio emergencial do governo federal e recorreu a um emprego temporário na campanha das eleições municipais para se manter. "A gente nunca teve presente de dia das crianças, era só um feriado normal. Minha filha não, minha filha vai achar que é um grande dia na vida dela."
Paula Dias, 33, com seus filhos Liz, 4, e Leo, 8, em casa na Tijuca, Rio de Janeiro (RJ). Com a pandemia, Paula perdeu o emprego como professora e tem enfrentado dificuldades no engajamento do filho mais velho com o ensino remoto.
Isis Abena, 35, e a filha Ainá, 2. No início da pandemia, as duas ainda moravam em um apartamento, mas o fato de estarem confinadas passou a afetar o humor de Ainá e a produtividade de Isis. No meio do ano, mudaram-se para uma vila onde Ainá tem espaço, liberdade, amigas e maior contato com a natureza.
Luísa Molina, 31, com seu filho Luca, 6, em um dia de folga em uma cachoeira perto de Brasília. Luísa tem se concentrado em escrever sua tese de doutorado e manter seu trabalho de ativista enquanto cria o filho. Ela mora com a mãe, que também é mãe solo.
Luisa Brandão, 27, acolhe o filho, Aruan, 5, triste por estar há 9 meses sem ver o pai, que mora em outra cidade. A presença dele na vida do filho, que já era escassa, ficou ainda mais rara com a pandemia.
Rafaela Machado, 29, e as filhas Ana Beatriz, 1, e Maria, 10, brincam na quadra perto de casa na comunidade Cantagalo, no Rio de Janeiro. Rafaela é mãe separada de quatro filhos de dois pais diferentes e, durante a pandemia, conta com o apoio das avós para cuidar dos filhos enquanto ela trabalha.
A fotógrafa Isabella Lanave convidou a atriz, poeta surda e slammer Gabriela Grigolom, mãe de Sophia, 5, e Antônio, 6, para fotografar a própria rotina durante o período de isolamento social. Gabriela sofreu violência doméstica em seu antigo relacionamento e hoje o seu ex-companheiro é proibido judicialmente de ter contato com ela. Gabriela conta com o apoio diário de sua mãe.
