Veja como o mochi japonês é martelado até ficar perfeito
Shoichi Sugiyama é um dos últimos adeptos do "mochi tskui" – a maneira tradicional, e performática, de fazer o doce japonês.
Shoichi Sugiyama começou a fazer mochi quando tinha quatro anos. Crescido no Japão, ele passava o ano novo ouvindo as lições do pai sobre como elaborar o doce tradicional. Agora, com quase 60 anos, Sugiyama continua a tradição, mas a milhares de quilômetros de sua casa natal e com uma nova multidão de pessoas.
Hoje, Sugiyama mora em Bellevue – no estado americano de Washington –, uma cidade nos arredores de Seattle. Ele celebra cada passagem de ano cercado por moradores e turistas na ilha Bainbridge Island durante o evento anual mochi tsuki ou "fabricação do mochi".
Mochi, um bolo de arroz doce e macio, foi inventado no Japão há centenas de anos, como uma iguaria valiosa feita e consumida nos primeiros dias do novo ano. Mochi é associado a força, vida longa, boa sorte e saúde – por isso é colocado como oferenda em altares budistas.
O doce é feito com mochigome, um tipo de arroz glutinoso de grão curto do tipo japonica. Depois que o arroz é ensopado durante a noite, ele é colocado sobre um fogo em uma caixa de vapor, chamada de "seiro". Estas caixas são empilhadas umas sobre as outras e colocadas em água fervente.
Depois de 30 a 40 minutos de vaporização, o arroz é colocado em um mortar grande, chamado de usu. Lá, é martelado com um martelo de madeira chamado kine, para a massa ficar lisa e espessa. A massa quente precisa ser girada periodicamente e borrifada com água durante o processo para evitar que grude.
Quando pronta, a massa é moldada em pães. E assim nasce o mochi.
O mochi pode ser preparado de várias maneiras, mas é comumente deixado como uma pequena bola redonda e preenchido com pasta de feijão vermelho doce. Às vezes, também é transforamdo em sorvete de mochi.
Hoje, o processo de fazer mochi foi simplificado com máquinas. Mas em Washington, Sugiyama mantém a tradição viva, usando até o martelo.
No Brasil, o Mochi Tsuki Matsuri é conhecido como Festa do Bolinho da Prosperidade e acontece há 48 viradas de ano na Liberdade, tradicional bairro da colônia japonesa em São Paulo.