Os melhores destinos do mundo em 2022

Editores da revista National Geographic Traveler de diferentes partes do mundo selecionaram 25 lugares para planejar as viagens do ano que vem.

Por Editores globais da National Geographic
Publicado 18 de nov. de 2021, 09:07 BRT
foto de cima para baixo de escaladores subindo uma montanha em primeiro plano com várias montanhas ...

Turistas aventureiros encaram a mais 'via ferrata' de ferro da América do Norte, em Arapahoe Basin, no Colorado. Esta rota de escalada de anéis e cabos de ferro nas Montanhas Rochosas é um dos Melhores Destinos do Mundo da Nat Geo Travel para 2022.

Cortesía de Ian Zinner, Arapahoe Basin Ski Area

Atrás da sua próxima aventura? Nossos editores globais escolheram os 25 destinos mais empolgantes para o próximo ano. Cinco categorias – Aventura, Cultura e História, Natureza, Família e Sustentabilidade – enquadram experiências inesquecíveis que revelam a beleza e a diversidade do nosso mundo. Apesar da pandemia ter mudado quando, onde e como viajamos, estamos ansiosos para fazer as malas e pegar a estrada. A exploração começa agora. 

AVENTURA

foto feita com velocidade de obturador baixa de um rio plano mas com pedras e corredeiras ...

Novo Brunswick, Canadá. Ao longo do rio Nepisiguit, em Novo Brunswick, no Canadá, um centenário caminho indígena agora oferece 150 km de trilha de pedestres, assim como lugares para acampar.

Foto de Andrew Herygers

Novo Brunswick, Canadá

Desbrave a trilha mais longa das províncias marítimas do Canadá

Uma rocha em formato de tartaruga perto de Nepisiguit Falls, na província canadense de Novo Brunswick, carrega consigo uma lenda contada pelo povo mi’gmaq. Quando o nível da água baixa, a “tartaruga” – chamada de Egomoqaseg (que significa “balança como um navio ao mar”) – parece estar saindo do rio, diz Jason Grant, o guia da trilha, cujo sogro, o ancião mi’gmaq Gilbert Sewell, foi o guardião da história.

“A lenda diz que, assim que a tartaruga estiver completamente fora d’água, será o fim do mundo para o povo mi’gmaq”, conta Grant. Segundo ele, com base nas visitas que faz à rocha todos os anos, Egomoqaseg tem um longo tempo pela frente antes de estar em solo seco.

As cataratas são uma parada ao longo de uma rota milenar de migração das Primeiras Nações que se transformou na trilha de caminhada mais longa do interior das províncias marítimas canadenses. Percorrendo 150 quilômetros ao longo do rio Nepisiguit, a trilha acidentada Sentier Nepisiguit Mi’gmaq segue caminhos antigos que trilhados pelos nômades mi’gmaq. A rota começa no nível do mar na Reserva Natural Daly Point, em Bathurst, e termina no lago Bathurst, no Parque Provincial Monte Carleton, lar do Monte Carleton, de 820 metros, o pico mais alto das províncias marítimas. Para promover o respeito pela relevância da trilha para o povo mi’gmaq, a recuperação da rota, concluída em 2018, incluiu a incorporação do idioma e da cultura mi’gmaq, como locais para acampamento em tendas e um logotipo de tartaruga inspirado em Egomoqaseg. (Maryellen Kennedy Duckett)

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      Foto de botes de rafting descendo um rio de água escura em meio a floresta verde ...

      Costa Rica. Na Costa Rica, praticantes de rafting encaram corredeiras no rio Pacuare.

      Foto de Hemis, Alamy Stock Photo

      Costa Rica

      Faça uma trilha de costa a costa

      Estendendo-se por toda a Costa Rica, do Caribe ao Pacífico, a El Camino de Costa Rica é uma janela de 280 quilômetros para a vida, longe da rota turística normalmente visitada. A rota de caminhada possui 16 etapas e inclui principalmente estradas públicas, passando por vilas e cidades remotas, terras do povo indígena cabecar e áreas naturais protegidas. Foi criada para estimular a economia dos distritos rurais. Moradores locais, organizações sem fins lucrativos e uma rede de microempresários, como os produtores de mel Ecomiel, a fazenda orgânica Finca El Casquillo, de propriedade de uma mulher, e a microusina de café sustentável La Cabaña fornecem a maior parte das hospedagens, alimentação, passeios e outras comodidades disponíveis no percurso da trilha.

      Devido ao isolamento e aos poucos serviços de turismo, Mar a Mar – uma parceria sem fins lucrativos formada em 2016 para desenvolver, promover e ajudar a manter a rota El Camino – recomenda fazer a trilha com um guia. Ticos a Pata, UrriTrek Costa Rica e ViaLig Journeys estão entre os operadores turísticos que oferecem experiências guiadas – desde caminhadas de um dia até trilhas de costa a costa, que podem durar uma ou duas semanas e incluem travessias de rios e passeios por fazendas, florestas tropicais, florestas nubladas e plantações de cana-de-açúcar. Itinerários mais longos normalmente incluem aventuras opcionais, como um passeio de rafting nas corredeiras do rio Pacuare. (MKD para National Geographic Travel Coreia)

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        foto de três pessoas de bicicleta atravessando uma ponte em Paris sobre o rio Sena

        Rio Sena, França. Ciclistas agora podem pedalar de Paris a Le Havre, na costa da Normandia, na nova trilha de bicicleta Rio Sena, que tem 430 km.

        Foto de David Darrault

        Ciclovia do rio Sena, França 

        De Paris ao Canal da Mancha, pedale por uma nova rota com paisagens deslumbrantes  

        La Seine à Vélo é uma nova ciclovia digna do pintor francês Claude Monet. Na rota, é possível visitar a casa do pintor e as famosas nenúfares em Giverny. Mas o percurso de 430 quilômetros “de Paris para o mar”, inaugurado em outubro de 2020, também oferece obras-primas menos conhecidas, como a colorida arte de rua que ilumina o Canal Saint-Denis em Paris.

        Ao longo das 15 etapas da trilha, os ciclistas também passam por áreas naturais protegidas, incluindo a Reserva de Aves Grande Noé da Normandia, localizada ao longo de uma importante rota migratória de aves. Ao pedalar pela Normandia, não deixe de visitar as ruínas da Abadia de Jumièges, fundada em 654, e fazer um passeio guiado por um monge beneditino na Abadia de Saint-Wandrille, que funciona há séculos. A sala de chá e os jardins do Château de Bizy, uma residência real construída em 1740 e inspirada em Versalhes, oferecem oportunidades de descanso em meio as pedaladas.

        Considerando o fato de Monet não ser a única atração da ciclovia, os ciclistas que amam pinturas devem reservar um tempo extra para o Museu do Impressionismo de Giverny, que explora o movimento de arte revolucionário do século 19. (Gabriel Joseph-Dezaize, editor-chefe, National Geographic Travel França)

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          turista escalando montanha em primeiro plano com outras montanhas ao fundo

          Arapahoe Basin, EUA. Escaladores tomam a via ferrata em Arapahoe Basin, no Colorado, EUA, que atinge altitudes de quase 4 mil metros.

           

          Foto de Ian Zinner, Arapahoe Basin Ski Area

          Arapahoe Basin, Colorado, EUA

          Suba ao topo das Montanhas Rochosas

          Para uma vista inesquecível da Divisória Continental, é preciso escalar a mais alta via ferrata da América do Norte. A via ferrata de Arapahoe Basin – uma rota de escalada com degraus de metal e cabos – começa na base dos penhascos de granito das Rochosas e sobe quase 365 metros até o cume, que fica a 3,9 mil metros de altitude.

          Uma olhada para baixo revela a paisagem acidentada desse trecho do estado de Colorado, pontilhada por musgo verde e vegetação de coloração rosa e roxa, além de jardins de pedras criados pelos próprios penhascos, com pedaços caídos que variam de pedregulhos a rochas do tamanho de carros. O ar rarefeito é ocasionalmente pontuado pelo som estridente de uma marmota ou pika.

          Os escaladores sobem os penhascos usando os degraus de metal, mas também seguram na rocha ou apoiam o pé em fendas para pegar impulso. Para evitar o que poderia ser um mergulho de 305 metros para a morte certa, os escaladores devem prender seus equipamentos de segurança nos cabos à medida que avançam. A rota é totalmente ao ar livre e tempestades podem chegar repentinamente.

          Dos penhascos acima, um rebanho de cabras-das-montanhas costuma observar os aventureiros, mas elas geralmente desaparecem quando os visitantes chegam ao cume. Mas chegar ao topo é apenas a metade do caminho, os escaladores ainda precisam descer. Para os estreantes da via ferrata, como Michael Lytle, essa pode ser a parte mais angustiante da viagem.

          “Você tenta não olhar para baixo. Vista lá de cima, a rodovia parece uma linha”, diz Lytle. “O fator medo é real.” (Shauna Farnell)

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            foto de centenas de águas-vivas reunidas em um lago de água azul

            Palau. Milhões de águas-vivas douradas sem ferrão enchem um curioso lago marinho nas ilhas Rock, em Palau.

            Foto de Ethan Daniels, Alamy Stock Photo

            Palau

            Mergulhe com tubarões no Pacífico

            Ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Palau, além de ganhar um carimbo no passaporte, os visitantes devem assinar o Compromisso de Palau, prometendo que “as únicas pegadas que deixarei são aquelas que irão desaparecer”. O sucinto compromisso ecológico foi redigido pelas e para as crianças deste remoto arquipélago do Pacífico ocidental para ajudar a proteger a cultura e a natureza em Palau dos impactos negativos do turismo.

            Oitenta por cento das águas de Palau – reconhecidas pelo projeto Pristine Seas da National Geographic como um dos ecossistemas marinhos mais ricos do planeta – são preservadas e fazem parte do Santuário Marinho Nacional de Palau. Com 500 mil quilômetros quadrados, o santuário é uma das maiores áreas marinhas protegidas do mundo, lar de mais de 700 espécies de corais e mais de 1,3 mil espécies de peixes, incluindo uma impressionante variedade de tubarões.

            “Do céu, Palau parece o paraíso na terra”, diz o fundador do Pristine Seas e Explorador da National Geographic Enric Sala. “Quando você entra na água, é transportado para outro mundo.”

            Durante a 20ª Semana dos Tubarões em Palau, de 27 de fevereiro a 6 de março de 2022, evento realizado todos os anos, os mergulhadores poderão observar e participar de contagens de diversas espécies de tubarões, como o tubarão-cinzento-dos-recifes, tubarão-galha-preta, tubarão-azul, tubarão-tigre e tubarão-martelo. Essas contagens são promovidas por iniciativas da ciência cidadã. Os locais de mergulho diário são escolhidos pela abundância de tubarões e outras formas de vida marinha, incluindo grandes agregados de raias-manta e milhares de peixes em processo de desova. Os mergulhadores podem participar de um passeio promovido pela Oceanic Society em fevereiro ou novembro pelas Rock Islands Southern Lagoon, patrimônio mundial da Unesco em Palau, lar de tubarões-de-recife, dugongos, ostras-gigantes e lagos marinhos repletos de milhares de águas-vivas douradas. (MKD para National Geographic Travel Índia)

            CULTURA

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              Foto de dentro de um museu com vários cartazes mostrando Martin Luther King

              Atlanta, Geórgia, EUA. O Salão da Liberdade, parte do Parque Histórico Nacional Martin Luther King Jr, em Atlanta, na Geórgia, EUA, exibe itens relacionados ao líder do direitos civis, que nasceu na cidade em 1929.

              Foto de Steve Allen, Alamy Stock Photo

              Atlanta, Geórgia, EUA

              Inspire-se em uma cidade do sul dos Estados Unidos que vive o presente

              Em um momento em que os direitos de voto estão em disputa nos Estados Unidos, Atlanta exercita sua força cultural e política por meio de duas grandes organizações voltadas ao empoderamento dos eleitores: The New Georgia Project e Fair Fight Action, ambas fundadas pela líder política e ativista Stacey Abrams, de Atlanta.

              Estar na vanguarda da mudança social não é algo novo, diz Bem Joiner, que nasceu na cidade e é cofundador da agência de criação Atlanta Influences Everything. “Os três Cs são a principal característica de Atlanta: cívico, corporativo e cultural. Somos o berço do movimento pelos direitos civis, a casa da Coca-Cola e nossa cultura hip-hop influencia a cultura global. Não há outro lugar como Atlanta.”

              A maior cidade da Geórgia também é um epicentro do empreendedorismo negro, incubando negócios como a rede de hambúrgueres vegetais Slutty Vegan e o eco-consciente Sustainable Home Goods. Facilmente acessível a pé ou por bicicleta pela trilha BeltLine’s Eastside, o bairro Old Fourth Ward mistura vida noturna, como na Biggerstaff Brewing Company e no mercado Ponce City, com lugares históricos, como o Parque Histórico Nacional Martin Luther King Jr. e o Museu e Biblioteca Presidencial Jimmy Carter.

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                Foto de dentro de uma loja repleta de artefatos tradicionais de povos indígenas no japão

                Hokkaido, Japão. O Museu Kayano Shigeru Nibutani Ainu, em Hokkaido, exibe uma coleção de artefatos folcróricos do povo indígena Ainu coletado por Shigeru Kayano, o primeiro membro Ainu do legislativo nacional japonês.

                Foto de Yomiuri Shimbun, Ap

                Hokkaido, Japão

                Conheça o Japão além do anime

                Marginalizados desde o fim da década de 1800, os ainu, povo indígena da região norte do arquipélago japonês, foram finalmente reconhecidos no Japão em 2019. Atualmente, a maioria dos ainu se concentra em Hokkaido, a principal ilha mais ao norte do Japão e, embora a nova Lei de Promoção Ainu do país reconheça e proíba a discriminação contra os membros dessa etnia, segundo ativistas indígenas, o instrumento jurídico falha em ajudar o povo de forma mais direta. No entanto, isso pode mudar à medida que mais turistas japoneses e internacionais visitam Hokkaido para aprender sobre a cultura ainu em Upopoy, o novo complexo que inclui o Museu e o Parque Nacional Ainu, inaugurados em 2020.

                Upopoy tem uma urgente missão em três frentes: promover, revitalizar e expandir a cultura ainu antes que se torne extinta. O idioma ainu está especialmente em risco, não tem relação com o japonês ou qualquer outro idioma e é considerado pela Unesco como criticamente ameaçado. Atividades como ouvir ainu coloquial e jogar jogos para aprender a pronúncia fazem parte da exposição permanente do novo museu. Os visitantes também podem conhecer as grandes lições de vida sustentável dos ainu, cujas crenças espirituais estão enraizadas no respeito e na gratidão pela natureza. Depois de visitar Upopoy, dirija 30 minutos a sudoeste e encontre Noboribetsu Onsen, o principal resort de fontes termais de Hokkaido, localizado no Parque Nacional Shikotsu-Toya.

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                  foto no começo da noite da marina de uma cidade histórica em uma ilha da Itália ...

                  Procida, Itália. A ilha de Procida foi nomeada a Capital da Cultura da Italiana de 2022. Esta vista icônica do vilarejo Marina Corriccella é do Belvedere dei Due Cannoni.

                  Foto de Antonio Politano

                  Ilha de Procida, Itália

                  Conecte-se com a Capital Italiana da Cultura

                  Escolhido antes da pandemia, o tema da candidatura vencedora de Procida para ser a Capital Italiana da Cultura de 2022 – La cultura non isola (A cultura não isola) – se mostra especialmente pertinente no momento. A cidade-ilha, localizada a 40 minutos de balsa a sudoeste de Nápoles, quer aproveitar o fato de ser o centro das atenções no próximo ano para ilustrar a importância da cultura, especialmente em tempos de incerteza.

                  “Hoje, ‘Cultura não isola’ é um apelo ainda mais forte porque, para nós, a ilha é uma metáfora do humano moderno”, afirma o diretor da Procida 2022, Agostino Riitano. “Somos todos como ilhas e criamos nossos próprios arquipélagos nos quais a cultura deve ser a conexão que mantém essas ilhas unidas; isso é ainda mais verdadeiro após os efeitos da pandemia.”

                  A Procida 2022 tem como objetivo diluir a programação cultural ao longo de mais de 300 dias para incentivar viagens responsáveis ao longo do ano e evitar a chegada em massa de turistas no verão. A programação inclui exposições de arte contemporânea, festivais e apresentações.  No centro das atenções, como um símbolo do tema inclusivo, está o Palazzo d’Avalos da ilha, um palácio renascentista transformado em prisão, construído em 1500 e fechado em 1988. Mais recentemente associada ao isolamento, a antiga prisão e seu espaço verde (onde os detentos cultivavam e criavam gado e porcos) serão transformados em um espaço cultural e parque urbano.

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                    Foto de um funcionário organizando guitarras em uma loja de instrumentos com guitarras e violões espalhados ...

                    Tin Pan Alley, Londres. Funcionário organiza violões na vitrina de uma loja na rua Denmark, em Londres, Inglaterra. Apelidada Tin Pan Alley (algo como ‘beco da lata’), a rua Denmark é famosa por suas conexões com músicos britânicos contemporâneos, como Jimi Hendrix, The Sex Pistols e Elton John, que tocaram e gravam nos estúdios da rua Denmark.

                    Foto de Dan Kitwood, GETTY IMAGES

                    Tin Pan Alley, Londres

                    Curta o agito no berço do punk rock britânico

                    Apesar da resistência dos puristas do punk e do rock, a repaginação da rua Denmark, antigo centro da indústria musical britânica, promete acertar o tom. Antes repleta de editoras musicais, estúdios de gravação, salas de ensaio e clubes à meia-luz, a pequena rua, apelidada de Tin Pan Alley – algo como beco da lata – de Londres, ajudou a lançar o movimento punk rock britânico e lendas como David Bowie, Elton John e os Rolling Stones. Nos últimos anos, a música no local quase desapareceu, exceto pelas lojas de guitarras que sobreviveram na Denmark. Agora, esse pedaço icônico da história da música está sendo revitalizado como parte do Outernet London, o novo distrito de entretenimento imersivo de R$ 6,6 bi do West End.

                    A rua reformada preserva pedaços de seu passado histórico: fachadas restauradas de edifícios do século 17; o grafite de Johnny Rotten, vocalista dos Sex Pistols (que morava na região), protegido como parte do patrimônio; e as antigas lojas de música (graças aos aluguéis acessíveis e de longo prazo). Também acolhe novos espaços para imersão musical. Foram criados locais para músicos de rua se promoverem e tentarem a sorte (como Adele, que estreou no 12 Bar Club original da rua Denmark); há um estúdio de gravação profissional gratuito para artistas emergentes; e o novo hotel Chateau Denmark, espalhado por 16 edifícios repletos de história da música.

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                      foto de camponês de chapéu colhendo folhas de chá em uma plantação em uma colina

                      Yunnan, China. Em uma fazenda de chá Pu’r, na província de Yunnan, na China, folhas de chá precisam ser colhidas delicadamente com as mãos.

                      Foto de Robert Harding, Alamy Stock Photo

                      Montanha Jingmai, Yunnan, China

                      Deixe o chá te levar

                      Em 2022, uma das paisagens culturais mais antigas da China deve se tornar um dos mais novos locais do país a ser considerado Patrimônio Mundial pela Unesco. As antigas plantações de chá da Montanha Jingmai, em Pu’er, que coletivamente formam a maior área de cultivo de chá do mundo, possuem cerca de 1,13 milhão de árvores de chá, sendo que a mais antiga tem 1,4 mil anos.

                      Localizada no remoto sudoeste da província chinesa de Yunnan, a região foi o ponto de partida da lendária Estrada dos Cavalos e do Chá. Essa malha de rotas do século 11 teve seu nome inspirado no seu principal propósito: trocar chá chinês por cavalos tibetanos (cerca de 60 quilos de chá equivaliam a um cavalo).

                      Hoje, novas rodovias substituíram as rotas, mas as plantações de chá da região permanecem, assim como os quatro grupos de minorias étnicas locais – os povos blang, dai, hani e wa – que mantêm seus próprios idiomas, costumes e festivais. Devido à localização remota e às ofertas limitadas de turismo do chá, uma viagem guiada é a melhor maneira de vivenciar essa paisagem cultural que resiste ao tempo. (编辑部主任 陆毅 Yi Lu, editor administrativo editorial, traduzido pela editora 编辑 李卓青 Regina Zhuoqing Li, National Geographic Travel China)

                      FAMÍLIA

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                        Foto aérea no começo da noite do rio Danúbio em Budapeste, com uma ponte no primeiro ...

                        Rio Danúbio. Budapeste, capital da Hungria, é o ponto alto de um cruzeiro pelo rio Danúbio.

                        Foto de Lupengyu, GETTY IMAGES

                        Rio Danúbio

                        Faça um cruzeiro por uma região que parece ter saído dos livros

                        Andar de barco no Danúbio pode parecer uma viagem pelo reino dos contos de fadas, com vistas panorâmicas de castelos, cidades medievais e palácios imponentes que ajudam a dar vida à história europeia. O rio atravessa dez países europeus (Alemanha, Áustria, Eslováquia, Hungria, Croácia, Sérvia, Romênia, Bulgária, Moldávia e Ucrânia) e a maioria dos itinerários de cruzeiros no Danúbio inclui paradas em pelo menos quatro deles, com pacotes especiais para as famílias que incluem atividades para as crianças realizarem na costa.

                        As aulas de história sobre o feudalismo da Idade Média ganham novas dimensões quando se explora Veste Oberhaus, em Passau, na Alemanha, um dos maiores complexos de castelos ainda em funcionamento na Europa. As antigas tradições equestres húngaras ganham vida em uma fazenda do sul da Hungria, onde csikós, ou pastores montados, cavalgam em pé, se equilibrando sobre dois cavalos a galope.

                        Quando não estiver no cruzeiro, recorra às rodas. Embarque na icônica roda-gigante de Viena, a Riesenrad, ou faça um passeio de bicicleta pelos vinhedos da paisagem cultural Wachau, da Baixa Áustria, listada como Patrimônio Mundial. (MKD para National Geographic Travel Romênia)

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                          Foto aére de rio em uma área de planície nos EUA

                          Costa Leste, Maryland, EUA. Na costa leste de Maryland, famílias podem se aventurar em caiaques no Refúgio Nacional de Vida Selvagem Blackwater, depois aprender sobre a história da Underground Railway, no Centro de Visitantes Harriet Tubman Underground Railroad.

                          Foto de WESTEND 61, GETTY IMAGES

                          Costa Leste, Maryland

                          Explore os locais que foram decisivos para Harriet Tubman

                          A história da Underground Railroad (Ferrovia Subterrânea, em tradução livre, uma rede secreta de rotas e esconderijos para àqueles que escapavam da escravidão) flui através das águas, pântanos, brejos e lodaçais do condado de Dorchester, na costa leste de Maryland. Foi nesse local que a “líder” mais famosa da rede secreta, Harriet Tubman, nasceu escravizada, cresceu e aprimorou as habilidades (armadilhas, caça e uso das estrelas para orientação) que utilizou para escapar e encontrar a liberdade na Pensilvânia. Ela então voltou 13 vezes para resgatar mais de 70 amigos e familiares escravizados. Sua história heroica é contada no Centro de Visitantes Harriet Tubman Underground Railroad, uma das mais de 30 paradas ao longo dos 201 quilômetros da Harriet Tubman Underground Railroad Byway, estrada secundária que acompanha a Underground Railroad.

                          Para contar a história de Tubman às crianças, Alex Green, coproprietária da Harriet Tubman Tours, sugere uma aventura de caiaque no Refúgio Nacional de Vida Selvagem Blackwater, onde, quando criança, capturava ratos almiscarados e trabalhava ao lado de seu pai, um inspetor madeireiro que a ensinou a se localizar e se deslocar nos pântanos.

                          “Conversamos com as crianças sobre como a confiança e as lições que Harriet aprendeu dentro da terrível instituição da escravidão a levaram a realizar coisas incríveis”, diz Green. “Harriet nunca desistiu e nunca parou de aprender. Essa é uma lição que as crianças podem levar para casa.”

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                            foto de mergulhador atrás de um cardume de peixes de tamanho médio em água azul

                            Bonaire. Mergulhador nada em meio a um cardume de piaparas no Parque Nacional Marinho Bonaire, criado em 1979.

                            Foto de Paul A. Sutherland, Nat Geo Image Collection

                            Bonaire

                            Mergulhe em uma das reservas marinhas mais antigas do mundo

                            Sol deslumbrante, mar azul-turquesa, palmeiras, praias de areia branca e uma atmosfera descontraída: Bonaire preenche todos os requisitos de um destino tropical idílico. Mas, em comparação a muitas outras ilhas do Caribe, Bonaire (com uma população de 21 mil habitantes) é silenciosa e ainda relativamente selvagem e intocada. E próximo de sua costa está uma das reservas marinhas mais antigas do mundo.

                            O Parque Nacional Marinho de Bonaire foi fundado em 1979 e está na lista provisória de Patrimônio Mundial da Unesco desde 2011. A reserva abrange 2,7 mil hectares de recifes de coral, algas marinhas e vegetação de mangue. Os recifes saudáveis de Bonaire atraem mergulhadores e praticantes de snorkel que podem observar até 57 espécies de coral e mais de 350 espécies diferentes de peixes.

                            Diversas escolas de mergulho em Bonaire participam do programa Reef Renewal, no qual voluntários podem cultivar e manter corais em viveiros subaquáticos e, em seguida, transferi-los ao recife. Qualquer pessoa que saiba mergulhar pode vir e ajudar após concluir o curso PADI Reef Renewal Diver.

                            A acessibilidade é outro ponto positivo: não é necessário possuir um enorme iate ou outro meio de transporte aquático para explorar a região. Em 54 dos quase 90 locais públicos de mergulho de Bonaire, é possível caminhar da praia ou do píer direto para a água. (Barbera Bosma, editora-chefe, National Geographic Travel Holanda)

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                              foto de dentro de um palácio com arquitetura árabe com uma vista da cidade de Granada ...

                              Granada, Espanha. Patrimônio Mundial da Unesco, o palácio de Alhambra fica em uma colina, no alto da potioresca Granada, na Espanha.

                              Foto de Diego Acuña, EYEEM/GETTY IMAGES

                              Granada, Espanha 

                              Encante-se com a beleza geométrica de Alhambra  

                              Construída como uma cidade-palácio pelos sultões Nasrid do século 13 – governantes da última e mais longa dinastia muçulmana da Península Ibérica – Alhambra (que significa “forte vermelho”) é considerada a joia arquitetônica moura da Europa. O perfil ovalado deste Patrimônio Mundial da Unesco repousa sobre uma colina acima de Granada, uma das cidades mais pitorescas da Espanha.

                              Mas o que realmente fascina as famílias é a magia matemática do local. Mosaicos complexos, arabescos (um padrão repetitivo e estilizado com design floral ou vegetal) e muqarnas (abóbadas ornamentais) tornam Alhambra uma obra-prima de beleza geométrica e uma sala de aula colorida para a exploração de conceitos matemáticos pelas crianças que incluem formas, simetria, proporção e medição.

                              A matemática também flui por meio de outro grande recurso de design de Alhambra, a água, que dá vida e significado ao todo. A água fornece o frescor dos jardins e o murmúrio de suas fontes, mas é também um elemento da própria arquitetura.

                              No Palácio dos Leões, um dos três palácios reais originais de Alhambra, a fonte central arranca suspiros. Seu design elaborado exibe 12 leões de pedra que cospem água (graças à uma maravilhosa e complexa técnica da hidráulica) e carregam uma grande bacia de mármore em suas costas. (Manuel Mateo Pérez, escritor colaborador, Viajes Espanha)

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                                Lícia, Turquia. No lombo de burros, foliões desfilam em um festival que celebra as tradições dos povoso semi-nomádicos Yörük, que vivem por toda região turca de Lícia.

                                Foto de Mustafa Ciftci, ANADOLU AGENCY/GETTY IMAGES

                                Lícia, Turquia

                                Aprenda sobre a vida nômade no ensolarado Mediterrâneo

                                No passado, os nômades yörüks, originários de diferentes grupos turcos que habitavam uma região que abrangia dos Bálcãs ao Irã, se deslocavam pelos planaltos da Riviera turca. A maioria dos yörüks (literalmente “caminhantes”) já se estabeleceu – mas muitos de seus costumes milenares estão vivos e preservados. Localizada na região histórica de Lícia, no sudoeste de Anatólia, a Península de Teke é um dos locais onde a cultura yörük resiste. Os yörüks de Teke levam uma vida seminômade com suas tendas, tapetes kilim, rebanhos, cães pastores e tradições transumantes, em um cenário mediterrâneo montanhoso repleto de oliveiras.

                                Nos últimos anos, as empresas de turismo começaram a mesclar as maravilhas de Lícia com a vida yörük. As famílias podem percorrer partes do famoso Caminho da Lícia; visitar locais antigos como Patara, Xanthos ou Letoon; e nadar em águas cristalinas enquanto se hospedam em hotéis, pensões, acampamentos ou nas casas dos moradores. Mas as crianças são as que mais se divertem, pois podem vivenciar a cultura yörük fazendo xarope com romãs, cozinhando doces locais, ordenhando cabras ou participando da colheita de azeitona.

                                “História, natureza e cultura, todas são encontradas aqui. Queríamos transformar esta bela paisagem em uma plataforma de aprendizado, mas também em um espaço para diversão”, disse Kerem Karaerkek, guia-chefe da agência de turismo Middle Earth. “Adoro como as crianças ficam entusiasmadas quando entram na cozinha yörük ou quando vão à caça ao tesouro nas antigas ruínas de Lícia. É possível ver a admiração em seus olhos.” (Onur Uygun, editor-adjunto, National Geographic Travel Turquia)

                                NATUREZA

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                                  Foto aérea de um lago pequeno de água azul em meio a floresta verde em Belize

                                  Belize. A recém-criada reserva Floresta Maia de Belize é parte de uma área de conservação que protege quase 10% do território de Belize, incluindo joias como as piscinas Cara Blanca.

                                  Foto de Tony Roth, Nature Conservancy

                                  Belize

                                  Vida selvagem tropical em primeira mão

                                  Recentemente, a natureza conquistou uma grande vitória na corrida para preservar uma das maiores florestas tropicais remanescentes nas Américas. Em abril de 2021, uma coalizão de parceiros de conservação, liderada pela organização sem fins lucrativos Nature Conservancy, comprou 96 mil hectares de floresta tropical no noroeste de Belize para criar a Reserva Florestal Belize Maia. Além de salvar algumas das florestas de maior biodiversidade do mundo da destruição e do desenvolvimento, a nova área protegida – localizada adjacente à Área de Gestão de Conservação do Rio Bravo (AGCRB) – fecha uma enorme lacuna em um corredor considerado fundamental para a vida selvagem, que vai do sudeste do México até Belize, passando pela Guatemala.

                                  A reserva combinada, que salvaguarda quase um décimo do território de Belize, protege e conecta habitats essenciais para uma incrível variedade de espécies selvagens endêmicas e ameaçadas de extinção. Isso inclui as antas, o animal nacional de Belize; macacos bugios-pretos; mais de 400 espécies de aves; e algumas das maiores populações sobreviventes de onça-pintada da América Central. Por enquanto, as atividades de ecoturismo acontecem na AGCRB, que está mais consolidada, possui duas pousadas rústicas e oferece expedições guiadas.

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                                    Norte de Minnesota. Via Láctea sobre o Parque Nacional Voyageurs, em Minnesota, considerado um Parque Internacional de Céu Escuro em 2020.

                                    Foto de Steve Burns, GETTY IMAGES

                                    Norte de Minnesota, EUA 

                                    Apague as luzes no país do céu escuro

                                    Milhares de estrelas brilham acima do norte de Minnesota. Essa região remota que faz fronteira com a província canadense de Ontário tem pouca ou nenhuma poluição luminosa, e os moradores estão determinados a mantê-la assim.

                                    A Iniciativa Céu Escuro no Coração do Continente é um esforço internacional que visa criar um dos maiores destinos de céu escuro do planeta. E dois de seus elementos centrais estão em Minnesota: O Área Selvagem Boundary Waters Canoe (ASBWC), o maior Santuário Internacional de Céu Escuro do mundo com cerca de 405 mil hectares, e o Parque Nacional Voyageurs, localizado próximo dali, o primeiro parque internacional de céu escuro do estado. Ambos os lugares receberam a certificação de céu escuro em 2020, e o Parque Provincial Quetico, de Ontário, que fica ao lado do ASBWC, ganhou o status de Parque Internacional de Céu Escuro no início de 2021.

                                    Segundo Christina Hausman Rhode, diretora-executiva da Voyageurs Conservancy, uma organização sem fins lucrativos, “A preservação da escuridão em lugares como o Parque Nacional Voyageurs não só oferece vistas maravilhosas e benefícios ecológicos para a vida selvagem, como também nos permite uma janela para o passado; ver o céu como ele era há centenas de anos, usado para navegação e contação de histórias por povos como os viajantes do comércio de peles e os indígenas ojibwe”.

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                                      Namíbia. Na faixa repleta de vida selvagem chamada Caprivi, elefantes caminham pelo Parque Nacional Mudumu.

                                       

                                      Foto de Radek Borovka, Alamy Stock Photo

                                      Namíbia

                                      Siga para o próximo grande destino de safári

                                      A Namíbia evoca imagens de desertos, dunas imensas e montanhas castigadas pela seca. Mas a Faixa de Caprivi, um estreito pedaço de terra que se projeta para o leste no extremo norte do país, é um território verde e rico em vida selvagem devido à presença dos rios Okavango, Kwando, Chobe e Zambeze, que criam o habitat ideal para diversas espécies animais.

                                      Durante a segunda metade do século 20, a área foi palco de intensa atividade militar. Remota e de difícil acesso, serviu de corredor para diversos grupos armados. Depois que a Namíbia conquistou a independência em 1990, a paz – e a vida selvagem afastada pelos combates – retornou gradualmente.

                                      No leste da região, o Parque Nacional Nkasa Rupara é uma joia secreta. Um posto da guarda florestal e um acampamento foram inaugurados nos últimos anos, tornando o local mais acessível ao turismo. Contudo, ainda é raramente visitado. Cercada pelo sistema fluvial Kwando-Linyanti ao sul e por pântanos e lagoas ao norte, Nkasa Rupara é a maior área úmida protegida da Namíbia. É descrita como um “mini Okavango”, já que suas águas são semelhantes ao mais famoso Delta do Okavango de Botswana. O parque abriga a maior população de búfalos da Namíbia. Os predadores incluem leões, leopardos e hienas. No rio, crocodilos e hipopótamos dominam.

                                      O Mahango Game Park, na região oeste, possui pântanos e florestas de mopane. O parque abriga grandes manadas de elefantes, hipopótamos, crocodilos e quase todas as espécies de antílopes da Namíbia, incluindo o esquivo sitatunga, que é um animal semiaquático. (Marco Cattaneo, editor-chefe, National Geographic Travel Itália)

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                                        Lago Baikal, Rússia. Na Rússia Siberiana, a rocha Dragão sobressai no congelado Baikal, o maior e mais profundo lago de água doce do mundo.

                                        Foto de Nithid Sanbundit, Alamy Stock Photo

                                        Lago Baikal, Rússia

                                        Faça uma trilha no maior lago de água doce do mundo

                                        Baikal é tão vasto e profundo que os moradores locais costumam chamá-lo de mar. Com cerca de 31,5 mil quilômetros quadrados e uma profundidade média de 744 metros, o enorme lago é uma maravilha natural. Mas também enfrenta sérios problemas. Apesar de ter sido declarado Patrimônio Mundial da Unesco em 1996, a poluição contínua, o recente enfraquecimento das proteções governamentais e novas ameaças, como o desenvolvimento do turismo em grande escala, fizeram com que a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) considerasse a perspectiva ambiental do Lago Baikal como “significativamente preocupante” em 2020, de acordo com a iniciativa World Heritage Outlook.

                                        Os visitantes podem ajudar a proteger o lago e sua ampla variedade de paisagens, incluindo tundra, estepe, floresta boreal e praias virgens, trabalhando como voluntários na Associação Trilha do Grande Baikal (ATGB), grupo ambiental sem fins lucrativos que está criando uma rota de caminhada ao redor do lago. “O voluntariado ajuda a proteger a natureza do lago Baikal, desenvolvendo a infraestrutura de ecoturismo”, disse a presidente da ATGB, Elena Chubakova.

                                        Caminhar na pelo Baikal também é uma forma ecologicamente correta de avistar algumas das 1,2 mil espécies de plantas e animais presentes no lago que não são encontradas em nenhum outro lugar da Terra, como o nerpa, a única foca do mundo que vive apenas em água doce. (Victoria Meleshko, editora, National Geographic Travel Rússia)

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                                          Vitória, Austrália. O Parque Nacional Great Otway, no estado de Vitória, sudeste da Austrália, abriga uma floresta de sequoias californianas plantadas na década de 1930.

                                          Foto de Chris Putnam, Alamy Stock Photo

                                          Vitória, Austrália

                                          Observe a vida selvagem australiana ao longo da Grande Estrada Oceânica

                                          Brotos verdes já podem ser vistos na Austrália com a regeneração dos cerca de 18,6 milhões de hectares que foram queimados durante os incêndios florestais que ocorreram entre 2019 e 2020, causando a morte de quase 40 pessoas e de mais de um bilhão de animais.

                                          Desempenhando seu próprio papel nesses esforços de recuperação, a Wildlife Wonders, na região de Otways, em Vitória, é um novo santuário de vida selvagem e possui uma grande missão. Na Grande Estrada Oceânica, em meio a uma exuberante floresta e cachoeiras, Brian Massey – o paisagista da experiência Hobbiton, um passeio pelos cenários de Senhor dos Anéis na Nova Zelândia – teve a ideia de criar um caminho sinuoso de madeira que serpenteia pelo refúgio e se mistura perfeitamente com a paisagem. Ele contou com a ajuda de botânicos, cientistas, zoólogos e ambientalistas.

                                          Os turistas podem fazer passeios guiados com duração de 75 minutos pelo local, caminhando por bosques de eucaliptos e admirando os coalas, cangurus e bandicoots que agora chamam o santuário de lar. Durante uma parada na base de pesquisa, os visitantes podem aprender mais sobre como o local protege espécies nativas como o marsupial Potorous tridactylus, que muitas vezes é vítima de predadores invasores, como raposas e gatos.

                                          Todo o lucro da Wildlife Wonders é destinado ao Conservation Ecology Centre, que ajuda a financiar importantes projetos de conservação nos Otways, incluindo um que estuda o movimento dos marsupiais P. tridactylus antes, durante e após os incêndios florestais criminosos. (Connor McGovern, editor de comissionamento, National Geographic Travel Reino Unido)

                                          SUSTENTABILIDADE

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                                            Parque Nacional Chimanimani, Moçambique. Uma pesquisa de 2019 sobre biodiversidade nas terras altas do Parque Nacional Chimanimani, Moçambique, registrou uma impressionante diversidade de espécies raras ou endêmicas de plantas e animais.

                                            Foto de Jennifer Guyton

                                            Parque Nacional Chimanimani, Moçambique

                                            Apoie os esforços de conservação no país da biodiversidade

                                            “Chimanimani é um lugar atemporal, onde povos tradicionais ainda escalam picos para invocar chuva”, diz Jen Guyton, Exploradora da National Geographic e fotojornalista, sobre um dos mais novos parques nacionais de Moçambique. Localizado na fronteira montanhosa do país com o Zimbábue, o Parque Nacional Chimanimani, criado em outubro de 2020, abriga o pico mais alto de Moçambique, o Monte Binga (altitude: 2,4 mil metros). Já esteve repleto de elefantes, leões e outros grandes animais cujas ilustrações aparecem na antiga arte rupestre criada pelo ancestral povo san.

                                            A caça furtiva durante décadas de conflitos civis dizimou as populações de animais selvagens, mas um pequeno número de elefantes permanece, assim como pelo menos 42 outras espécies de mamíferos e uma impressionante variedade de plantas e aves. Somente nos dois levantamentos de biodiversidade recentes que Guyton fotografou, 475 espécies de plantas e 260 espécies de aves foram identificadas, além de 67 espécies de anfíbios e répteis – incluindo uma rã e um lagarto considerados espécies novas para a ciência.

                                            Atividades de turismo sustentável – como observação de pássaros, caminhadas até as cachoeiras da floresta e pernoite no Ndzou Camp, uma pequena pousada ecológica comunitária – permitem aos turistas observarem um lugar selvagem cativante, que Guyton gosta de apreciar especialmente durante o pôr do sol. “Sem estradas em um raio de quilômetros, o silêncio é total, exceto pelos pássaros, e é possível ter alguns momentos de paz quase transcendental sob a luz calorosa.”

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                                              Desfiladeiro do rio Colúmbia, EUA. Com o monte Hood ao fundo, pomares e vinhedos ornamentam o rio Colúmbia, no estado americano de Washington.

                                              Foto de Greg Vaughn, Alamy Stock Photo

                                              Desfiladeiro do Rio Columbia, Oregon/Washington, EUA

                                              Desfrute de vinhos e jantares na maior região cênica dos Estados Unidos

                                              A maior Área Cênica Nacional dos Estados Unidos provavelmente não está onde você pensa. Ela se estende pela fronteira entre Oregon e Washington e compreende 118 mil hectares de terras públicas e privadas ao longo do Desfiladeiro do Rio Columbia.

                                              Com o Monte Hood nas proximidades, a área atrai mais de dois milhões de visitantes todos os anos. Para ajudar a reduzir o impacto do turismo na natureza e cultura locais, uma aliança sem fins lucrativos deu início a um movimento colaborativo que se transformou em um modelo de melhores práticas para o desenvolvimento de economias de turismo sustentáveis.

                                              As iniciativas da Columbia Gorge Tourism Alliance incluem o Ready, Set, Gorge, um programa educativo voltado aos visitantes, e o East Gorge Food Trail, uma rede de fazendas, hotéis históricos, vinícolas e outras experiências locais. A parceria com outras organizações locais e a conscientização dos visitantes beneficiam a todos, diz Ali McLaughlin, proprietária da MountNbarreL, que oferece passeios de bicicleta com degustação de vinhos e outras experiências sem o uso de carros.

                                              “Ter turistas que compreendem a importância de respeitar a área pela qual estão viajando ajudou muito a aliviar as preocupações dos moradores locais”, diz McLaughlin.

                                               

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                                                foto de complexo industrial com várias árvores com as folhas amareladas em volta de prédios, galpões

                                                Vale Ruhr, Alemanha. Uma das centenas de minas de carvão mineral que antes se espalhavam pela região do Ruhr, na Alemanha, o Complexo Industrial Mina de Carvão Zollverein, em Essen, agora é um patrimônio mundial da Unesco e um pólo de artes.

                                                Foto de ISTOCKPHOTO, GETTY IMAGES

                                                Vale do Ruhr, Alemanha

                                                Surpreenda-se com a arte e a natureza em uma antiga zona industrial

                                                A mineração e a produção de aço já dominaram o densamente povoado Vale do Ruhr, localizado no estado da Renânia do Norte-Vestfália, no oeste da Alemanha. Hoje, a região encontrou um novo uso para as antigas pilhas de rejeito (resíduos da mineração) e instalações industriais abandonadas. Essas áreas foram transformadas em parques e espaços culturais ao ar livre. A mais famosa é o Patrimônio Mundial de Zeche Zollverein (Complexo Industrial da Mina de Carvão de Zollverein), que abriga uma piscina ao ar livre, uma pista de patinação no gelo e trilhas para caminhada. “As pessoas que visitam a região do Ruhr geralmente ficam impressionadas com o tanto de verde”, conta Karola Geiss-Netthöfel, diretora da Associação Regional do Ruhr.

                                                Zollverein faz parte do Parque Paisagístico Emscher, um sistema leste-oeste de espaços e corredores verdes que abrange quase 450 quilômetros quadrados. Alugue uma bicicleta em Essen para uma viagem sem carros ao Vale do Ruhr ao longo de rotas de ciclismo, muitas das quais seguem antigos trilhos de trem. Ou explore a pé pela Hohe Mark Steig, uma trilha de 155 quilômetros inaugurada em 2021. “A trilha combina natureza e cultura industrial de forma única ao passar por diversos prédios industriais”, diz Geiss-Netthöfel. Um ponto alto nas proximidades? Halde Hoheward, com altura de 151 metros, uma pilha de rejeito formada por 180 milhões de toneladas de resíduos de mineração, com um relógio de sol gigante no topo.  (Franziska Haack, editora, National Geographic Travel Alemanha)

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                                                  Parque Nacional Yasuní, Equador. No Parque Nacional Yasuní, no Equador, periquitos-de-asa-azul se aglomeram no Centro de Vida Selvagem Napo.

                                                  Foto de DUKAS PRESSEAGENTUR, Alamy Stock Photo

                                                  Parque Nacional Yasuní, Equador

                                                  Saiba o que está em jogo em um paraíso da biodiversidade ameaçado

                                                  Em reconhecimento à importância global da Amazônia, a França está liderando a luta contra o desmatamento no Parque Nacional Yasuní, no leste do Equador, considerado pela Unesco Reserva da Biosfera em 1989. O parque de quase 10,2 mil quilômetros quadrados – lar de árvores de mogno, goiabeiras, antúrios, palmeiras e samambaias verdes exuberantes – é o primeiro de cinco locais piloto no programa TerrAmaz financiado pela França. A iniciativa de quatro anos, lançada no fim de 2020, apoia o desenvolvimento sustentável e protege a biodiversidade na Floresta Amazônica do Brasil, Colômbia, Equador e Peru.

                                                  Yasuní – considerado um dos lugares de maior biodiversidade da Terra – abriga uma variedade surpreendente de animais, como tamanduás, capivaras, bichos-preguiça, macacos-aranha e cerca de 600 espécies de pássaros coloridos que dão vida à ecorregião. Nos rios Napo e Curaray que circundam o parque, os visitantes podem observar o boto-cor-de-rosa, uma espécie enigmática e ameaçada de extinção.

                                                  Yasuní também é um refúgio aos povos tagaeri e taromenane, grupos indígenas waorani que vivem em isolamento voluntário e utilizam canoas artesanais para se deslocar entre os cursos d´água. Operadoras de turismo, como o Centro de Vida Selvagem Napo, oferecem excursões e hospedagem de acordo com um modelo de ecoturismo sustentável que beneficia os povos indígenas locais. (Karen Alfaro, editora coordenadora, National Geographic Travel América Latina)

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                                                    Łódź, Polônia. A Praça da Liberdade fica no coração da cidade industrial de Łódź, na Polônia, agora na vanguarda da moradia urbana sustentável.

                                                    Foto de ISTOCKPHOTO, GETTY IMAGES

                                                    Łódź, Polônia

                                                    Conheça uma cidade industrial que se tornou exemplo de sustentabilidade

                                                    Nomeada a Cidade do Cinema pela Unesco em 2017 por sua rica cultura cinematográfica, Łódź, uma cidade de quase 700 mil habitantes na região central da Polônia, foi um importante centro de manufatura têxtil nos séculos 19 e 20. Agora, a Hollywood polonesa está mudando o roteiro de seu passado industrial para criar um futuro mais verde.

                                                    Łódź (pronuncia-se uoodge) é líder em sustentabilidade, tendo adotado soluções ecológicas inovadoras, como o uso de pré-CDR (combustível derivado de resíduos) e energia de biomassa para aquecer casas. Em 2021, a cidade estabeleceu uma parceria com a plataforma europeia de entrega de comércio eletrônico InPost para reduzir significativamente as emissões de CO₂ e o tráfego no centro da cidade, instalando 70 armários para entrega e retirada de pacotes e encomendas, bem como estações de recarga de carros elétricos.

                                                    Quase um terço de Łódź é composto por áreas verdes, que variam de novos pequenos parques à floresta Łagiewnicki, de 1,2 mil hectares. Nas antigas áreas industriais da cidade, as fábricas estão renascendo como parques, centros culturais, residências e estabelecimentos comerciais. O local da moda no mapa cultural é o OFF Piotrkowska, um movimentado distrito de arte, design, restaurantes e clubes em uma antiga fábrica de algodão. Outra enorme fábrica – construída pela Companhia de Produtos de Algodão I.K. Poznański, que empregava cerca de sete mil pessoas em 1913 – foi repaginada e se transformou no Manufaktura, um centro de artes, shopping center e complexo de lazer que abrange 13 edifícios históricos de tijolos. O Muzeum Fabryki do Manufaktura explora o “império do algodão” da família Poznański e as vidas dos trabalhadores da fábrica. (Martyna Szczepanik, coordenadora editorial, National Geographic Travel Polônia)

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