Morcegos siameses são encontrados no Espírito Santo

A ocorrência de irmãos idênticos de corpos conectados é mais rara no mundo animal do que entre humanos.

Por Shaena Montanari
Publicado 8 de nov. de 2017, 20:34 BRST, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Recém-nascidos, estes morcegos gêmeos conectados foram encontrados no país.
Foto de Marcelo Nogueira, Laboratório de Ciências Ambientais, Universidade Estadual do Norte Fluminense

Aparentemente, duas cabeças não são sempre melhores do que uma só. 

Esses gêmeos grudados foram encontrados em 2001 embaixo de uma mangueira em Viana, no Espírito Santo. A pessoa que achou os animais já falecidos doou o corpo para as coleções na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Em junho de 2017, a descoberta foi relatada em Por Marcelo Nogueira, em publicação da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (em inglês).

“Acreditamos que a mãe desses gêmeos estava vivendo nessa árvore quando ela deu à luz”, explica Nogueira.

Um raio-x dos morcegos gêmeos aponta a convergência das suas colunas.
Foto de LABORATÓRIO DE RADIOGRAFIAS, DIVISÃO DE VERTEBRADOS, MUSEU NACIONAL - UFRJ

Surpreendentemente, o espécime é o terceiro exemplo de morcegos gêmeos conectados encontrado, mas o fenômeno é pouco conhecido fora da espécie humana. Isso se deve provavelmente ao fato de que poucos animais sobrevivem. Nas pessoas, a ocorrência de gêmeos siameses é fatal em cerca de 80% das vezes – e essa estimativa deve ser maior na vida animal, que obviamente não conta suporte médico ou social.

No caso dos humanos, que é bem estudado, gêmeos siameses são raros. Nos Estados Unidos, a ocorrência é de em 1 de 200 mil casos.

Os pesquisadores acreditam que esses morcegos são Artibeus recém-nascidos por suas características físicas. E também supõem que morreram ao nascer ou muito jovens, já que a placenta ainda está anexada. 

Um raio-x mostra que esses animais têm cabeças e pescoços separados, mas suas colunas acabam convergindo. Eles também têm tamanhos similares e corações individuais.

Além de ser uma raridade, Nogueira aclara, estudar esses animais pode revelar muito sobre seus desenvolvimentos. 

“Esperamos que casos como esse encorajem mais estudos sobre a embriologia dos morcegos, uma abertura a um campo de estudo fascinante que pode se beneficiar muito de um material já disponível em coleções científicas.”

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