Relembre a trajetória da gorila Koko, famosa por se comunicar por sinais

Ela apareceu duas vezes na capa da National Geographic e representou grandes revelações sobre a empatia e a comunicação animais.

Por Douglas Main
Publicado 21 de jun. de 2018, 12:56 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT

Koko foi uma gorila-ocidental-das-terras-baixas que morreu enquanto dormia nessa terça-feira (19/06), aos 46 anos. Ela era conhecida por sua grande profundidade emocional e habilidade de comunicação por linguagem de sinais.

Ela se tornou uma celebridade internacional ao longo de sua vida, com um vocabulário de mais de mil sinais e a habilidade de compreender duas mil palavras do inglês falado, segundo informa a Gorilla Foundation.

A National Geographic a colocou duas vezes na capa: a primeira em outubro de 1978, com uma fotografia que ela tirou de si mesma em frente a um espelho (talvez uma das primeiras selfies animais). Koko também apareceu uma segunda vez na capa da edição de janeiro de 1985, em uma matéria sobre seu gatinho de estimação.

A gorila tornou-se o mais conhecido membro de sua espécie, os gorilas-ocidentais-das-terras-baixas (Gorilla gorilla gorilla), que são considerados em grande perigo de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza.

“Koko tocou a vida de milhões como embaixadora de todos os gorilas e como ícone da comunicação e empatia entre espécies”, disse a fundação em uma declaração.

A pesquisa e o trabalho com Koko e outros gorilas revelou que grandes símios possuem habilidades comunicacionais similares às de pequenas crianças. Anne Russon, pesquisadora da Universidade de York, disse que ensinar Koko e outros animais a linguagem de sinais, diferente de apenas tentar a comunicação oral, foi “um grande passo à frente”.

Levando aos limites

Nascida em 4 de julho de 1971 no zoológico de São Francisco, nos Estados Unidos, ela foi batizada com o nome de Hanabi-lo, que em japonês quer dizer “filha dos fogos de artifício”. A pesquisadora Francine Patterson começou a trabalhar com ela em 1972, ensinando-a a linguagem de sinais.

Mais tarde, ela foi levada para Stanford, e logo depois Patterson e o colaborador Ronald Cohn fundaram a Gorilla Foundation. Em 1979, Koko se mudou junto com eles para as Santa Cruz Mountains, na Califórnia.

Além da linguagem, o comportamento de Koko revelou emoções similares aos de humanos.

Mãe gorila selvagem cuida de filhote de uma semana em vídeo raro
Filhotes de gorilas selvagens são difíceis de se ver, até para pesquisadores que passam o dia estudando os primatas.

Por exemplo, quando o gatinho dela foi atropelado por um carro e morreu, ela ficou muito perturbada. Cohn disse ao Los Angeles Times, em 1985, que, quando eles contaram a ela por meio de sinais sobre a morte do felino, “ela agiu como se não tivesse ouvido eles por 10 minutos”.

“Então ela começou a choramingar — um uivo muito distinto que os gorilas fazem quando estão tristes. Todos nós começamos a chorar”

Em 2012, Koko aprendeu a usar o gravador, exibindo um grau de controle de respiração que antes achava-se ser único em humanos.

Além das capas da National Geographic, ela apareceu em muitos documentários, e interagiu com o ator Robin Williams em um vídeo de 2001, quando ela brincou com ele e experimentou seus óculos.

A Gorilla Foundantion disse em uma declaração que “irá continuar a honrar o legado de Koko e avançar em sua missão”, estudando a linguagem de sinais em grandes símios e procurando aumentar os projetos de conservação na África e no resto do mundo.

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