Contrabando de insetos e aracnídeos, apesar de crime, é negócio lucrativo

A demanda por animais de estimação exóticos e itens de colecionador impulsiona o próspero comércio ilegal de besouros e aranhas, entre outros.

Por Jani Actman
Publicado 6 de out. de 2019, 15:30 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Encontrado nas florestas tropicais da África Ocidental, o escorpião-imperador é um animal de estimação popular devido ao seu tamanho, que pode chegar a 20 centímetros de comprimento, e seu temperamento tranquilo. Ele é um entre os muitos invertebrados coletados ilegalmente e contrabandeados pelo comércio de animais de estimação exóticos.
Foto de Michael Durham, Minden Pictures

O AGENTE ESPECIAL Ryan Bessey estava em seu escritório, no Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos, na filial de Nova Jersey, em Galloway, no dia 23 de setembro de 2015, quando recebeu uma ligação da unidade de inteligência. O analista o informou que oficiais alfandegários franceses haviam apreendido 115 escorpiões-imperadores em dois carregamentos do Camarões. Eles estavam endereçados para um homem em Metuchen, Nova Jérsei, chamado Wlodzimie Lapkiewicz.

Se as autoridades francesas consideraram a apreensão importante o suficiente para informar os Estados Unidos, fazia sentido averiguar Lapkiewicz, pensou Bessey. Ele então começou sua investigação.

Bessey descobriu que Lapkiewicz também tinha um histórico nos Estados Unidos. Dois meses antes, escorpiões-imperadores e milípedes-gigantes-africanos da Tanzânia haviam escapado de uma encomenda endereçada a Lapkiewicz em um caminhão do serviço postal. (Um exterminador matou os animais).

Fiscais da alfândega francesa apreenderam diversos louva-a-deus-orquídeas em um carregamento destinado ao residente de Nova Jérsei Wlodzimie Lapkiewicz. Esses insetos do Sudeste Asiático imitam flores para atrair suas presas.
Foto de Alex Hyde, Nature Picture Library

Por volta da mesma época, Bessey diz ter descoberto que Lapkiewicz estava vendendo aranhas, milípedes, escorpiões-imperadores e escorpiões-ditadores pelo Facebook. A denúncia criminal alega que Lapkiewicz instruía seus fornecedores a etiquetarem as caixas erroneamente para escapar dos agentes alfandegários. “Isso mostrou que a operação fazia parte de um empreendimento comercial”, disse Bessey.

Lapkiewicz não respondeu às diversas mensagens no Facebook enviadas pela National Geographic solicitando uma entrevista, e seu advogado não respondeu aos e-mails e correios de voz.

A importação da maioria dos insetos e outros artrópodes, incluindo aranhas, escorpiões e milípedes, ou suas partes, é ilegal nos Estados Unidos sem a devida autorização do Serviço de Pesca e Vida Selvagem. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos exige uma autorização para a importação de alguns invertebrados vivos. O escorpião-imperador e o escorpião-ditador exigem documentos especiais por terem sido listados pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (Cites), um acordo internacional que regula a venda internacional de espécies.

Três anos depois, em 2018, agentes alfandegários em Indiana apreenderam cerca de uma dúzia de milípedes-gigantes-africanos em uma remessa destinada a Lapkiewicz, etiquetada como “brinquedos de pelúcia para o filho de um amigo prestes a nascer”, de acordo com a denúncia. Algumas semanas depois, fiscais ambientais do Aeroporto John F. Kennedy, em Nova Iorque, abriram um carregamento endereçado a Lapkiewicz e encontraram 245 pequenos cilindros contendo os sacos ováricos de louva-a-deus-orquídeas, insetos rosa e branco do Sudeste Asiático que se parecem com pétalas de flores.

Em agosto de 2018, o Ministério Público dos Estados Unidos acusou Lapkiewicz de contrabando de animais silvestres e fraude postal, crimes federais que contemplam tempo máximo de prisão de 25 anos. Lapkiewicz alegou ser culpado apenas do contrabando de animais silvestres. Ele foi condenado em 2 de julho de 2019 a seis meses de prisão domiciliar e quatro anos de liberdade condicional.

“Eu sabia que existia um mercado de invertebrados”, disse Bessey, que já havia trabalhado como agente durante cinco anos antes de investigar Lapkiewicz. “Mas eu não sabia o tamanho do mercado até trabalhar neste caso”.

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    Algumas pessoas coletam abelhas preservadas. Há centenas à venda na Bug Fair.
    Foto de Kendrick Brinson, National Geographic

    “Ótimos animais de estimação”

    A demanda pelo que muitos consideram insetos nojentos, seja por animais vivos como bichos de estimações exóticos ou por animais preservados como um tesouro de algum colecionador, impulsionou um enorme comércio que engloba desde besouros e bichos-pau a tarântulas e escorpiões. As pessoas buscam até por baratas, a criatura que uma vez me fez fugir do meu apartamento por 24 horas após encontrá-la rastejando pelo chuveiro. Elas são “ótimos animais de estimação”, diz Carlos Martinez, dono da Reptile Factory, um pet shop do sul da Califórnia.

    Muitos insetos e outros artrópodes são criados em cativeiro ou vendidos legalmente, mas um mercado negro global prospera às margens do comércio legal. É um pequeno nicho do comércio ilegal de animais silvestres. É uma indústria multibilionária mais associada a chifres de rinocerontes e marfim de elefantes do que às pequenas criaturas que podem nos aterrorizar.

    “Muito do que encontramos no mercado não foi exportado legalmente da sua região de origem ou legitimamente importado pelo seu país de destino”, diz Stéphane De Greef, engenheiro ambiental e amante de insetos da Bélgica, que comanda um grupo popular sobre entomologia no Facebook. “Infelizmente, é muito comum”.

    Reportagens sobre fraudes envolvendo insetos são abundantes. Vejamos, por exemplo, o cidadão tcheco multado em 2017 por tentar contrabandear 4.226 besouros, escorpiões, aranhas e outros invertebrados para fora da Austrália. E as outras 7 mil aranhas, insetos e outros invertebrados roubados do Insetário e Pavilhão de Borboletas da Filadélfia no ano passado em uma tentativa suspeita de vendê-los no mercado de animais de estimação.

    No momento, não há um banco de dados centralizado de apreensões, o que significa que não há como estimar a escala global do comércio ilegal. Mas as informações obtidas pela National Geographic com o Serviço de Pesca e Vida Selvagem mostraram que as autoridades americanas, um país de alta demanda, apreenderam pelo menos 9 mil artrópodes, vivos e mortos (não incluindo crustáceos), que estavam sendo levados para o país para fins comerciais entre junho de 2018 e junho de 2019. Isso provavelmente representa uma fração do número total de artrópodes contrabandeados, que são fáceis de ocultar em malas e caixas de transporte.

    Gigante desde a larva: veja o desenvolvimento do besouro-hércules
    Com os chifres,  o besouro-hércules pode atingir 18 cm, sendo um dos maiores insetos voadores do mundo.

    Muitos países proíbem ou exigem autorizações especiais para a captura e exportação de determinadas espécies, ou de espécies em determinadas regiões, como parques nacionais, mas isso não impediu que as pessoas tirassem as pequenas criaturas da natureza. Alguns as capturam como animais de estimação ou objetos de estudo. Outros, as coletam para vendê-las regionalmente como comida. Quando se trata do comércio global, a caça ilegal aflige principalmente os países tropicais, onde o calor e a abundância de alimentos produzem enormes insetos multicoloridos. Compradores ao redor do mundo estão dispostos a pagar centenas, ou até milhares de dólares por cada criatura rara, chamativa ou de certa forma diferente, seja para criação, para serem exibidos vivos, ou para servirem de decoração nas paredes da sala de estar.

    Os cientistas estão preocupados com os efeitos dessa onda de captura de pequenos animais, os quais podem ser vitais para as cadeias alimentares por polinizarem plantações e reciclarem nutrientes de volta ao solo. “Sempre que fizer uma captura de grande escala de uma única espécie e extirpá-la ou removê-la da natureza, você causará um impacto naquele ecossistema de uma forma ou de outra”, disse Floyd Shockley, que gerencia a coleção de insetos do Museu Nacional de História Natural em Washington, D.C.

    Indo à feira

    Se tem alguém que entende do mercado de invertebrados, essa pessoa é Brent Karner. Ele é o gerente de divisão da BioQuip Bugs, uma empresa de Rancho Dominguez, na Califórnia, que oferece insetos e outros artrópodes, vivos e preservados.

    Conversei com Karner em maio no Museu de História Natural de Los Angeles, onde nós dois participamos da Bug Fair, um evento de dois dias que celebra tudo aquilo relacionado a insetos. Eu passei boa parte da minha vida evitando insetos, mas vim para a Bug Fair justamente para encontrar pessoas que não se cansam deles.

    Mais de 50 fornecedores ocupavam três alas do museu e ofereciam de tudo, desde minhocas comestíveis (elas têm gosto de camarão seco, diz o vendedor) a camisetas engraçadas de humor inspirado em insetos (“não acabe com o meu barato”). Mas a maioria das pessoas estava lá pelos milhares de invertebrados que rastejavam nos aquários de vidro ou que haviam sido fixados em quadros.

    Karner vendia o segmento ornamental. Seu expositor era tão popular, que foi difícil afastá-lo da multidão que admirava o besouro-hércules, a borboleta laranja e marrom Lycorma delicatula e outras criaturas à venda.

    Eu ouvira de cientistas e admiradores que a BioQuip era o padrão de ouro no que se refere à obtenção de insetos de forma ética e legal. Muito comunicativo, Karner disse que se orgulha em fazer exatamente isso. Isso significa garantir que seus fornecedores tenham as autorizações necessárias em seus países e que ele tenha os documentos legais para importá-los. Também significa comprar no máximo cem insetos da mesma espécie em determinada região por ano, e ficar totalmente fora da Europa. Devido a regulamentações fracas em alguns países, ele diz, “a Europa é um ótimo canal por onde transportar coisas ilegais, então eu mantenho distância”.

    Karner diz que as pessoas sempre pagaram por insetos, mas que a internet mudou a indústria. Agora, os vendedores podem dispensar empresas como a BioQuip e se conectar diretamente com os compradores.

    “É onde o mercado negro funciona melhor”, ele diz, referindo-se a sites como o eBay. Realmente, são necessários cerca de cinco segundos para encontrar um anúncio no eBay oferecendo uma borboleta-rabo-de-andorinha, uma espécie ameaçada nativa das Filipinas que foi banida do comércio internacional pela Cites. “É o equivalente a anunciar um chifre de rinoceronte ou uma presa de elefante”, diz Karner. O vendedor a anunciou como “Papilio chi”, e não Papilio chikae, seu nome científico. Algumas semanas depois, a referência “Papilio chi” foi excluída do anúncio.

    Um porta-voz do eBay, que proíbe a venda de animais silvestres ilegais, escreveu em um e-mail que a empresa usa “uma combinação de recursos tecnológicos e humanos para identificar e remover anúncios problemáticos”.

    Os ladrões de insetos se enquadram em três categorias, explica Karner. Há os contrabandistas desavisados, que não conhecem a complexa burocracia envolvida na coleta e no transporte de insetos. Há os traficantes sem documentos legais porque não querem pagar pelas autorizações e consideram as leis “bobagens”, um sentimento nada incomum. (Como um usuário do Facebook escreveu em um grupo de entomólogos amadores: “Não há nada a se ganhar com a apreensão de espécies nas fronteiras sem relevância para a conservação”).

    E então, há os grandes criminosos, que buscam vender espécies raras e proibidas porque sabem que é um mercado lucrativo. Esse pode ser alguém como Hisayoshi Kojima, um japonês condenado em 2007 a 21 meses de prisão por comandar uma operação de tráfico internacional. O agente do Serviço de Pesca de Vida Selvagem que investigou o caso contou à NPR que Kojima pagava aos moradores locais apenas centavos de dólar para capturarem borboletas e insetos ameaçados, que ele depois vendia em seu site.

    Não é estranho que traficantes internacionais contratem caçadores locais. No ano passado, a National Geographic relatou a vida de Jasmin Zainuddin, um indonésio que caçava borboletas, algumas protegidas por lei, e as vendia em mercados turísticos locais ou para um chefão que as distribuía para contrabandistas em todo o mundo.

    Sabastián Padrón, entomólogo da Universidade de Azuay, em Cuenca, Equador, encontrou um caçador ilegal há muitos anos na Floresta Amazônica que tentou vender a ele borboletas do gênero Prepona e Morpho, belezas aquáticas irradiantes. Ele diz que, embora o Equador tenha leis rigorosas quanto à captura e à exportação de insetos, o país não tem os recursos para aplicá-las. De acordo com Padrón, boa parte do contrabando vai parar no Japão, onde há um grande fascínio por insetos, e nos Estados Unidos e Europa.

    A entomóloga Nancy Miorelli diz que vendedores perto da sua casa em Quito, no Equador, usam as partes de artrópodes, principalmente asas de borboletas, para fazer brincos e colares para vender aos turistas. Quando ela pergunta aos vendedores como eles capturam esses animais, eles não sabem fornecer respostas detalhadas. “Eu perguntei a uma delas se ela sabia que eram ilegais, e ela deu de ombros”, diz Miorelli.

    No estande do vendedor Bob Duff, na Bug Fair, os besouros Sagra, também chamados de besouros com pernas de sapo, custam 7 dólares. Duff oferece uma variedade de espécies de besouros.
    Foto de Kendrick Brinson, National Geographic

    Por que devemos nos importar?

    É fácil considerar a caça ilegal de invertebrados como algo irrelevante. Mais de um milhão de espécies de insetos reconhecidas e cerca de 10 quintilhões (o número 1 seguido de 18 zeros) de insetos zumbem, zunem e voam por todo o planeta. Em todo o mundo, estima-se haver 12 mil espécies de milípedes e 900 espécies de tarântulas.

    Com tantas espécies dessas criaturas habitando a Terra, qual será o real estrago causado pelo comércio?

    A resposta curta é que depende. Tarântulas, por exemplo, são especialmente vulneráveis à caça ilegal, já que são animais de vida longa e que se reproduzem com pouca frequência. Os insetos, por outro lado, são resistentes por viverem vidas curtas e produzirem muitos descendentes.

    Bichos-da-seda chamam a atenção do público na Bug Fair. Eles não são os únicos animais vivos à venda. Os visitantes podem escolher entre tarântulas, escorpiões e até baratas.
    Foto de Kendrick Brinson, National Geographic

    Mas Shockley diz que, se uma espécie local que já enfrenta outras ameaças é capturada em grandes números, a captura descontrolada pode ser um perigo real. (Chocante: Embora contestada, uma pesquisa divulgada no ano passado sugere que a perda de habitat, poluentes, espécies invasoras e as mudanças climáticas contribuíram para o declínio de mais de 40% de todas as espécies de insetos nas últimas décadas, e que todos os insetos podem desaparecer em menos de um século).

    Anophthalmus hitleri, um pequeno besouro marrom avermelhado batizado com o nome de Adolf Hitler e encontrado na Eslovênia, oferece um exemplo bizarro dos riscos da coleta excessiva. O besouro (supostamente batizado em 1933 pelo entomólogo amador Oscar Scheibel) se tornou tão popular entre a extrema direita que caçadores ilegais, tentando atender à demanda, quase aniquilaram a espécie no início dos anos 2000.

    Na maior parte do tempo, diz Shockley, não sabemos como a caça ilegal afeta as espécies. “Há coisas nas copas das árvores, nos níveis intermediários e no chão”. Além disso, pesquisas entomológicas enfrentam problemas de financiamento, o que significa que não há muitas pessoas em campo contando insetos. A falta de dados, e não a escassez de espécies, contribui para os números irrisórios de artrópodes, representados por 90 espécies e três subespécies, regulados pela Cites. “Sei que não quero correr o risco de descobrir o que acontece se removermos algo”, adiciona Shockley.

    Adultos vestidos de abelha, borboleta e barata fazem uma peça para as crianças na Bug Fair. O medo de insetos pode começar cedo. Sua má reputação levou a um financiamento insignificante para o campo da entomologia.
    Foto de Kendrick Brinson, National Geographic

    Introduzir um animal onde não é seu lugar também pode ser um problema. Se invertebrados contrabandeados para um novo país fugirem, eles ou os parasitas que abrigam podem devorar ou danificar plantações, plantas, árvores ou animais nativos. “Quando não sabemos o que está por vir, há sempre uma preocupação”, diz Greg Bartman, funcionário do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos que identifica insetos encontrados em carregamentos.

    Ele observa a lição do bicho-pau-indiano. O comércio de animais de estimação exóticos pode tê-los levado para o sul da Califórnia, onde estão causando a devastação de hibiscos, trepadeiras, roseiras e outras plantas. E os milípedes-gigantes-africanos (a mesma espécie de artrópode que escapou de uma encomenda endereçada para Wlodzimie Lapkiewicz)? Eles podem carregar um ácaro capaz de destruir plantações de bulbos, como cebola e alho.

    Mesmo que a caça ilegal para o mercado negro seja um risco, os entomólogos e amadores com quem falei acreditam ser simplesmente antiético. “Que informação cientificamente útil seria adquirida com a coleta de 10 mil escaravelhos em uma armadilha no mesmo local na mesma noite?”, diz Shockley. E como observa Miorelli: “As pessoas entram em um lugar destinado à conservação e matam ou removem a vida selvagem. Parece uma total falta de respeito”.

    Compelidos à coleta

    Quando se trata de insetos, Erica e Brian Ellis se tornaram tão fascinados que passaram a colecionar criaturas preservadas e a exibi-las em sua casa em Simi Valley, na Califórnia.

    Eu conheci o casal na Bug Fair, em Los Angeles. Os Ellises foram embora naquele dia com cinco novas aquisições: um besouro-titã, um milípede, uma formiga-veludo, uma vespa-japonesa e uma vespa-caçadora, a enorme vespa que paralisa tarântulas antes de devorá-las. Todos esses animais têm uma coisa em comum, eles estão entre os maiores de suas espécies, o principal critério de escolha dos Ellises. “É impressionante pensar que consigam chegar a esse tamanho, saber que eles estavam vivos andando pela floresta”, diz Brian, que trabalha com vendas e marketing.

    Eles compraram seu primeiro inseto, um brilhante besouro-atlas do Sudeste Asiático, na Bug Fair há sete anos. “Mesmo depois de o levarmos para casa, nós o tirávamos da moldura e o encarávamos por 20 ou 30 minutos”, disse Erica, assistente executiva em uma empresa farmacêutica. Eles logo foram fisgados pela “beleza e diferenças” dentre os artrópodes, ela disse. Hoje, sua coleção conta com 50 espécimes preservados, incluindo um bicho-pau de 60 centímetros do Sudeste Asiático que custou 1,2 mil dólares.

    Os Ellises dizem gostar de comprar de vendedores conceituados, que oferecem informações detalhadas sobre a identidade e origem da criatura.

    Fairgoer Max Orion Kesmodel não está surpreso com a existência de um comércio ilegal de insetos. “Eu sabia que ele existia mesmo sem ouvir falar sobre ele, porque é assim que o mundo funciona”, ele diz. “Se fazem isso com pérolas, farão com borboletas”.

    Kesmodel, de 23 anos, estuda entomologia na Los Angeles Valley College. Ele é fascinado pela grande diversidade dos insetos, e sua aparência chamativa se alinha ao seu interesse em fotografia. Na Bug Fair deste ano, ele comprou um bicho-pau da Malásia e duas mariposas coloridas para adicionar à sua coleção de mais de 150 espécimes. No geral, ele busca por criaturas com tons brilhantes, borboletas em perfeitas condições e pequenos escaravelhos, como a subfamília Melolonthinae que, diferente de alguns besouros maiores, não apresentam as impressionantes mandíbulas que o “aterrorizam”.

    Ele também diz que gosta de comprar de pessoas de boa reputação. “Eu nunca fui à casa de alguém para comprar alguma coisa ou algo parecido”, ele diz. Quando perguntei se ele costuma questionar os vendedores sobre sua documentação legal, ele disse que não havia considerado isso, e adicionou: “Eu provavelmente deveria, agora que parei para pensar”.

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