Conheça Phelan – vira-lata resgatada e cão mais veloz dos EUA

A fêmea mestiça de quatro anos de idade recentemente derrotou mais de 100 cachorros de raças puras e ganhou o título de cão mais rápido em Orlando, na Flórida.

Por Liz Langley
Publicado 18 de dez. de 2020, 19:43 BRT
Phelan, um vira-lato resgatado em abrigo que ganhou a competição inaugural de cachorro mais veloz do American ...

Phelan, um vira-lato resgatado em abrigo que ganhou a competição inaugural de cachorro mais veloz do American Kennel Club, nos EUA, em 11 de dezembro de 2020.

Foto de Mark L. Baer,MLBaer Photography

Orlando, Flórida | Conheça Phelan, a cadela resgatada de quatro anos de idade que acaba de ganhar a competição inaugural de cão mais veloz dos Estados Unidos do American Kennel Club.

A resistente cachorrinha sem raça definida, cujo nome deriva da palavra “lobo” em irlandês, completou uma corrida de cerca de 90 metros em 6,346 segundos – pouco mais de 50 km/h – vencendo outros 130 cães que competiram na final do AKC Fast CAT Invitational – abreviação para avaliação de habilidade em percurso – realizada em 11 de dezembro no Centro de Convenções de Orlando.

Os donos Krista Shreet e Ted Koch, de Crownsville, estado americano de Maryland, adotaram Phelan – uma mistura de galgo-inglês, borzói e galgo-escocês com tonalidades cor-de-palha – quando ela tinha um ano de idade.

“Nós a adotamos e ela roubou nossos corações”, conta Koch.

E agora ela é o cão mais veloz dos Estados Unidos.

Duas provas eliminatórias realizadas este ano selecionaram os cães mais velozes de cada uma das 129 raças participantes, desde dachshunds até dobermann pinschers.

Os melhores cães viajaram para Orlando para as finais, que foram divididas em duas categorias: cão mais veloz dos Estados Unidos para o cão mais veloz em geral, e velocidade da raça, que reconhece o cão mais veloz de cada raça. Este último título foi para um poodle miniatura de cor cinza, Elliot, e sua dona, Deborah Burnett, de Gray Court, na Carolina do Sul.

O evento inaugural foi aberto a todos os cães registrados no AKC com pelo menos um ano de idade, bem como a cães sem raça definida, como Phelan.

Cada cão correu três percursos de cerca de 90 metros e a velocidade final foi contabilizada pela média dos três percursos. As corridas fazem parte do campeonato nacional do American Kennel Club (AKC), uma série anual de competições e provas de agilidade que determina o vencedor de acordo com o melhor desempenho.

Doug Ljungren, vice-presidente executivo de esportes e eventos do AKC, teve a ideia da competição de velocidade há alguns anos, enquanto observava seus cachorros da raça braco-alemão-de-pelo-duro perseguindo esquilos pelo quintal. “Afinal, qual a velocidade que os cães conseguem atingir?”, ele se perguntou.

Phelan, que tem quatro anos de idade, ganhou a categoria geral, que envolve cães de todas as raças, inclusive as não definidas.

Foto de Mark L. Baer,MLBaer Photography

Elliott ganhou na categoria reservada à sua raça, poodle miniatura.

Foto de Mark L. Baer,MLBaer Photography

Ljungren encontrou muitas estatísticas sobre cães de raças como galgo-inglês e whippets, raças desenvolvidas para serem velozes, mas não havia estatísticas para a maioria das outras 190 raças do AKC que participaram do evento inaugural. A competição para determinar o cão mais veloz não apenas ampliará o conhecimento sobre as habilidades de nossos melhores amigos, como também será algo positivo em um ano difícil, acrescenta Ljungren.

A pandemia da covid-19 e as decorrentes mudanças no estilo de vida “levaram a uma nova forma de valorização do relacionamento que temos com nossos cães”, declarou ele em um comunicado.

Velozes, mas não furiosos

O galgo-inglês, que pode atingir 69 km/h, é a raça de cão doméstico mais veloz. Em comparação, a velocidade máxima atingida pelo velocista olímpico Usain Bolt foi de cerca de 45 km/h. (A corrida de galgos-ingleses, um esporte que muitos consideram cruel e desumano, está aos poucos chegando ao fim nos Estados Unidos).

Galgos-ingleses pertencem a um grupo chamado galgos, cujos portes físicos esguios, pernas longas e cabeças estreitas os ajudam a atingir altas velocidades.

Ao longo dos séculos, as pessoas criaram esses cães como companheiros de caça por serem ágeis e rápidos o suficiente para perseguir presas. Saluki, uma raça graciosa de orelhas compridas, era o cão de caça preferido dos faraós egípcios. Whippets, parecidos com pequenos galgos-ingleses, surgiram na Inglaterra vitoriana, criados por mineradores de carvão que gostavam de corridas caninas, mas que não tinham espaço ou dinheiro para manter cães maiores. Por fim, o vizslas, um cão esportivo de tom avermelhado originário da Hungria cujos ancestrais eram cães resistentes e ágeis de guerreiros e nobres húngaros, também são cães surpreendentemente rápidos.

Esses exemplos mostram que “não existe apenas a questão da velocidade, mas da velocidade em um determinado ambiente” e também para realização de certas funções no mundo humano, explica Adam Boyko, geneticista canino da Universidade Cornell.

Algumas raças menores, como terriers e dachshunds, acrescenta ele, podem ser surpreendentemente rápidas, uma vez que foram criadas para caçar roedores e outros animais escavadores.

Na final da competição em 10 de dezembro, um pequinês atingiu a velocidade de cerca de 20 km/h – nada mal para uma raça criada pela realeza chinesa.

“Não vamos deixar faltar presentes para a Phelan”

A pandemia da covid-19 trouxe algumas mudanças ao Campeonato Nacional de 2020 realizado pela Royal Canin. Não foram permitidos espectadores nas arquibancadas, por exemplo. O número de animais participantes na competição de velocidade também foi reduzido, com apenas um cão representando cada raça em cada divisão, em vez de três, como de costume, diz Ljungren.

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    Mas, por outro lado, a pandemia criou novas oportunidades. Pela primeira vez, o AKC incentivou norte-americanos a enviar vídeos de seus cães completando percursos de agilidade. Nos últimos oito meses, a organização recebeu 15 mil vídeos.

    Embora não seja oficial, a gravação dos vídeos possibilitou às pessoas que estão isoladas ou que não podem viajar uma maneira de vivenciar o AKC e compartilhar seu amor pelos animais de estimação, declarou Ljungren. “É muito comovente.”

    Quanto a Phelan, este é seu último evento de 2020, disseram seus donos. Todos irão para casa, descansar e se preparar para as festas de fim de ano.

    “Não vamos deixar faltar presentes para a Phelan”, brincou Koch.

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