O macaco-aranha-de-cara-branca (Ateles marginatus) é uma das 24 espécies da família Atelidae, mas este é endêmico ...

As 4 espécies de animais que só existem na Amazônia e estão na linha vermelha da extinção

Estes animais únicos, como o boto-cor-de-rosa que inspira a tradicional lenda amazônica, enfrentam o risco de desaparecer, mesmo vivendo no bioma mais diverso da Terra.

O macaco-aranha-de-cara-branca (Ateles marginatus) é uma das 24 espécies da família Atelidae, mas este é endêmico da floresta amazônica.

Foto de Rich Hoyer (CC BY-NC-ND 4.0)
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 21 de nov. de 2025, 12:01 BRT

Amazônia ocupa quase metade do território da América do Sul, ocupando territórios de 9 países do continente: Brasil, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Dentro deste enorme território, estima-se que esteja cerca de 20% da flora e da fauna do mundo, como indica o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Ainda segundo o PNUMA, a floresta amazônica ocupa uma área de 6,92 milhões de quilômetros quadrados e entre as florestas tropicais do mundo é a que possui a maior biodiversidade – além de 20% da água doce do planeta (localizada na bacia amazônica), continua a fonte.

Dentro dessa imensa variedade de animais e plantasNational Geographic selecionou quatro espécies de bichos que são endêmicas da Amazônia – ou seja, só existem neste ecossistema único no planeta. E justamente por conta da perda da preservação da floresta, estas espécies estão ameaçadas de extinção. Descubra quais são elas:

Um peixe-boi-da-amazônia nadando: apesar de ser o menor peixe-boi como espécie, no mundo, esta espécie endêmica ...

Um peixe-boi-da-amazônia nadando: apesar de ser o menor peixe-boi como espécie, no mundo, esta espécie endêmica da Amazônia pode chegar a até 3 metros de comprimento e pesar 450 kg.

Foto de Divulgação AMPA (Associação dos Amigos do Peixe-boi)

Estas espécies de animais vivem apenas no bioma amazônico 

1. PEIXE-BOI-DA-AMAZÔNIA (Trichechus inunguis)

Esse mamífero que vive na água doce dos rios da Amazônia – desde as cabeceiras de rios no Equador, Peru e Colômbia até o estuário do Rio Amazonas, no Brasil – é o menor peixe-boi entre as espécies no mundo. Trata-se de um animal herbívoro que pode pesar quase meia toneladamedir até 2,80 metros, segundo dados do Animal Diversity Web (um banco de dados online do Museu de Zoologia da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos). 

Considerado “vulnerável” pela Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), estima-se que existam entre 8 mil e 30 mil indivíduos vivendo na região. “peixe-boi-da-amazônia é cinza e apresenta uma mancha branca no peito ou várias marcas brancas no peito e abdômen”, diz o ADW.  Ele pode viver até os 60 anos, indica um artigo da AMPA, a Associação dos Amigos do Peixe-boi (uma organização da sociedade civil de direito privado e sem fins lucrativos do Brasil, que luta pela proteção e conservação dos mamíferos aquáticos da Amazônia).

Ele se alimenta de plantas que boiam superfície da água, como algas, aguapés e capim aquático, completa a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. E a maior ameaça ao peixe-boi amazônico é a caça predatória e a captura dos filhotes por redes de pesca, continua a mesma fonte. 

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    A ariranha (Pteronura brasiliensis) está ameaçada de extinção em decorrência da caça por causa de sua pele e da poluição das águas, que diminui os peixes os quais ela se alimenta.

    Foto de Pedro Maia (CC BY-NC 4.0)

    2. ARIRANHA (Pteronura brasiliensis)

    ariranha é um mamífero aquático considerado ameaçado de extinção pela da IUCN e que vive na Amazônia em quase todos os países que a integram, inclusive no Brasil, informa a Lista Vermelha. 

    Ela pode ser encontrada em reservatórios de pequenas barragens, “embora prefira margens de rios com declive suave e áreas isoladas com vegetação suspensa”, diz a ADW. Com expectativa de vida entre 10 e 13 anos, e geralmente tendo apenas um filhote por vez, a ariranha – que é um animal carnívoro que se alimenta de peixes, frutos, crustáceos e até de pequenos filhotes de jacarés e cobras

    Pteronura brasiliensis está ameaçada de extinção em decorrência da caça por causa de sua pele, e pela poluição causada pelas indústrias madeireiras e de mineração, que afeta os peixes os quais a ariranha se alimenta.  

    3. MACACO-ARANHA-DE-CARA-BRANCA (Ateles marginatus)

    Outra espécie em risco de extinção pela Lista Vermelha da IUCN, este primata é uma das 24 espécies conhecidas pertencentes à família Atelidae

    macaco-aranha-de-cara-branca costuma viver até 15 anos e, como todos os atelídeospossui uma cauda preênsil (ou seja, capaz de prender-se em galhos), sensíveis e utilizadas para agarrar objetos. Ela pode medir entre 55 a 92 centímetros, e variam de 38,2 a 68,6 cm de comprimento da cabeça ao fim do corpo.

    Esses macacos são majoritariamente frugívoros (ou seja, se alimentam principalmente de frutas, sendo capazes de descartar sementes que podem germinar no ambiente), mas podem consumir também folhas, flores, néctarbrotos novos e insetos, afirma a ADW.

    Grandes serpentes e felinos se alimentam destes macacos, bem como aves de rapina diurnas, que são capazes de capturá-los nas copas das árvores. Mas a perda de habitat natural e a caça feita por humanos seguem sendo a maior ameaça a essa população, informa a fonte.

    Botos da espécie Inia geoffrensis (fêmea e filhote) fotografados debaixo d'água em uma floresta inundada no Rio ...

    Botos da espécie Inia geoffrensis (fêmea e filhote) fotografados debaixo d'água em uma floresta inundada no Rio Negro, na Amazônia brasileira. 

    Foto de Kevin Schafer/iNaturalist (CC BY-NC-ND 4.0)

    4. BOTO-COR-DE-ROSA (Inia geoffrensis)

    Uma das maiores espécies-símbolo da Amazônia, o boto-rosa carrega com ele a lenda do animal que “se transforma em humano”, inspirando o folclore popular da região ao mesmo tempo em que é essencial para o ecossistema amazônico, indica um artigo de National Geographic sobre o tema.

    Esse mamífero aquático que pode viver até 22 anos, segundo a IUCN, está considerado como “em perigo” segundo a Lista Vermelha, ainda que não exista uma contagem oficial do número de botos na região. A caça furtiva feita por humanos é sua maior ameaça de extinção.

    Inia geoffrensis pode pesar até 207 quilosmedir até 2,55 metros (ainda que as fêmeas sejam menores); é encontrado nas bacias dos rios Amazonas e Orinoco e seus principais afluentes na Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, diz a ADW.

    Uma curiosidade sobre o boto-rosa é a de que “por serem extremamente adaptados ao ambiente amazônico”, eles possuem um sistema de ecolocalização bem desenvolvido, informa um artigo de NatGeo sobre a espécie. 

    coloração do corpo do boto é outro elemento interessante nesta espécie: sua cor varia com a idade, “sendo os jovens cinza-escurosos adultos apresentando uma tonalidade rosa sólida ou com manchas, embora os machos sejam significativamente mais rosados ​​que as fêmeas”, explica um artigo de NatGeo sobre o animal. 

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