Caracol Partula

Todas as espécies de caracol do gênero Partula correm risco de extinção e algumas já desapareceram da natureza. Pesquisadores tentam a reprodução em cativeiro e a reintrodução de indivíduos na natureza.

Por Redação National Geographic
Publicado 10 de abr. de 2020, 09:30 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Caracol da espécie Partula nodosa fotografado no zoológico de Saint Louis, nos EUA.
Foto de Joël Sartore, National Geographic Photo Ark

O Disney Conservation Fund colabora com os esforços de conservação dessa espécie. A National Geographic Partners é uma joint venture entre a National Geographic Society e a The Walt Disney Company.

caracol polinésio da espécie Partula nodosa é um dentre as várias espécies de caracóis do gênero Partula – todas em risco de extinção. Essa espécie em particular já foi comum no Taiti, mas agora a União Internacional para a Conservação da Natureza a considera extinta na natureza, pois o caracol é encontrado predominantemente em cativeiro (no entanto, alguns foram reintroduzidos na natureza e outras iniciativas para reintroduzir o caracol em sua área de distribuição nativa estão em andamento).

Esse minúsculo caracol é pouco maior do que uma borracha escolar. Seu corpo – formado principalmente por um pé musculoso – é nodoso e castanho, e seus olhos semelhantes a antenas são quase transparentes. Uma glândula no pé do caracol secreta um muco que deixa rastros viscosos, que ajudam o caracol a deslizar e aderir às superfícies. O muco também lubrifica o caracol e contém uma proteína especial que absorve a umidade. Listras de cor bege e creme cobrem a concha em espiral do caracol, que protege o caracol de predadores e evita a desidratação.

Habitat, alimentação e reprodução

Os vales e florestas úmidas do Taiti no Pacífico Sul são habitats ideais para o caracol dessa espécie. Esse caracol terrestre costuma ficar sob os caules e partes inferiores das folhas. Por ser um detritívoro, o gastrópode obtém seus nutrientes principalmente pelo consumo de vegetação apodrecida. Passa a maior parte do tempo se alimentando de plantas deterioradas e plantas microscópicas encontradas em plantas maiores. Antes de se extinguir na natureza, o caracol era valioso para o seu ecossistema devido à sua capacidade de reciclar nutrientes a partir de detritos vegetais e por favorecer a respiração das plantas.

Em noites de chuva, o caracol sai para se alimentar e acasalar. Esse caracol é hermafrodita, possuindo órgãos sexuais femininos e masculinos. Se não conseguir encontrar um parceiro, o caracol é capaz de se autofecundar para se reproduzir. Essa espécie dá origem a formas imaturas, que possuem apenas entre um e dois milímetros ao nascer – aproximadamente do tamanho da ponta de uma caneta esferográfica. A cada período entre quatro e seis semanas, o caracol gera uma única prole, que atingirá a maturidade sexual entre três e seis meses depois.

Ameaças à sobrevivência

Os caracóis dessa espécie foram extintos na natureza por causa de outra espécie de caracol – ou melhor, duas. Em 1967, o governo da Polinésia Francesa permitiu que caracol-gigante-africano fosse importado e utilizado como fonte de alimento humano em ilhas do sul do Pacífico, como o Taiti. No entanto alguns dos caracóis escaparam, reproduziram-se rapidamente e começaram a devastar as plantações locais.

Em uma iniciativa para controlar a crescente população desse caracol invasor, outra espécie foi introduzida  na ilha uma década depois: a Euglandina rosea, também conhecida por seu canibalismo. Atendendo às expectativas, esse caracol carnívoro atacou sem clemência o caracol da espécie Partula nodosa – que, por menor e mais lento que o gigante terrestre africano, era uma refeição mais fácil de capturar — provocando quase sua extinção. Na década de 1980, os pesquisadores não conseguiram encontrar nenhum caracol vivo da espécie em seus habitats nativos no vale.

Conservação

Esse caracol não foi o único ameaçado pela espécie Euglandina rosea – outras 51 espécies do gênero Partula foram extintas como resultado da predação. Em um esforço para salvar os caracóis restantes do gênero Partula, uma iniciativa internacional de conservação começou em 1986 e a espécie Partula nodosa passou a integrar programas conjuntos de reprodução na América do Norte e Europa.

Hoje, quase todos os indivíduos de Partula nodosa vivem exclusivamente em cativeiro. Após a extinção do caracol na natureza, o Zoológico de Detroit era o único local conhecido no mundo em que existia o caracol. Aproximadamente seis mil descendentes dos caracóis de Detroit agora vivem em zoológicos em toda América do Norte – mas vários deles, como o Zoológico de St. Louis, também estão reproduzindo e introduzindo o caracol de volta em seus habitats nativos no Taiti. Alguns vivem em uma reserva à prova de predadores, pois o principal desafio continua a ser encontrar maneiras de permitir a coexistência entre as espécies Partula nodosa e Euglandina rosea.

VOCÊ SABIA?

  • O capitão James Cook, explorador britânico, foi a primeira pessoa a descrever cientificamente os caracóis do gênero Partula.
  • A espécie Partula nodosa também é conhecida em taitiano como caracol arbóreo niho, que significa “dentes”.

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