O que é a endometriose e quais são seus principais sintomas?

Embora não possa ser prevenida, o diagnóstico e o tratamento precoces podem retardar a progressão natural da endometriose e reduzir a carga de sintomas a longo prazo.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 14 de mar. de 2023, 16:53 BRT, Atualizado 11 de mar. de 2024, 12:00 BRT

Uma mulher ensina a sua filha e as outras meninas sobre anatomia feminina durante um dia retiro mãe-filha. A endometriose é uma doença caracterizada pela presença de tecido semelhante ao do endométrio (revestimento do órgão reprodutor feminino) fora do útero.

Foto de Kitra Cahana

endometriose afeta aproximadamente 190 milhões de mulheres e meninas em idade reprodutiva no mundo todo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O número equivale a 10% dessa parcela da população.

Segundo a OMS, a endometriose é uma doença caracterizada pela presença de tecido semelhante ao do endométrio (revestimento do órgão reprodutor feminino) fora do útero. Isso causa uma reação inflamatória crônica, que pode levar à formação de tecido cicatricial (aderências ou fibrose) dentro da pélvis e outras partes do corpo.

A doença é tipificada a depender dos tipos de lesões: endometriose superficial, quando as lesões ocorrem principalmente no peritônio pélvico; endometriose cística ovariana (endometrioma), localizada nos ovários; endometriose profunda, localizada no septo rectovaginal, bexiga e intestino; e, em casos muito raros, também foram encontradas lesões de endometriose fora da pélvis, relata a OMS.

O que causa a endometriose?

A endometriose pode afetar as pessoas desde o início da primeira menstruação (menarca) até a menopausa, e é considerada de origem multifatorial. 

Entre esses fatores, a OMS menciona a menstruação retrógrada, que ocorre quando o sangue menstrual (contendo células endometriais) flui para das trompas de falópio para a cavidade pélvica, em vez de sair do corpo através do colo uterino e da vagina. Como resultado, células do tipo endométrio podem ser depositadas fora do útero, onde podem ser implantadas e crescer.

Outra razão aparente é a metaplasia celular. Este é um processo no qual algumas células fora do útero se transformam em células semelhantes ao endométrio e começam a crescer.

A doença também pode ser causada pela proliferação de células precursoras que dão origem à endometriose e depois se espalham pelo corpo através do sangue e dos vasos linfáticos.

Além disso, a OMS reconhece que pode haver outros fatores que favorecem o desenvolvimento, crescimento e manutenção de lesões por endometriose, tais como alterações ou comprometimento do sistema imunológico, influências hormonais complexas circunscritas, fatores genéticos e, possivelmente, poluentes ambientais.

Quais são os sintomas da endometriose?

Embora os casos possam ser assintomáticos, existem alguns sintomas comuns da endometriose. Entre eles, a OMS menciona:

  • Menstruação dolorosa
  • Dor pélvica crônica
  • Dor durante ou após a relação sexual
  • Dor durante os movimentos intestinais
  • Dor durante a micção
  • Cansaço
  • Depressão ou ansiedade
  • Inchaço abdominal e náusea

A OMS também adverte que a endometriose pode causar infertilidade devido aos efeitos da doença na cavidade pélvica, ovários, trompas de falópio ou útero. 

Por outro lado, a dor crônica é comum e pode estar relacionada ao fato dos centros de dor no cérebro se tornarem hipersensíveis com o tempo, o que pode ocorrer a qualquer momento durante a endometriose, tanto com a doença tratada, subtratada ou não tratada. A dor também pode persistir mesmo quando não há mais lesões visíveis da endometriose, acrescenta a OMS.

Existe um tratamento para a endometriose?

De acordo com a OMS, atualmente não existem meios conhecidos para prevenir ou curar a endometriose. Entretanto, "melhorar o conhecimento da doença e permitir seu diagnóstico e tratamento precoces poderia retardar ou interromper sua progressão natural e reduzir a carga de sintomas a longo prazo".

Quanto ao tratamento, a OMS diz que ele pode ser farmacológico ou cirúrgico, dependendo dos sintomas e lesões do paciente, do resultado desejado e de suas preferências. Em ambos os casos, entretanto, o tratamento deve ser prescrito com cautela e acompanhado de perto para evitar efeitos colaterais potencialmente problemáticos.

Neste sentido, a OMS enfatiza a importância de mais pesquisas e conscientização em todo o mundo para assegurar uma prevenção eficaz, diagnóstico precoce e melhor tratamento da doença.

mais populares

    veja mais
    loading

    Descubra Nat Geo

    • Animais
    • Meio ambiente
    • História
    • Ciência
    • Viagem
    • Fotografia
    • Espaço
    • Vídeo

    Sobre nós

    Inscrição

    • Assine a newsletter
    • Disney+

    Siga-nos

    Copyright © 1996-2015 National Geographic Society. Copyright © 2015-2024 National Geographic Partners, LLC. Todos os direitos reservados