Katalin Karikó é uma bioquímica húngara que se destaca por pesquisar como diferentes tipos de RNA ...

Quem é Katalin Karikó? A história por trás da vencedora do Prêmio Nobel de Medicina de 2023

A pesquisa da bioquímica Katalin Karikó foi fundamental para enfrentar a crise de saúde causada pela Covid-19. Por esse trabalho, ela se tornou a 13ª mulher na história a ganhar um Nobel de Medicina, neste caso ao lado do imunologista Drew Weissman.

Katalin Karikó é uma bioquímica húngara que se destaca por pesquisar como diferentes tipos de RNA interagem com o sistema imunológico.

Foto de Ill. Niklas Elmehed Nobel Prize Outreach
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 2 de out. de 2023, 14:32 BRT

As pesquisas dos cientistas Katalin Karikó, uma bioquímica da Hungria, e Drew Weissman, um imunologista dos Estados Unidos, foram fundamentais para tirar a humanidade do ciclo sem fim de contaminação causado pela pandemia de Covid-19 e resultaram na conquista do prêmio Nobel de Medicina de 2023 para a dupla. 

Isso porque eles são os responsáveis  pelas descobertas acerca das modificações de bases nucleotídicas do RNA que levaram ao desenvolvimento de vacinas eficazes de RNA mensageiro (mRNA) contra o vírus Sars-Cov-2 nos últimos anos. 

Todo esse avanço científico foi reconhecido publicamente na segunda-feira, 2 de outubro, quando Katalin Karikó e Drew Weissman foram anunciados como os vencedores do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina deste ano, em comunicado da Assembleia do Nobel do Instituto Karolinska, órgão responsável pela premiação. 

Mas quem é Katalin Karikó, a ganhadora do Prêmio Nobel de Medicina?

A bioquímica húngara Katalin Karikó nasceu em 1955, em Szolnok, uma cidade que fica a pouco mais de 100 quilômetros da capital, Budapeste. Ela é a 13ª mulher na história a ganhar um Prêmio Nobel de Medicina desde 1901, quando a condecoração foi criada.

Katalin se interessou pela natureza desde jovem e se destacou academicamente em ciências, como conta a Encyclopaedia Britannica, plataforma de ensino referência no Reino Unido.

Em 1978, se formou como bióloga e concluiu um doutorado em bioquímica no ano de 1982, na Universidade de Szeged, ainda na Hungria. Em seguida, Katalin aceitou um cargo no Biological Research Centre (BRC) na mesma cidade, e lá estudou a atividade antiviral de segmentos curtos de RNA, iniciando sua pesquisa sobre nucleosídeos modificados – que é um tipo de mRNA sintético.

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Para seguir seus estudos, a bioquímica foi bolsista de pós-doutorado na Academia Húngara de Ciências em Szeged até 1985. E, em seguida, mudou-se para os Estados Unidos, onde fez sua tese de pós-doutorado na Temple University, na Filadélfia. Já em 1989, Karikó foi nomeada professora assistente na Universidade da Pensilvânia, onde permaneceu até 2013, segundo explica o site da Assembleia do Instituto Karolinska. 

Foi na Universidade da Pensilvânia que ela trabalhou intensamente na pesquisa com mRNA e fez descobertas que a inspiraram a prosseguir com o estudo da terapia gênica (uma forma experimental de tratamento que usa a transferência de genes para a célula do paciente para curar uma doença) baseada em mRNA.

O trabalho conjunto de Katalin Karikó e Drew Weissman permitiu o desenvolvimento de vacinas eficazes contra a COVID-19. Graças à sua contribuição para a ciência, receberam o Prêmio Nobel de Medicina em 2023.

Foto de Ill. Niklas Elmehed Nobel Prize Outreach

O que é a tecnologia de mRNA criada por Katalin Karikó e Drew Weissman

Durante seu tempo na Universidade da Pensilvânia, a pesquisadora conheceu o imunologista Drew Weissman. Juntos, eles estudaram como diferentes tipos de RNA interagem com o sistema imunológico e marcaram um ponto de virada na história da ciência.

De acordo com o comunicado de imprensa emitido pelo Prêmio Nobel, Karikó e Weissman contribuíram para uma mudança de paradigma na compreensão de como as células reconhecem e respondem a diferentes formas de mRNA e alertaram que sua descoberta foi de profunda importância para o uso do mRNA como tratamento. 

Os resultados de sua pesquisa foram publicados em 2005, quinze anos antes da pandemia da COVID-19.

Durante a pandemia do coronavírus, os dois cientistas apresentaram  – em 2021 – a descoberta que beneficiou a população mundial e marcou uma virada de jogo no combate à doença. 

Poucos meses depois de obter o código genético do SARS-CoV-2 (o vírus que causa a Covid-19), e impulsionados pela urgência de desenvolver um produto que pudesse ajudar a prevenir ou reduzir a gravidade da infecção, a dupla coordenou a criação de vacinas experimentais de mRNA, como explica a Encyclopaedia Britannica.

Atualmente, a ganhadora do Nobel húngara é professora da Universidade de Szeged e professora adjunta da Escola de Medicina Perelman, da Universidade da Pensilvânia, além de ser a vice-presidente sênior da empresa de biotecnologia alemã BioNTech.

O ineditismo do trabalho com o RNA mensageiro abriu portas não só para a vacina contra a Covid-19, como também para o tratamento de outras doenças, como no surgimento de uma vacina contra o câncer.

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