Por dentro dos estádios abandonados de Olimpíadas passadas

Enquanto nos preparamos para as Olimpíadas de Inverno de 2018, em PyeongChang, olhamos o que sobra quando os eventos esportivos acabam.

Por Austa Somvichian-Clausen
Publicado 9 de fev. de 2018, 12:38 BRST, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT

A cada dois anos, ofertas são feitas por cidades do mundo inteiro para o Comitê Olímpico Internacional (COI) para se candidatarem como sede dos Jogos Olímpicos. O vencedor é escolhido por meio de um processo rigoroso que leva em conta se a cidade pode convencer os residentes que os benefícios de sediar os jogos superam o aumento dos impostos que pode vir junto.

As cidades candidatas podem ver o investimento como algo que valha a pena, esperando um aumento no turismo, reconhecimento internacional e o uso contínuo dos estádios construídos para os jogos. Mas enquanto ser escolhido para sediar os Jogos Olímpicos ainda é considerado uma grande honra, muitas cidades estão se perguntando se vale a pena o risco financeiro, especialmente a longo prazo.

O custo das Olimpíadas de Inverno de 2014 em Sochi, por exemplo, foi estimado em 12 bilhões de dólares. O custo final foi por volta de 50 bilhões de dólares e, de forma geral, a Rússia acabou ganhando apenas 53 milhões.

Muitos dos estádios que já foram gloriosos, pistas de salto de esqui e de bobsled não são usadas pelas antigas cidades sedes. Essas estruturas abandonadas continuam em pé, degradadas, decadentes e muitas estão cobertas por grafite.

Sarajevo, a capital da Bósnia, foi a casa das Olimpíadas de Inverno de 1984, a primeira a ser sediada por um país comunista. Menos de uma década depois, a Iugoslávia foi dividida pela guerra civil. Um lugar que no passado celebrou a excelência de atletas internacionais foi usado como base de operações para um conflito brutal, com execuções de prisioneiros feitas no que antes eram os pódios. Hoje em dia, o estádio está repleto de buracos de munições, um misterioso lembrete de duas épocas severamente opostas na história da cidade.

Os Jogos Olímpicos da Era Moderna começaram na Grécia em 1896 (e os Jogos Olímpicos da Antiguidade em 776 a.C.). Pouco mais de 100 anos depois, Atenas sediou de novo os jogos épico. Antes dos Jogos Olímpicos de Verão de 2004, a Grécia gastou 15 bilhões de dólares em locais de primeira classe para esportes como o softbol e vôlei de praia – agora em desuso e em estado degradante.

O lado bom é que discursos recentes de líderes dos Jogos Olímpicos não dão mais tanta importância para sistemas de som de última geração e luxos desnecessários, em vez disso, o foco está no poder dos jogos para unir as pessoas. Futuras cidades sedes dos Jogos Olímpicos, Los Angeles em 2024 e Paris em 2028, serão as primeiras a completarem todo um ciclo de licitações descritas na Agenda 2020 do COI, feita para aumentar a sustentabilidade e a viabilidade para futuras cidades candidatas.

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