Conheça o belo festival dos mortos do Japão

Famílias de todo o país voltam para casa uma vez por ano para honrar seus ancestrais falecidos.

Por Gulnaz Khan
fotos de Emilio Espejel
Publicado 19 de jul. de 2018, 11:40 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Crianças vestidas de Tanuki, ou cães-guaxinins, posam para uma foto do grupo na Ilha Himeshima. Tanukis ...
Crianças vestidas de Tanuki, ou cães-guaxinins, posam para uma foto do grupo na Ilha Himeshima. Tanukis aparecem comumente no folclore japonês como trapaceiros.
Foto de Emilio Espejel

Todo verão, a vila de pescadores de Himeshima recebe os mortos em casa.

Observado em todo o Japão, o festival anual de Obon marca o retorno dos ancestrais falecidos à Terra. Crenças sobre a ligação entre os vivos e os mortos têm suas raízes na antiguidade, mas a maioria dos estudiosos concordam que a celebração é baseada no sutra budista Urabon-kyō.

De acordo com a escritura, um dos discípulos de Buddha encontrou sua mãe morando no Reino dos Fantasmas Famintos, onde os espíritos sofrem de fome e sede insaciáveis na vida após a morte. Quando ele foi até ela com uma tigela de arroz, a tigela pegou fogo. Buddha o instruiu a separar comidas e bebidas para seus pais falecidos, e presentear os monges com oferendas no décimo quinto dia da sétima lua – essa expressão de gratidão e respeito, disse ele, os libertaria de seus tormentos infernais.

Seguindo o sutra, famílias do Japão voltam às suas terras natais do dia 13 ao dia 15 de agosto (julho em algumas regiões) para fazer uma série de rituais e celebrações – para honrar os mortos, e liberar espíritos inquietos, como fantasmas famintos, de seu sofrimento.

A celebração de três dias tradicionalmente começa com mukaebi, soltando fogos e acendendo lanternas para guiar os espíritos para casa. Apesar das celebrações locais poderem variar de uma região para a outra, a maioria das famílias erguem dois shōryō-dana, altares de frutas, incensos e flores – um para seus próprios ancestrais, o segundo para quaisquer espíritos que não tenham obtido paz. Outros rituais comuns incluem ohakamairi, limpar e decorar as tumbas dos ancestrais, serviços de orações em templos e o preparo de refeições especiais.

Bon Odori, uma dança folclórica comunitária específica de regiões, é uma marca do festival. Os movimentos são simples, então todos podem participar, independentemente da habilidade. Dançarinos, fantasiados e pintados como personagens folclóricos populares, formam um círculo em volta de um palco onde músicos e tocadores de taiko se apresentam. A última noite de Obon fecha o ciclo com okuribi, acendendo fogueiras e lanternas flutuantes para se despedir dos espíritos.

Os registros mais antigos de Obon aparecem durante o período Asuka, mas provavelmente se popularizou no século 12 com o crescimento do Budismo. Hoje, o Obon é observado em comunidades japonesas de todo o mundo.

Crianças vestidas de “pescadores bêbados” posam para uma foto.
Foto de Emilio Espejel
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