Enormes reservas de água são encontradas em Marte

Novas imagens da Nasa mostram camadas de gelo entre desfiladeiros erodidos – uma potencial vantagem para futuros habitantes do planeta vermelho.

Por Michael Greshko
Publicado 12 de jan. de 2018, 18:52 BRST, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Os desfiladeiros que sofreram erosão ao longo das latitudes médias de Marte revelam faixas subterrâneas de ...
Os desfiladeiros que sofreram erosão ao longo das latitudes médias de Marte revelam faixas subterrâneas de material azulado. Análise do espectro dessas camadas, que começam entre 0,9 e 1,8 metros abaixo da superfície, sugerem fortemente que são compostas de água gelada.
Foto de NASA, JPL Cal-tech, University of Arizona

Por toda a parte central de Marte, cientistas descobriram camadas de gelo enterradas a poucos metros abaixo da superfície do planeta vermelho. A descoberta acrescenta detalhes cruciais à história geológica de Marte, e pode definir como os futuros seres humanos habitantes de Marte vão extrair água.

"Esta é uma nova perspectiva sobre o gelo em Marte", diz Colin Dundas, geólogo da U.S. Geological Survey e um dos descobridores das camadas de gelo.

Cientistas há muito tempo teorizaram sobre reservas de gelo no subsolo de Marte. Em 2002, a missão Odyssey, da Nasa, produziu imagens do planeta a partir de sua órbita e detectou sinais de gelo raso superficial em altas latitudes. Em 2008, a missão Phoenix, também da Nasa, desenterrou gelo de água em seu local de pouso perto do polo norte marciano.

E, no final de 2016, cientistas que operam a sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) encontraram uma camada de gelo enterrada nas latitudes médias de Marte, com aproximadamente a mesma quantidade de água do lago Superior, que fica entre o Canadá e os Estados Unidos. Mas até o estudo de Dundas, publicado ontem na Science, os cientistas ainda tentavam entender a extensão e a acessibilidade das camadas de gelo subterrâneo em Marte.

Os oito locais apresentados no novo estudo incluem morros íngremes erodidos. Como em um bolo cortado, a erosão expôs camadas de pedra e gelo que a MRO pôde observar do alto. As faixas de gelo apareceram primeiro entre 0,9 e 1,8 metros de profundidade, favorecendo a noção de que as latitudes médias de Marte receberam periodicamente grandes nevascas há milhões de anos, quando Marte estava inclinado em seu eixo em um ângulo mais íngreme que o de hoje, diz Dundas.

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    "[São] imagens muito legais que capturam o gelo subterrâneo previsto pela teoria", disse a cientista planetária da Caltech, Bethany Ehlmann, que não estava envolvida com o estudo. "Além disso, talvez possamos perfurar o gelo para obter um registro das mudanças climáticas recentes em Marte, assim como fazemos na Terra".

    A descoberta também pode influenciar a forma como os futuros astronautas, que podem um dia pousar nas latitudes médias de Marte, matariam a sede.

    Missões tripuladas em Marte provavelmente dependeriam da extração de água do meio ambiente local, seja removendo de minerais hidratados ou extraindo de depósitos de gelo. Os humanos beberiam a água ou a decomporiam em hidrogênio e oxigênio, o que poderia ser usado para tornar o ar respirável e para produzir metano combustível.

    Como um estudo da NASA de 2016 deixa claro, o gelo pode render mais volume de água que os minerais. Mas se para acessar esse gelo for necessário escavar mais de 15 quilômetros de rocha, a mineração do gelo acaba sendo muito ineficiente. Esse quadro muda, no entanto, se as placas de gelo estiverem a apenas alguns metros da superfície.

    "Parece mais encorajador que o gelo esteja disponível em profundidades rasas e que possa ser usado como recurso em missões humanas para Marte", diz Angel Abbud-Madrid, diretor do Centro de Recursos Espaciais da Escola de Minas do Colorado.

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