Eclipse lunar de maio de 2022: quando, onde e como observá-lo
Lua crescente na província de Guizhou, China.
Passados 16 dias desde o eclipse solar parcial que foi visível na metade sul da América do Sul, um novo eclipse poderá ser observado. Desta vez, da Lua. O fenômeno começará durante a noite de 15 de maio e alcançará seu esplendor nas primeiras horas do dia 16.
Segundo a Nasa, o eclipse deve começar às 22h32, horário de Brasília, do 15 de maio. Entretanto, o ponto máximo do eclipse lunar, o momento mais esperado pelos espectadores, será à 1h11 do dia seguinte.
A superfície da Lua ficará completamente coberta por 1 hora, 24 minutos e 22 segundos.
Onde o eclipse lunar total será visível?
De acordo com um mapa compartilhado pela Nasa, o eclipse será totalmente visível na América Latina, no Caribe e no leste da América do Norte. Haverá visibilidade parcial no centro, norte e oeste da América do Norte, na maior parte da África (exceto a costa leste) e na Europa ocidental e central. Na Ásia e Oceania o fenômeno passará completamente despercebido.
Beatriz García, diretora do Observatório Pierre Auger, na Argentina, esclareceu por videoconferência com a National Geographic que, ao contrário do eclipse solar, que só pode ser visto em uma pequena região do planeta, o eclipse lunar pode ser apreciado em toda a faixa do planeta onde é noite, desde que coincida com o tempo de alinhamento do Sol, da Terra e da Lua.
O que é um eclipse lunar?
Como descrito pela Nasa no site Space Place, um eclipse ocorre quando um planeta ou a Lua se interpõe no caminho da luz do Sol. "Em um eclipse lunar, a Terra bloqueia a luz do Sol para alcançar a Lua. A certa altura, a Lua cheia desaparece completamente de vista, pois é coberta pela sombra da Terra”, esclarece a agência espacial.
Para entender este fenômeno, é importante diferenciar dois conceitos: a umbra, que é a área escura lançada pela sombra da Lua no planeta, e a penumbra, área levemente sombreada.
"Um eclipse lunar é a penetração da Lua no umbral da Terra", disse Daniel Flores, diretor do Anuário Astronômico da Universidade Nacional Autônoma do México em entrevista à National Geographic.
Para que ocorra um eclipse, a Terra, a Lua e o Sol devem estar exatamente alinhados ou muito próximos do alinhamento, de modo que a Terra bloqueie os raios do Sol que chegam ao satélite natural. "É por isso que os eclipses lunares só podem ocorrer durante a fase da Lua cheia", explica Beatriz García.
Céu estrelado na Reserva Nacional Masai Mara, Quênia.
Qual é a diferença entre um eclipse solar e lunar?
Essa sucessão de eclipses – o solar em 30 de abril e o lunar em 15 de maio – é um evento excepcional porque, embora ambos sejam fenômenos recorrentes a cada ano, não é comum que ocorram em intervalos tão curtos, ressalta García.
Entretanto, cada um tem suas próprias características, que permitem aos entusiastas da astronomia diferenciá-los claramente.
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Enquanto em um eclipse lunar é a Terra que impede a luz do Sol de alcançar o satélite natural, em um eclipse solar, a Lua atrapalha a luz do Sol e lança sua sombra sobre a Terra.
Como assistir a um eclipse lunar?
Ao contrário de um eclipse solar, onde a alta radiação pode causar danos às retinas, em um eclipse lunar, como a radiação é mínima, não é necessário proteger os olhos com filtros especiais.
Tudo o que você precisa fazer é reservar um bom lugar para assistir ao espetáculo, ser paciente e estar desperto no momento do máximo esplendor.
Dia Internacional da Luz coincide com o eclipse lunar
A diretora do Pierre Auger apontou uma coincidência marcante para 16 de maio. Nesse dia, enquanto a Lua entra na escuridão, o mundo celebra o Dia Internacional da Luz, decretado em 2017 pela Unesco a fim de aumentar a conscientização sobre a importância da luz para o desenvolvimento da vida humana.
De acordo com a Unesco, a data foi estabelecida durante o Ano Internacional da Luz e das Tecnologias Baseadas na Luz, em 2015. "A celebração está ligada ao primeiro uso do bem sucedido raio laser e é uma boa oportunidade para falar sobre as contribuições e o papel da ciência", refletiu García.
Para quem não pode desfrutar o eclipse do próximo dia 16, a Nasa o transmitirá em tempo real em sua plataforma web.