Eclipse solar: o que é, como e quando ver?

O primeiro eclipse solar de 2022 será visível na metade sul da América do Sul e especialmente na costa do Pacífico durante o pôr do sol do sábado, 30 de abril.

Por Redação National Geographic
Publicado 28 de abr. de 2022, 19:27 BRT
pessoas observam o sol em bocaiuva, Minas Gerais

Pessoas observam o eclipse solar total que passou pelo Brasil em maio de 1947, em Bocaiuva, Minas Gerais. A cidade foi considerada o melhor ponto para se observar o fenômeno, tanto pelas condições meteorológicas quanto pela duração que teria no local. Uma expedição americana composta por cientistas, militares e uma equipe da National Geographic visitaram o local e publicaram reportagem sobre a busca pelo eclipse no Brasil em setembro do mesmo ano.

Foto de Richard H. Stewart National Geographic Creative, Guy W. Starling National Geographic Creative

Neste sábado, 30 de abril, a região sul da América do Sul poderá conferir o primeiro eclipse solar do mundo de 2022. O fenômeno será especialmente visível no Chile e na Argentina durante a noite. Mas, no Brasil, apenas quem estiver em cidades do oeste do Rio Grande do Sul poderão observá-lo. 

Ele também será visível no sul da Bolívia, Paraguai, extremo sul do Brasil e Uruguai. No extremo sul da Patagônia, especificamente na Antártica, o fenômeno terá um ponto de observação ainda mais privilegiado, segundo a Nasa.

O eclipse solar parcial começará aproximadamente às 17h42 do Brasil, e seu pico máximo será às 18h09.

Embora se estime que a duração do eclipse será entre cinco e sete minutos, o máxima da ocultação solar será de apenas 79 segundos. "A observação perfeita do eclipse parcial é muito fugaz", disse Andrea Buccino, pesquisadora do Instituto de Astronomia e Física do Espaço da Universidade de Buenos Aires, na Argentina. "A duração tem a ver com o tempo que a Lua leva para cobrir o Sol."

O que é um eclipse solar

Os eclipses solares ocorrem quando a Lua se interpõe entre a terra e o Sol, bloqueando a luz emitida pelo astro-rei. Este processo pode ser total ou parcial. Neste caso, em 30 de abril, a cobertura da Lua sobre o Sol será de aproximadamente 14%, de acordo com a Nasa.

Todos os corpos do sistema solar lançam uma sombra, que é composta de duas partes: a penumbra (muito fraca) e a umbra, segundo Daniel Flores, diretor do Anuário Astronômico da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam). Esta última, diz o astrônomo, é um cone cuja base é a Lua e que, quando projetada sobre a Terra, descreve uma faixa na superfície do planeta. 

"Este tipo de eclipse ocorre porque a projeção da sombra da Lua sobre a Terra está na parte da penumbra enquanto a projeção da umbra está do lado de fora. É por isso que vemos um eclipse parcial", disse Flores em entrevista por vídeo-chamada para a reportagem. 

Em eclipses totais, como o de 14 de dezembro de 2020, por exemplo, o Sol ficou cerca de 80% coberto. Portanto, em eclipses parciais, nos quais a cobertura é muito menor, o lugar e a maneira como você olha para ele são fundamentais.

101 | Eclipse Solar
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Como observar um eclipse solar

Embora desta vez a Lua não cubra completamente o disco solar, as recomendações para apreciar o fenômeno são as mesmas que para um eclipse total. O conselho mais importante dado por especialistas é proteger os olhos. 

"Não importa se a faixa de luz solar observada é quase imperceptível, pois a observação direta do Sol pode danificar a retina", disse Beatriz García, diretora do Observatório Pierre Auger, na Argentina. Por este motivo, se a visualização for direta, é melhor usar filtros especiais que são certificados e bloqueiam 99,9% da luz solar. 

Daniel Flores recomenda o uso de filtros solares ou ainda visualizar o eclipse indiretamente. Como? A maneira mais simples é usar um pequeno espelho projetado em uma parede sombreada. "Lá você poderá ver refletido o Sol", disse o diretor do Anuário Astronômico da UNAM. 

Caso contrário, afirma o especialista, quem decidir observar o fenômeno diretamente deve usar filtros para evitar a faixa de comprimento de onda ultravioleta, que é a região mais perigosa da luz visível. 

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    Quais são as consequências naturais de um eclipse solar?

    O escurecimento do sol induz uma mudança no relógio circadiano, especialmente nos animais. Segundo Flores, pode-se observar que tanto aves quanto formigas voltam aos seus ninhos, e os cães começam a uivar em confusão por causa da luz do sol. 

    Em um eclipse solar parcial, a mudança na luz é menos perceptível, e esses efeitos são atenuados. 

    Mas pode haver efeito sobre as correntes de ar. "Ventos podem ser produzidos ou, no caso específico deste acontecimento, pode haver uma espécie de brisa como consequência da projeção das sombras sobre a Terra", disse Flores. "Isso gera diferenças nas temperaturas que têm um impacto sobre as correntes de ar."

    Para quem não conseguir observar este eclipse, o próximo a passar pelo Brasil acontece em 24 de outubro de 2023. O fenômeno será um eclipse anular, que ocorre quando a Lua e o Sol estão perfeitamente alinhados, mas o tamanho aparente da Lua é menor do que o do Sol, que acaba nunca ficando completamente coberto. No pico, um anel de luminosidade se forma ao redor da Lua. 

    O eclipse de 2023 vai atravessar toda a região Norte e Nordeste do Brasil – quem estiver, por exemplo, nas cidades de Natal (RN), João Pessoa (PB), Juazeiro do Norte (CE), Araguaína (TO) e São Félix do Xingu (PA) terá uma visão privilegiada do fenômeno. Hora de planejar a viagem. 

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