Homenagem a Haroldo Palo Jr.

Por Redação National Geographic
Publicado 22 de dez. de 2017, 15:21 BRST, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Haroldo Palo Jr. em campo, na filmagem de Brasil Secreto. "Não há um dia da minha vida em que não aplico algo que aprendi com ele", declara Dimitrius.
Foto de Bossa Nova Films, Cristian Dimitrius

Em 25 de novembro, a fotografia naturalista disse adeus a um dos maiores profissionais do Brasil, Haroldo Palo Jr. Um infarto o levou aos 64 anos, em São Carlos, cidade a 244 km de São Paulo.

Nascido em 1953 e engenheiro de formação, Haroldo iniciou sua carreira participando de fotoclubes do interior de São Paulo. Mas, em 1979, encontrou sua verdadeira vocação, os registros fotográficos da natureza. Seu trabalho contribuiu com preservação ambiental, sendo usado por grandes agências, como SOS Mata Atlântica WWF, The Nature Conservancy e Conservation International.

O também fotógrafo naturalista Cristian Dimitrius (de Câmera Selvagem), que trabalhou com ele no documentário para a National Geographic Brasil Secreto, comenta sobre seu colega:

"Haroldo Palo Jr. era um mestre verdadeiro e uma das melhores pessoas que já conheci e tive a honra de conviver. Haroldo me inspirou desde a infância, ele foi um pioneiro na arte de documentar a natureza no Brasil. Além disso, ele era verdadeira enciclopédia ambulante, um gênio! Tive o privilégio de conviver muito com ele desde o início da minha carreira. Estivemos inúmeras vezes no pantanal, muitas vezes para gravar a série Brasil Secreto. Lembro de nossa primeira viagem para lá, quando quase tivemos uma pane seca em um monomotor que usamos pra fazer as imagens aéreas que aparecem nos episódios da série. Na época, não existia drone. Foram inúmeras idas e vindas para lá, tivemos até que dividir a cama, tomar milhares de picada de mosquitos (cena que também está no episódio 3) só para poder filmar uma lagoa cheia de jacarés, acordar de madrugada e ficar apertados em um esconderijo esperando queixadas visitarem um barreiro. Quantas lições, quantas discussões inteligentes, quantas risadas e quanta história pra contar. Não há um dia da minha vida em que não aplico algo que aprendi com ele. Sou o profissional que sou, e a pessoa que tento ser, porque ele me ensinou a ser assim. E muito além disso, ele era um verdadeiro amigo. Haroldo partiu, mas alcançou do seu jeito humilde, sereno, simpático, bem humorado, generoso, sábio, aquilo que poucos conseguem nesta vida, a verdadeira eternidade. Seu nome não se apagará nunca."

A diretora de documentários Lygia Barbosa também trabalhou com ele e relembra: 

"Filmando no Pantanal com Haroldo, quietos esperando uma onça parda, escutei barulhos de galhos atrás da gente e perguntei 'Haroldo será que é a onça?' e ele respondeu sorrindo 'não... a onça não faz barulho' meu coração bateu mais forte, mas ao lado do mestre não tinha como ter medo. Ele nos ensinava coisas que não existem nos livros. Um mestre." 

Luciano Candisani, fotógrafo especializado em vida selvagem, como Haroldo, diz:

“Haroldo Palo inspirou muitos de nós a voltar as lentes para a Natureza. Seus livros estão entre as minhas primeiras fontes de motivação na fotografia. Ele permanecerá vivo no imenso legado que deixou”.

 

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