Como aventureiros e trabalhadores dormem em locais extremos

Mesmo nos picos mais altos do mundo ou nas cavernas da Malásia, os exploradores precisam desligar cérebro e tirar aquela soneca.

Por Alejandra Borunda
Publicado 1 de ago. de 2018, 12:43 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT

Humanos precisam dormir. Nossos corpos não se importam se estamos ocupados, preocupados ou desconfortáveis: eventualmente, sucumbiremos ao sono. Mas como alguém pode descansar pendurado a centenas de metros do chão ou dentro de um barco num mar agitado?

Incrivelmente, esses exploradores, fotógrafos e aventureiros dão um jeito.

Filósofos europeus acreditavam que o sono era um estado preliminar, um momento em que o sistema sensorial de uma pessoa estaria suspenso. O sono era uma forma de restaurar os “poderes sensoriais” de uma pessoa e recarregá-los para encarar o mundo no dia seguinte.

Entretanto, a ciência moderna vem estudando o sono e hoje sabemos que a história é mais complexa, e que o sono não é uma atividade passiva. Uma vez adormecido, nosso cérebro se comporta como um zelador, catalogando as experiências do dia e arrumando a bagunça.

Para atingir esse estágio de faxina, o cérebro precisa lutar contra seus próprios impulsos de lutar ou fugir, mas o cérebro não é muito bom em diferenciar uma ameaça de uma empolgação.  A excitação por uma caminhada futura ou um dia agitado pescando podem ser tão estressantes para o cérebro quanto a expectativa para uma prova.

“É a natureza do cérebro humano”, diz June Pilcher, pesquisadora na Universidade de Clemson. “A atividade no nosso cérebro se resume a pensamentos. Pensamentos são bons, mas podem ter efeitos colaterais – como nos manter acordados de madrugada. E não conseguimos simplesmente desligar o cérebro. Então a questão é, como fazê-lo relaxar um pouco?”

Contando caranguejos

O fotógrafo da National Geographic e pescador Corey Arnold conhece muito bem a maldição da mente ocupada. Durante a temporada de pesca, o sono fica de lado: quando a questão é dormir ou ganhar milhares de dólares, ele prefere ficar acordado e trabalhar. E mesmo quando consegue tirar um cochilo de uma ou duas horas, o cérebro está muito agitado para conseguir relaxar.

“Depois de toda a adrenalina de um longo dia, um dia com tempestades, seu cérebro está muito agitado”, ele diz. Se ele consegue dormir, seus sonhos são com ondas quebrando em cima de barcos. Às vezes o sono repete nos sonhos as experiências vividas durante o dia. Quando ele pescava caranguejos, passava o dia contando cada caranguejo que retirava das gaiolas e os jogava no porão.

“Quando você se deita e fecha os olhos, você começa a contar caranguejos de novo. É enlouquecedor”.

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