Antigo navio naufragado no Mar Negro é descoberta sem precedentes

Arqueólogos afirmam que o navio de 2,4 mil anos está tão bem conservado que até o mastro e os bancos dos remadores sobreviveram por milênios.

Por Kristin Romey
Publicado 1 de nov. de 2018, 16:30 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Um Veículo de Operação Remota (ROV) capta imagens do navio mercante de 2,4 mil anos, que ...
Um Veículo de Operação Remota (ROV) capta imagens do navio mercante de 2,4 mil anos, que repousa a uma profundidade de quase 2 mil metros abaixo da superfície do Mar Negro.
Foto de AFP Photo/Black Sea Map EEF Expeditions

ARQUEÓLOGOS estão anunciando a descoberta de um antigo navio naufragado que permanece extraordinariamente intacto, encontrado a mais de 1 quilômetro de profundidade no Mar Negro, perto da costa búlgara. A embarcação de madeira de 2,4 mil anos apresenta elementos de construção naval, como o mastro e os bancos para remar, que nunca tinham sido encontrados em condições tão conservadas em navios dessa idade.

O anúncio da descoberta foi feito pelo Projeto de Arqueologia Marítima do Mar Negro (MAP ou “Black Sea Maritime Archaeology Project” em inglês) inicialmente no jornal The Guardian. O MAP descobriu mais de 60 naufrágios históricos durante um levantamento de três anos no Mar Negro.

O navio com comprimento aproximado de 22 metros, documentado por um Veículo de Operação Remota (ROV ou “Remote Operated Vehicle” em inglês) equipado com câmeras, assemelha-se aos navios mercantes retratados em antigos vasos gregos. Foi içada uma pequena parte do navio naufragado e a datação de carbono radiativo indicou que o navio remonta aproximadamente ao século 5 a.C., uma época de comércio intenso das cidades-estados gregas entre o Mediterrâneo e suas colônias ao longo da costa do Mar Negro.

Embora tenham sido recuperadas embarcações a vela intactas  de túmulos egípcios em terra, que são ainda mais antigas, é incomum navios antigos naufragados se manterem tão bem preservados. A conservação singular do navio de 2,4 mil anos se deve às raras características químicas da água do Mar Negro e à falta de oxigênio em profundidades maiores que 180 metros.

Essa faixa anóxica, que compõe quase 90 por cento do volume do mar, impede que ocorram processos físico-químicos que desencadeiam a deterioração orgânica.

Fredrik Hiebert, Arqueólogo Residente da National Geographic que buscou naufrágios no Mar Negro em uma expedição anterior patrocinada pela National Geographic, afirma que a nova descoberta reforça a ideia de que as águas sem oxigênio do Mar Negro “constituem um museu incrivelmente rico da história humana”.

“Este naufrágio demonstra o potencial inigualável de conservação que o Mar Negro representa, onde já houve um intenso trânsito de culturas de todo o mundo por milhares de anos”, conta Hiebert.

“É uma descoberta incrível”.

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