Descobertas múmias egípcias próximas a pirâmide muito mais antiga
As múmias de cerca de 2,5 mil anos de idade foram enterradas nas proximidades da Pirâmide Branca, em Dahshur, construída por um faraó que reinou há 3,8 mil anos.
Oito Múmias foram descobertas em escavações próximas a uma pirâmide em Dahshur, no Egito, anunciou o Ministério de Antiguidades do país. Datados da Época Baixa (664 a 332 a.C.), os restos mortais mumificados estavam todos cobertos com cartonagem pintada (espécie de papel machê feito de gesso e papiro ou linho) e enterrados em um sarcófago de calcário.
Somente três múmias estavam em boas condições, de acordo com Mostafa Waziri, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito.
A descoberta ocorreu durante escavações nas proximidades da Pirâmide Branca de Amenemés II, faraó da 12a Dinastia, que morreu no início do século 19 a.C. A pirâmide, uma das muitas construídas na necrópole de Dahshur, passou por atividades de mineração de seus blocos de calcário branco e também por intensa pilhagem, sendo hoje apenas uma sombra do monumento original.
Por que então foram encontradas múmias da Época Baixa próximas a uma pirâmide do Império Médio construída cerca de 1,2 mil anos antes? As necrópoles de Dahshur e da região de Saqqara, repletas de pirâmides, serviam de cemitério para a elite de Memphis, cidade que era a capital do Baixo Egito durante o Império Antigo e que continuou opulenta ao longo do Império Médio.
Contudo, até a Época Baixa, a capital já tinha passado para o delta do Nilo, ainda que a área no entorno de Dahshur e Saqqara continuasse sendo um importante centro de cultos, afirma a egiptóloga e exploradora da National Geographic Sarah Parcak. “A região ainda era considerada sagrada”, diz ela, “então, diversos cemitérios e tumbas da alta elite da Época Baixa estão espalhados por Dahshur e Saqqara”.